O Sporting ficou no clássico até ao fim. José Couceiro falará de uma equipa ambiciosa, que discutiu o encontro enquanto não escutou o derradeiro apito de Artur Soares Dias. Talvez. Foi curto, ainda assim. O F.C. Porto mantém a invencibilidade e derrota um dos empatas da primeira volta. 3-2, num duelo interessante.
Matías Fernández marcou primeiro, antes da reviravolta azul e branca. Faltou algo ao Sporting na segunda parte, na meia-hora que antecedeu o tento de Walter. Os leões reapareceram nos últimos minutos, apostando na boa imagem, a prometer um futuro mais risinho. Atitude digna, melhor que o passado recente, mas insuficiente. Patrício foi o melhor em campo.
O F.C. Porto entrou com pose de campeão, feito celebrado nas bancadas com pompa e circunstância, regressando rapidamente à terra, com uma estocada letal de um leão ferido no orgulho. Tudo não passaria, no entanto, de um conjunto de boas intenções.
Sinal de alarme a despertar o campeão
Com menos de uma dezena de minutos, Matías Fernández silenciou o Dragão. O chileno inventou um lance, insistiu e foi bafejado pela fortuna, ao ver a bola rematada por André Santos seguir na sua direcção. Desvio providencial, enganando Hélton.
O sinal de alarme despertou o campeão, ainda sonolento. Como em tantas outras ocasiões, São Patrício defendeu a baliza leonina para lá do limite da razoabilidade. O poste também deu uma ajuda, mas nada vale quando uma equipa com grandes pretensões tem dois centrais de média dimensão.
Torsiglieri e Anderson Polga encolheram-se para assistir aos voos de Falcao, contribuindo em larga escala para a missão falhada do Sporting, neste clássico. À quarta, quinta investida, o F.C. Porto marcou. Alvaro Pereira cruzou na esquerda, Evaldo procurou compensar os centrais, chegando tarde para evitar o cabeceamento do goleador colombiano. 1-1, tudo em aberto.
Faltou bagagem na viagem do leão
José Couceiro pedia mais, a mesma postura inicial, um leão sem complexos de inferioridade. Isso aconteceu, é certo, durante alguns períodos. Os adeptos azuis e brancos viram um rival atrevido. Faltou, talvez, bagagem para suportar tamanha carga ofensiva do líder.
O tempo arrastava-se, à espera do segundo golo do F.C. Porto. Com uma ponta de ironia, sempre presente num jogo de múltiplas possibilidades. Logo ele, João Moutinho, a criar o lance que derrubaria a sua antiga equipa.
Rui Patrício desviou para canto uma bomba de Hulk. O brasileiro foi à bandeirola e tocou para o médio. Este agigantou-se, fintou na linha e cruzou para Falcao, claro. De novo, o goleador pareceu ser mais alto que as torres leoninas. Golo, festejo exuberante de Moutinho, um triunfo particular logo ali.
Valdés fugiu da felicidade
O clássico chegava ao fim, pensaram os portistas. Passou o susto, normalidade reposta. Ou então não. Ao minuto 55, vinda do nada, uma oportunidade do tamanho do Mundo para o Sporting. Matías Fernández voltou a inventar algo, algo ao alcance dos predestinados, isolando Jaime Valdés.
O esforçado Valdés, com meio-campo ao seu dispor, correu, correu e correu mais um pouco. A cada toque de bola, a sensação de incerteza, como que um medo de ser feliz. Sereno, aposta pessoal de Villas-Boas, foi herói momentâneo ao recuperar terreno até incomodar o chileno. Remate ao lado, suspiros no Dragão.
A última meia-hora trouxe duas notícias. A boa, com o regresso de Izmailov à competição, e a má, com a lesão de Hélton a preocupar os dragões, levando à entrada de Beto.
No mais, um Sporting esforçado, bem-intencionado e invariavelmente curto. Ainda não chega. Matías só marcou o segundo após o terceiro portista, apontado por Walter. Não chega. Nota para um lance duvidoso de Rolando, na área. Desvio não intencional com a mão, ajuizou o árbitro.
in "maisfutebol.iol.pt"
1 comentário:
Que dizer de um jogo em que o melhor jogador adversário foi o guarda-redes, apesar de ter sofrido 3 golos?
Quem for sério dirá tratar-se de um jogo com um resultado muito lisonjeiro para o Sporting, que em condições normais teria saído do Dragão vergado a uma goleada das antigas.
Mas a mentalidade calimero e seus defensores, não deixarão de a reduzir a uma falha da arbitragem, na falta marcada sobre Helton, que efectivamente não existiu e a uma grande penalidade por mão na bola de Rolando, que existiu, na sequência de uma escorregadela que desequilibrou o defesa, tendo efectivamente tocado a bola com a mão apenas no movimento incontrolável da queda. Ora só é penalti quando o toque é intencional.
Evidentemente que para os chorões, desde que seja na área contrária é sempre penalti, claro!
De resto foi um jogo em que a superioridade portista esteve quase sempre presente, de forma categórica. Mesmo a perder, fruto de um golo fortuito, o FC Porto foi sempre a melhor equipa, a que melhores argumentos apresentou e um vencedor justo.
A invencibilidade no campeonato continua ao alcance, numa época de sonho para AVB.
Bateu o recorde de pontos conquistados (em campeonatos com 16 equipas) e igualou o recorde de António Oliveira, com 15 vitórias consecutivas.
Grande FC Porto.
Um abraço
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