Nem é preciso ver-lhe a cara para o imaginar com o sorriso esticado de orelha a orelha. Ao telefone, a felicidade era indisfarçável. O JOGO pergunta-lhe pela chamada à selecção sub-18 do Brasil e Kelvin, que será reforço do FC Porto na próxima época, dá os primeiros sinais de que ainda não aterrou totalmente de uma viagem às nuvens. "Fiquei muito feliz quando me disseram. Ser chamado para a selecção brasileira era um sonho que tinha e foi-me dada uma oportunidade que quero aproveitar", diz, detalhando depois o momento em que lhe foi comunicada a novidade. "Quem me deu a notícia foi o presidente do Paraná, que recebeu uma carta da CBF com a convocatória. Nem queria acreditar, mas festejei com os meus amigos e com a minha família", conta. Não precisava. Bastava uma espreitadela ao perfil que tem no Twitter para confirmar as inúmeras mensagens a dar-lhe os parabéns por ter sido um dos escolhidos de Ney Franco. "Acredito que tenha sido um prémio pelo que venho fazendo no Paraná".
Sonho é uma palavra recorrente nas respostas de Kelvin, incapaz de escolher outra para traduzir os últimos meses. Importava fazer a ponte para o guiar da margem da selecção, a novidade mais recente, à do FC Porto, clube com quem acertou um contrato de cinco anos em Janeiro. Apesar de ainda não estar oficializado, porque aguarda-se que complete os 18 anos, Kelvin já nem se dá ao trabalho de desconversar. "Tem sido um ano de sonho, muito especial mesmo", diz. Primeiro o FC Porto, agora a selecção brasileira. Falta o quê para ser perfeito? Kelvin ri-se, mas não dribla a pergunta. "Falta sempre um pouco de cada coisa, nunca estamos totalmente satisfeitos." Do Dragão, pelo menos quando falou a O JOGO, ainda não tinha havido eco da convocatória. "Ainda não recebi os parabéns de ninguém do FC Porto, mas pode ser que aconteça", ri-se.
Da actualidade portista confessa saber o básico. Neste caso, o básico é saber quase tudo o que interessa. "Acompanho os jogos do FC Porto sempre que posso, vejo notícias na internet e estou sabendo que pode ser campeão na próxima rodada do campeonato". E logo contra o principal rival, realidade cuja dimensão ainda escapa ao avançado do Paraná. O que não lhe escapa é uma das consequências directas que o título acabará por proporcionar. "Poder jogar na Liga dos Campeões é outro dos sonhos que tenho", confessa Kelvin. Uma coisa de cada vez. Falta-lhe completar 18 anos, o que acontece em Junho, para formalizar a ligação aos dragões e, para já, o avançado quer mesmo viver intensamente os últimos jogos pelo Paraná, onde tem sido decisivo na recuperação, e concentrar-se na selecção. "Será a minha primeira viagem à Europa", conta entusiasmado. O Brasil disputará a Taça do Mediterrâneo, entre os dias 19 e 24 de Abril, em Barcelona.
"Gosto do Hulk e não é por ele ser brasileiro..."
Dele próprio, Kelvin diz gostar de "pegar a bola e ir para cima" dos defesas. Talvez por isso, não hesita quando O JOGO pergunta pelo jogador que lhe desperta mais atenções no FC Porto. "É o Hulk". O porquê surge logo depois: "Não é só por ele ser brasileiro, mas pela forma de estar em campo, de como enfrenta os adversários". Falta saber se o apetite de alguns gigantes europeus por Hulk permite que Kelvin ainda o encontre no Dragão. Número 10 no Paraná, já com dois golos marcados, o futuro reforço portista tem sido considerado uma das maiores revelações do futebol paranaense dos últimos anos.
in "ojogo.pt"
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