segunda-feira, 18 de abril de 2011

André Villas-Boas: "Só está ao alcance de grandes talentos"

A quente, na "flash interview", André Villas-Boas apenas falou de futebol. Fê-lo para ilustrar o tremendo mérito do triunfo portista no clássico. Depois de confrontado com as declarações de José Couceiro, porém, o discurso endureceu. A sugestão de que as equipas troquem de banco de suplentes, para a da casa não pressionar os árbitros, nem mereceu grandes comentários. "Dá-me igual", atirou, sem se rever na crítica e contrapondo à prática espanhola, citada pelo treinador leonino, o exemplo inglês para afastar uma "ideia estapafúrdia". "Reparem na proximidade dos bancos ingleses. As pessoas tratam-se com respeito, e isso é muito melhor para a modalidade." Mais importante para o jovem campeão nacional foi o discurso de Couceiro antes do jogo. "Quis quebrar a invencibilidade do FC Porto como se fosse a coisa mais fácil do mundo, não teve o respeito devido pelo que está a ser feito aqui. É muito fácil dizê-lo da boca para fora", criticou. "Agradeço-lhe as palavras", acrescentou, irónico, para concluir que, perante a derrota, "é natural" que Couceiro "se mostre relativamente frustrado". O que André Villas-Boas não vê com naturalidade é que os adversários coloquem a ânsia de derrotar o campeão invicto à frente dos seus próprios objectivos. "Levamos este compromisso a sério", explicou, sem valorizar o facto de ter igualado os 15 triunfos consecutivos de António Oliveira, mas destacando o de, no jogo de ontem, o FC Porto ter feito história no campeonato. "Foi batido o recorde de pontos para 16 equipas, o que é um grande orgulho nosso", sublinhou, decidido a manter este rumo sem que isso se torne a obsessão que observa nos adversários. "Faltam três jogos; se acontecer, aconteceu. O nosso compromisso é tentar ganhar todos os jogos, temos criado um número elevadíssimo de oportunidades que nos têm levado ao sucesso, mas pode perfeitamente acontecer. Não vemos isso como uma obsessão: o FC Porto foi campeão sem derrotas e o objectivo é terminar assim." Haja o que houver, André Villas-Boas não podia estar mais orgulhoso do "leque de talento inacreditável" que tem para gerir e que ontem venceu o adversário que faltava à história do título. Depois de ter estado em desvantagem no marcador, o FC Porto mostrou-se "capaz de responder novamente, com grande controlo emocional e agressividade mental", sem deixar perceber o esforço desta caminhada: "Não importa os números em que se traduz, é uma vitória clara da equipa que mais quis ganhar, que mais atacou de forma concisa e clara. Foi um grande esforço destes jogadores, tendo em conta a sobrecarga que levam do calendário. Ter esta resposta, com o campeonato resolvido, só está ao alcance de jogadores com um talento impressionante." Pelo orgulho que sempre dá, o triunfo no clássico é o tónico ideal para a Luz.


in "ojogo.pt"

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