A ESTRELA: Falcao 8
Este FC Porto tem as medidas tiradas para ele, mas Falcao não só cabe nele como numa luva, como lhe devolve em rendimento - leia-se com golos - o investimento feito pelo colectivo. Vestir o fato do colombiano a outro deixa o ataque preso pelas costuras, desgarrado, por vezes, sem a elegância que permite a desenvoltura exigida a este nível. Reencontrado o tamanho certo, é só ver como ele funciona com a fluidez ideal, porque não basta parecer, é preciso saber. Os dois golos provam que, ilusões de óptica à parte, aquele fato tem no seu dono o melhor intérprete. No primeiro golo, o colombiano meteu no bolso três defesas com uma protecção de bola à altura das qualidades que se lhe reconhecem. No segundo, a leitura de jogo fez toda a diferença, para perceber onde se devia colocar para gravar na sua história mais uma etapa com letras douradas. Até àqueles dois momentos que selaram uma vitória num campo importante, Falcao trabalhou, não se negou a sujar o fato, jogou de costas para a baliza, procurando abrir soluções nas faixas, e lutou entre os centrais, porque nem só vestido com o fato de gala se brilha nestes palcos.
Helton 6
Leu bem o jogo, como aos 35', em que surge fora dos postes para pôr cobro ao perigo, ou quando jogou na antecipação a um lance venenoso do Olhanense (55'). Na única defesa digna desse nome (50') voltou a estar à altura.
Sapunaru 5
Atravessa talvez o seu período menos bom. É verdade que procurou integrar-se no ataque, mas sem ser aquele jogar incisivo. A defender passou por alguns sobressaltos com Ismaily. Saiu ao intervalo.
Rolando 6
Está a afirmar-se como um dos melhores centrais do campeonato e ontem voltou a exibir-se a esse nível. De cabeça deve ter ganho todos os lances ao seu alcance. O único lance que não conseguiu desfazer surgiu num contra-ataque de Yontcha (82').
Otamendi 6
Complementa Rolando da melhor maneira, varrendo a bola (20') e estancando o perigo no meio-campo. Os avançados do Olhanense não vão guardar boas recordações dele, porque nem Ismaily (30'), nem Djalmir (50') souberam como o ultrapassar. Único reparo esteve na entrega da bola.
Álvaro Pereira 6
Nota-se o peso dele no ataque, pelos cruzamentos que tira, a superioridade que cria e pela pressão que coloca em toda essa faixa, ora funcionando como apoio do extremo, ora abrindo mais o jogo ofensivo junto à linha. A defender não só cumpre, como ainda dobra os centrais.
Fernando 6
Grande parte da "pedra que se partiu" no meio-campo teve a sua influência, destruindo, pressionando, cortando, como aos 25', num lance em que o FC Porto foi apanhado em contrapé. Está a subir de rendimento.
Belluschi 7
Um golo espectacular que desatou o nó do jogo e coroou mais uma bela exibição deste verdadeiro "rato atómico", tal a energia que coloca em campo. Cobrou alguns livres (34' e 39') de forma venenosa e voltou a destacar-se pela sua capacidade de passe.
João Moutinho 5
Lutou muito, correu, cobriu a sua zona no relvado e acorreu a algumas situações, mas não é aquele João Moutinho a que nos habituou. Melhorou na segunda parte.
Hulk 6
Tinha prometido regressar aos golos, mas não cumpriu. Apesar de tudo, começou bem, com um míssil (9') que ainda deve ter tirado tinta na trave. Entrou na área (11') em tabela com Sapunaru e obrigou Batista a defender para canto. Criou muito perigo num livre (36') cobrado com veneno e podia ter marcado (38'), não lhe tivesse saído a recarga ao "boneco".
Varela 5
Não estava a jogar mal, mas aquele modelo táctico estava aparentemente dominado pelo Olhanense. Saiu ao intervalo, não sem que tivesse procurado cumprir as suas funções a cruzar ou a procurar os apoios necessários para progredir com perigo.
James 8
Foi a solução para os problemas do FC Porto, com intervenções decisivas nos lances de golo. Não entrou directamente para a esquerda, colocando-se na posição 10, para servir como elo de ligação com o ataque. Não só trouxe outro esclarecimento numa zona nevrálgica, como mostrou inteligência na sua colocação e pés para meter a bola no jogador certo.
Fucile 5
Entrou ao intervalo para o lugar de Sapunaru e veio dar outra consistência defensiva. Não se aventurou muito na frente, porque tinha ordens para se manter lá atrás e cumpriu
Rúben Micael 5
Entrou para pressionar o Olhanense no meio-campo e travar a construção de jogo. Mas ainda teve duas oportunidades para rematar à baliza aos 84' e 89', sem sucesso.
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