A prova era de fogo e o Dragão superou sem se queimar. Olhão foi riscado do mapa e, segundo as contas de Villas-Boas, faltam agora quatro vitórias nos próximos jogos para segurar o título, a "necessidade absoluta" desta época. O passo dado é gigante e ganha ainda mais relevo porque o FC Porto foi ao "José Arcanjo" fazer o que ainda ninguém tinha feito, roubar os três pontos, o que lhe permite seguir invencível na prova. São 19 vitórias e dois empates.
A verdade é que foi preciso um FC Porto com muita paciência para o conseguir, numa exibição que chegou a ser avassaladora, tal o caudal ofensivo, e que mostrou uma equipa empenhada até ao limite. Com um fulgor físico impressionante, sobretudo para quem jogou na quarta-feira e só apresentou uma mudança no onze (troca de lateral-direito), os portistas encostaram o Olhanense às cordas desde o apito inicial, só que o golo ia sendo adiado pela falta de pontaria de Hulk, Falcao e companhia.
De volta ao posto que mais gosta, o Incrível assinou os melhores momentos da primeira parte, beneficiando da presença de Falcao na área e espaços que este ia criando. Os algarvios só conseguiam respirar graças às iniciativas de Paulo Sérgio, ontem resgatado da ala esquerda para actuar mais no centro, como organizador. Daúto Faquirá elaborou uma defesa de recurso por causa das lesões de Mexer e João Gonçalves, mas conseguiu apresentar uma equipa muito bem organizada, ainda que impotente para obrigar Helton a grandes intervenções, e que aguentou enquanto foi possível os atropelos do FC Porto.
O intervalo chegou com o nulo e uma questão se levantava: seria o FC Porto capaz de manter os ritmos altos e ao mesmo tempo combater a ansiedade que se poderia entranhar dada a ineficácia? A resposta foi positiva, mas insuficiente para, por si só, justificar o triunfo folgado construído um pouco mais tarde na partida. E é aqui que Villas-Boas merece receber os louros: pela dupla substituição efectuada ao intervalo, com as entradas de James e Fucile para os lugares de Varela e Sapunaru, e recolocação das peças no relvado. Isto porque o jovem colombiano, que esteve nos lances dos três golos, não começou por ocupar a zona de intervenção de Varela, actuando mais como número 10, nas costas de Hulk e Falcao, então usados como únicos avançados.
O FC Porto precisou de cinco minutos para começar a colocar em prática o que o treinador tinha pedido e os lances de perigo voltaram a multiplicar-se. O Olhanense ganhou algum espaço para explorar em contra-ataque, mas acabou iludido pela nova disposição táctica do adversário. Ricardo Batista ia defendendo como podia e quando não chegava, a barra ou um defesa faziam-lhe o trabalho. O golo continuava a ser anunciado a cada tentativa de alvejar a baliza, mas foi preciso um remate de génio de Belluschi para chegar à vantagem. Ainda meios aturdidos com este lance, os algarvios desorganizaram-se como nunca na defesa e, dois minutos depois, Falcao marcava o primeiro golo em 2011, e acabava com as dúvidas quanto ao vencedor.
Retirado, com toda a naturalidade, o pé do acelerador, o FC Porto assumiu um jogo mais de posse e de controlo com a entrada de Rúben Micael. Mesmo assim, ainda houve tempo para ampliar o marcador e permitir que Falcao atingisse a centena de golos na sua carreira.
in "ojogo.pt"
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