A festa da conquista do título no Estádio da Luz ainda nem teve tempo de arrefecer e já André Villas-Boas apela à concentração para a Liga Europa. Contrariando os analistas que apontam o FC Porto como favorito à conquista deste troféu, o técnico azul e branco refreou ânimos e chamou a atenção para aspectos a levar em conta nesta eliminatória.
A festa acabou ou receia que ainda possa prejudicar a abordagem deste jogo?
Não deve ser problema, porque houve tempo suficiente para a recuperação. Mais importante será gerir a saída de um ambiente de festa para outro extremamente competitivo, porque o Spartak traz um desafio ainda mais aliciante. O Spartak é uma equipa que joga num estilo parecido com o nosso, privilegia o toque e a posse, futebol bem jogado e velocidade de circulação, portanto há uma série de factores que nos deixam em alerta, ao contrário da expectativa exagerada de favoritismo.
Mas sentem o peso desse favoritismo?
É indiferente. Já caíram grandes equipas nesta competição, de favoritas passaram a eliminadas. Não serve para nada fazer previsões, o importante é estar na final.
Vai controlar a euforia que se gerou com a conquista do título ou vai canalizá-la para motivar os jogadores para este jogo?
São competições diferentes. Estamos nos quartos-de-final e ambicionamos a passagem às meias-finais. Para que isso aconteça, tem de haver compromisso e exigência total, e é esse equilíbrio entre a passagem da euforia para a competição que temos de ter em conta. Temos um objectivo que queremos atingir, e a dificuldade que nos pode colocar o adversário chama a atenção para estarmos no máximo. Temos de nos concentrar para o jogo.
Esta equipa do Spartak é melhor ou pior do que a do CSKA?
Não me posso permitir fazer essa comparação. São ambas equipas fortes. Esta vem da Champions, com resultados estrondosos fora de casa, e cria-nos um desafio importante; basta olhar para os resultados de Marselha, Ajax, Zilina e Basileia.
Depois de estudar os russos, que jogadores terá mais em atenção?
Como já disse, o Spartak joga bem. Têm um trio de brasileiros no meio-campo que gosta de trocar a bola. O ponta-de-lança gosta de diagonais curtas e de se mover em espaços reduzidos. McGeady é um irlandês poderoso com os dois pés e pode criar problemas a vir do interior. Têm dois laterais que jogam muito a partir das suas posições, dois centrais que sabem construir bem com bola, defendem com um bloco muito compacto e curto e aspiram a estar na final. Portanto, não são uma equipa qualquer e, para o FC Porto passar, terá de se esforçar ao máximo
"Vamos tentar repetir 2002/03"
Servindo-se do exemplo de 2002/03, o técnico garantiu que há sede de vitória.
Começar a eliminatória em casa é uma desvantagem?
Não. Já debatemos este tema do jogo em casa por nos ter surgido durante a fase de eliminatórias. Mas na história do FC Porto, quando venceu a Taça UEFA e a Champions, jogou em casa e depois resolvia as eliminatórias fora. Vamos servir-nos desses exemplos e acreditar que somos tão competitivos em casa como fora, porque o nosso registo este ano até é superior fora de casa.
Dadas as notícias de clubes interessados, consegue prometer que será treinador do FC Porto na próxima época?
Não sei se é interesse. É mais especulação que acontece com qualquer um de nós nesta função, o que me dá perfeitamente igual. O sucesso não é meu, é de todos nós, e quem ganha uma vez tem sempre vontade de ganhar outra. Vamos viver o título com esse sabor especial, mas agora é outra competição, outras motivações. Vamos tentar repetir o que aconteceu em 2002/03, e isso exige de nós o máximo. A sede de ganhar está presente em cada um destes jogadores.
Sapunaru não está convocado...
Não há problema algum, apenas opções, como vão poder ver amanhã [hoje]. Achámos que era importante ter Souza e Walter de regresso neste jogo, porque têm trabalhado de forma inexcedível. O ambiente competitivo no plantel é muito agressivo, e todos merecem estar nas convocatórias, mas é difícil entrar. Falei com Sapunaru e com Rúben sobre isso, porque está na altura de dar uma oportunidade a quem tanto e tão bem trabalha, como Walter e Souza, mas também Kieszek, Mariano e Sereno. Tem de ser assim nesta altura, sem nunca pôr em causa as questões estratégicas.
in "ojogo.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário