Faltam dois jogos para conquistar o campeonato, mas André Villas-Boas jogou à defesa e preferiu apresentar-se na sala de Imprensa com um discurso para o... balneário.
Está a pensar fazer muitas alterações na equipa, tendo em conta que tem vários jogadores convocados para as mais variadas selecções nacionais?
Nesta altura da época, há uma série de factores que é preciso ter em conta. Temos um grande número de jogadores em perigo de exclusão, para além de um calendário de jogos apertado e intenso durante os últimos tempos. Há ainda o facto de este ser um jogo decisivo para as nossas aspirações, porque encontra-se dentro do objectivo que estipulamos de cinco vitórias consecutivas no campeonato.
Sendo assim, vamos tomar algumas decisões, apesar de não termos o jogo da Luz na mente, porque ele só fará sentido se nos mantivermos na senda dos cinco jogos a ganhar. Temos de conquistar esta vitória frente à Académica e
depois enfrentar o último e grande desafio, que será o Benfica.
Sendo assim, pode-se depreender das suas palavras que tem como grande objectivo conquistar o campeonato na Luz?
Não. Faltam apenas duas vitórias para atingirmos o nosso objectivo interno. Não podemos imaginar que isto está feito, temos de vencer a Académica e só depois pensar no próximo jogo.
Apesar da diferença pontual, Jorge Jesus continua a dizer apenas que o campeonato está difícil...
A distância pontual é considerável, mas ainda faltam muitas jornadas. Um resultado negativo com a Académica e, depois, no Estádio da Luz podia alimentar o sonho do Benfica, que tem um óptimo plantel, para além de ser uma equipa bem liderada, como tenho dito em várias ocasiões. Por tudo isto, tenho de continuar a levar os meus jogadores acreditar que o desafio ainda é complicado, mas que se vencermos a Académica e o Benfica o campeonato ficaria resolvido...
E como recebeu os recentes elogios de Ulisses Morais, treinador da Académica?
Agradeço as suas palavras, mas temos a plena consciência do que o Ulisses Morais está a fazer. Ele teve a inteligência para perceber que o Jorge Costa e José Guilherme lhe deixaram uma boa base para trabalhar. Depois, motivou os jogadores com a sua mensagem e fê-los acreditar que era possível fazer melhor. Estão imbatíveis com ele:
ganharam em Guimarães, venceram o Leiria em casa e empataram no terreno do Nacional. Sabemos que só podemos vencer estando a um alto nível.
Espera que a Académica repita os bons jogos que fez na época passada no Dragão [Villas-Boas treinava a Académica]?
A exibição não foi grande coisa, porque tinha sido bem melhor se tivéssemos ganho [risos]. A meia-final da Taça da Liga marcou-nos muito, porque queríamos muito estar na final; antes disso, na partida do campeonato, também estivemos colectivamente muito fortes. Para além disso, considero a Académica um clube especial, que me abriu as portas.
No ano passado, atingimos o principal objectivo, que era a permanência, e ainda alimentámos o sonho da final da Taça da Liga, que foi óptimo para aquele grupo de jogadores.
Felicidade por Rúben e... Ventura
Apesar de não estar a jogar com grande regularidade, Rúben Micael foi convocado por Paulo Bento para os particulares com o Chile e a Finlândia. Villas-Boas gostou da notícia.
"Ficamos todos satisfeitos com esta chamada. É um grande estímulo para o Rúben, até porque ele tem uma grande qualidade. É inegável que esta convocatória desrespeita um pouco os critérios de assiduidade que o Paulo Bento tinha anunciado, mas ele explicou os motivos desta opção. Aliás, esta chamada é importante para nós, também em outro contexto, porque jogadores como o Beto, que têm sido menos utilizados, podem continuar a alimentar o sonho da selecção." Aproveitando a onda, o treinador do FC Porto referiu-se ainda à segunda presença consecutiva de Ventura, o guarda-redes que se encontra emprestado ao Portimonense. "É uma excelente notícia, sobretudo nesta fase em que o Portimonense conseguiu vencer o Guimarães já depois de ter empatado na Luz. Os resultados já podiam ter aparecido mais cedo, porque têm andado sempre muito perto, e esta chama da permanência sente-se na motivação que o Ventura empresta à equipa. É um sinal de que o trabalho dele é reconhecido, estando o Ventura no mesmo grupo do André Pinto, Castro ou Ukra, que são jogadores capazes de regressar ao FC Porto qualquer momento, porque têm qualidade", explicou.
"Walter não estará a ter a época que desejaria"
Walter não é convocado desde a deslocação a Sevilha (17 Fevereiro) e não joga desde a partida com o Gil Vicente (29 Janeiro), para a Taça da Liga. Afinal, o que se passa com o brasileiro?
"Não nos podemos esquecer que todos os jogadores são decisivos no que estamos a fazer. Eles têm tido uma grande
aceitação das nossas ideias e aplicam-se sempre nos limites. Temos um grupo unido, forte mentalmente, com um grande desejo de ser campeão e fortíssimo ao nível competitivo.
É um plantel com imenso talento e, se calhar, para o Walter a época não estará a decorrer como ele desejaria. No
entanto, o importante é que os objectivos colectivos estejam sempre acima dos individuais. E neste particular, não incluo apenas o Walter; há o Souza, Beto, Pawel, Cristian Rodríguez... São muitos os jogadores que lutam para entrar no onze e ninguém pode baixar o ritmo, porque a presença deles na equipa pode acontecer a qualquer momento",
explicou André Villas-Boas.
"Papel de favorito não serve a ninguém"
André Villas-Boas recusou a ideia de que o Spartak de Moscovo se apresenta como um adversário mais fácil do que o CSKA, naquele que foi o primeiro comentário ao sorteio da Liga Europa.
"Todos os clubes querem vencer esta competição e isso nota-se no discurso dos mais variados intervenientes. O Spartak vem da fase de grupos da Champions, onde encontraram o Chelsea e até venceram em Marselha, que é notável. Depois, eliminaram o Ajax e estão nos quartos-de-final por mérito. O papel de favorito, que nos querem atribuir, não serve a ninguém."
O treinador do FC Porto não deu especial importância ao facto de evitar clubes portugueses até à final da competição, até porque alertou para o facto de poder encontrar "duas grandes equipas" nas meias-finais: Twente e Villarreal. Villas-Boas ainda registou "com agrado" os elogios internacionais e fez questão de atribuir aos jogadores a maior quota de responsabilidade por estes feitos. "Os jogadores merecem estes elogios e, com esta campanha, garantem maior exposição. A marca FC Porto também colhe frutos, mas isto serve-nos de pouco se formos eliminados nos quartos-de-final", concluiu.
1 comentário:
Bom dia
Hoje vamos receber uma Académica que procura assegurar a manutenção.
Vai ser portanto uma Académica num sistema defensivo sólido, e a apostar no contra-ataque, e na velocidade de Sougou e Diogo Valente para servir Éder.
A classificação da Académica não se coaduna com a qualidade do plantel. Após a saída de Jorge Costa, passaram por momentos de intranquilidade, e com José Guilherme à frente não tiveram os resultados esperados. Desde que entrou Ulisses Morais, esta equipa melhorou, ganhou confiança e ainda não perdeu, tendo mesmo uma vitória em Guimarães.
Tem jogadores de qualidade como Éder, Sougou, Miguel Fidalgo, Diogo Valente, Hugo Morais e sem esquecer o jovem talento Bischoff. Na defesa tem os experientes centrais Luiz Nunes e Berger e o excelente GR francês Peiser.
Ao Porto cabe assumir o jogo desde o primeiro minuto, e não ficar à espera que o golo surja com o passar do tempo. Quanto mais cedo resolvermos, mais cedo Villas-Boas poderá rodar a equipa dando descanso aos mais utilizados.
Com uma vitória amanhã ficaremos a 1 vitória do 25º. titulo, que até poderemos vencer segunda-feira se o Benfica perder em Paços de Ferreira.
Espera-se uma boa casa, com o público a puxar pela equipa, para que alcance este importante triunfo.
Abraço e bom domingo
Paulo
http://pronunciadodragao.blogspot.com/
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