Em Dezembro, o FC Porto renovou contrato com o treinador até 2013, com uma cláusula de rescisão elevada. Se sair, Domingos é opção e pode ser o terceiro técnico (depois de Mourinho e Villas-Boas) a virar para o Dragão depois de estar na rota do Sporting
A grande época do FC Porto tem posto André Villas-Boas nas bocas do mundo. A AS Roma ou o Liverpool são apenas alguns dos grandes do futebol europeu interessados em apostar no jovem técnico português. Conscientes do valor do seu treinador, os dragões têm uma cláusula que os protege de investidas. Assim, quem quiser contratar Villas-Boas, cujo contrato foi renovado em Dezembro até Junho de 2013 terá de pagar 15 milhões de euros. Um valor elevado, se comparado com os 16 milhões de cláusula de rescisão no vínculo entre o Inter de Milão e José Mourinho.
Elevado mas não impossível para os clubes da elite europeia (Inglaterra, Espanha ou Itália). E se depois da conquista do campeonato Villas-Boas somar a Liga Europa e a Taça de Portugal ao seu palmarés, quem garante que não chegará um cheque de 15 milhões ao Dragão?
Coincidentemente ou não, o i sabe que Domingos Paciência, actual treinador do Sp. Braga, foi aconselhado a não fechar já um acordo com o Sporting. O nome do técnico minhoto tem sido apontado como o sucessor de José Couceiro, desde que Godinho Lopes venceu as eleições leoninas. Contudo, nem o presidente do Sporting nem Domingos confirmaram qualquer acordo, até porque a época ainda não terminou e os dois clubes lutam pelo terceiro lugar no campeonato.
As boas relações de Carlos Freitas, antigo director desportivo do Sp. Braga - que ocupa agora o mesmo cargo em Alvalade -, com Domingos terão ajudado às negociações para uma eventual transferência do treinador para o Sporting. Porém, segundo o i apurou, não existe qualquer contrato escrito entre as partes. Assim sendo, apenas com um acordo verbal, não é um dado certo que Domingos seja treinador dos leões em 2011/12.
Marcha-atrás
Voltando ao Dragão, e caso Villas-Boas saia no final da época, o nome de Domingos será sempre um dos equacionados para substituir o actual técnico. O antigo avançado do FC Porto recolhe simpatia entre a direcção do clube, o seu filho joga nos juvenis dos dragões e, apesar de viver em Braga, o treinador continua a ter o círculo de amigos na Invicta. Para Domingos, um regresso ao FC Porto, para treinar a equipa principal - começou como técnico nos escalões de formação do clube -, seria sempre um passo positivo na carreira. Ainda para mais, com a crise que se vive em Alvalade, não é garantido que o acordo verbal com Freitas seja impeditivo de Domingos ir parar, afinal, ao Dragão. É preciso não esquecer que em 1999 o então avançado do Tenerife se dirigia para Alvalade, na A1 (para acertar com o Sporting), e depois de um telefonema e um encontro com Pinto da Costa a meio da viagem voltou para trás e acabou a jogar no FC Porto.
Mourinho e Villas-Boas tiveram pré-acordos com o Sporting (em 2000 e 2010, respectivamente), mas, por diferentes motivos, foram treinar o FC Porto. No caso de Domingos, o pré-acordo com os leões nem sequer existe, mas se o técnico minhoto ocupasse a vaga de Villas-Boas seria, como a célebre música dos Propellerheads, "just little bits of history repeating".
All in
A direcção portista quer apostar em força na próxima temporada, que marca o regresso à Liga dos Campeões. Tal como fazer um all in no poker, Pinto da Costa quer ter todo o poder de fogo à disposição em 2011/12. Assim, a manutenção de Villas-Boas, Hulk e Falcao é encarada como a grande prioridade do clube para voltar a vencer o campeonato e poder fazer uma boa carreira na liga milionária. Neste trio, Hulk é o que está mais blindado a ataques externos, com uma cláusula de rescisão de 100 milhões de euros. Sobre Falcao, o FC Porto não diz publicamente se o avançado colombiano tem alguma cláusula.
O Chelsea pagou ao FC Porto cerca de 5 milhões por José Mourinho e o Real Madrid, depois das negociações com o Inter de Milão, contratou o Special One por 8 milhões. Com estes valores, a cláusula de Villas-Boas parece dar alguma tranquilidade ao FC Porto. Mas, se o técnico e o clube forem colocados perante uma proposta irrecusável, os planos podem ser alterados.
in "ionline.pt"
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