terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Liga: a análise da jornada 19

A afirmação de capacidade do líder antes de um derby capital


O F.C. Porto pode muito bem ter dado um passo decisivo para o título. Poucos minutos depois de o Benfica vencer o V. Guimarães com um festival de futebol e bons golos, o líder não acusou a pressão: jogou personalizado, seguro, mandão e venceu com toda a justiça. Foram dois golos, podiam ter sido mais.

Importante, importante, porém, foi a afirmação de capacidade: o Porto somou o oitavo triunfo, completou a melhor série da época e gritou competência. Fez tudo isso, curiosamente, sem Falcao e Álvaro Pereira. Agora que os dois preparam o regresso, a sobrevivência em Braga foi sinal foi fundamental.

Frustrado com tudo isto deve ter ficado o Benfica. A formação de Jorge Jesus joga bem, marca, faz golos bonitos e ganha com clareza. Faz tudo bem, enfim. No entanto sente que do outro lado, mesmo sem o mesmo brilhantismo, o adversário não cede. E esse é um pormenor que ameaça fazer toda a diferença.

Ora por isso levanta-se também a dúvida: como parte o Benfica para Alvalade? O derby que se segue é um daqueles jogos em que se tem tudo a perder: uma deslocação difícil, carregada de emoção, perante um rival histórico, que em caso de vitória deixa tudo na mesma e em caso de derrota pode ser fatal.

Por falar em Sporting, não deixa de ser penoso verificar como nada muda na formação de Paulo Sérgio. A equipa continua a falhar demasiado, sofreu dois golos em três minutos e deitou tudo a perder num instante. Somou o décimo jogo sem ganhar na Liga e caiu para 23 pontos de distância do líder.

Para além de tudo isso fica a sensação de que, paradoxalmente, esta sucessão de erros, enganos e adversidades pode funcionar a favor do Sporting no derby. A recepção ao Benfica, num jogo perante o público leonino, pode muito bem ser a última oportunidade para os jogadores darem um grito de revolta.

Mais abaixo, no segundo pelotão da Liga, a jornada 19 trouxe dois destaques: U. Leiria e P. Ferreira. A formação de Pedro Caixinha foi vencer à Madeira, em casa do Nacional, e confundir as contas da luta pelas competições europeias. Um golo de Fabrício, perto do intervalo, vai valendo para já o quinto lugar.

Na Mata Real, por outro lado, um golo tardio de Rondon trouxe justiça à superioridade sobre o Marítimo. O P. Ferreira deu um espectáculo de bola e coleccionou vários elogios da crítica. O mais surpreendente, porém, continua a ser a capacidade rara de na Mata Real se fazer boas omeletas com ovos humildes.

No fundo da tabela, voltou a destacar-se a Naval. A equipa da Figueira da Foz bateu a Académica por 3-1, somou o oitavo ponto em cinco jogos sob a orientação de Carlos Mozer (ela que antes dele chegar tinha apenas cinco) e deixou o último lugar da classificação, agora entregue ao Portimonense. 

Ora o Portimonense, precisamente, perdeu em Vila do Conde, somou a quarta derrota em cinco jogos com Carlos Azenha no banco e permitiu a Carlos Brito respirar melhor à frente do Rio Ave. Um pouco como Manuel Fernandes, que no fecho da jornada foi somar um ponto ao difícil terreno do Beira Mar.

in "maisfutebol.iol.pt"

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