sábado, 30 de abril de 2011

Villas-Boas: «Comparação com 87 tem valor enorme para nós»

Técnico agradece elogios de Pinto da Costa


André Villas-Boas não quis fazer o mesmo exercício de Pinto da Costa, que comparou esta equipa do F.C. Porto com aquela que, em 1987, se sagrou campeã europeia, em Viena. No entanto, o técnico portista registou com agrado as palavras do líder portista.

«Foi uma comparação que o presidente fez, como máximo responsável do clube e homem emblemático que viveu as duas situações como presidente. Tem um valor enorme para nós, mas só ele pode justificar. Registamos com agrado porque sabemos o impacto que essa equipa de 87 tem para ele», afirmou o treinador, em conferência de imprensa.

Os dragões têm vivido momentos de glória na presente temporada, com o mais recente capítulo, a verificar-se na quinta-feira, com a goleada de 5-1 ao Villarreal, depois de a equipa estar a perder por 0-1 ao intervalo. Villas-Boas voltou a desvalorizar a sua acção na mudança na equipa.

«Não houve qualquer alteração estrutural, como li. Não sei onde foram buscar o 4-1-4-1. A única coisa que lhes disse é que era uma questão de eficácia, porque a quantidade de lances que tínhamos conseguido criar na área, normalmente, colidem com jogadores nossos e dão golo. Nada do que disse foi revolucionário. A partir do 3-1, o Villarreal passou por um período de grande descontrolo emocional e conseguimos aproveitar», explicou. 

Ainda assim, Villas-Boas não dá a eliminatória como ganha e lembra o caso do Deportivo da Corunha, em 2004, que virou um resultado semelhante frente ao AC Milan, antes de encontrar os dragões de Mourinho nas meias-finais da Liga dos Campeões.

«Não faltam exemplos de grandes recuperações e «remontadas». Temos de estar completamente alertas nesse sentido», lembrou. 

O técnico portista quer estar na final. Contra quem? Logo se vê. «Não vi o Benfica-Braga, não posso ter uma opinião concreta. Mas o resultado deixa tudo em aberto, com uma vantagem ligeira para o Benfica. Mas o Braga ganhou em casa ao Benfica este ano, com um resultado que daria prolongamento. Tudo pode acontecer», considerou. 

«FC Porto a melhor equipa? Felizmente para nós, isso ficou bem explícito»

Técnico recorda que nem sempre houve consenso à volta do F.C. Porto


O F.C. Porto passa por uma fase de consenso geral em torno das qualidades da equipa. O título nacional ganho e, agora, a carreira na Liga Europa têm feito crescer a onda de elogios, que, agora, se alargam ao estrangeiro. André Villas-Boas confessa não ter ficado surpreendido com a atenção dada aos dragões, porque entende que lá fora sempre se valorizou o trabalho da equipa, comparativamente ao reconhecimento interno.

«Internacionalmente sempre houve um reconhecimento do que esta equipa estava a fazer. Em termos nacionais especulava-se um pouco sobre quem seria melhor ou pior. Quem entretinha mais e quem não entretinha. Quem cumpria mais ou menos e quem não cumpria. Felizmente para nós, isso ficou bem explícito. O reconhecimento internacional continua, mas pode chocar com a estupefacção internacional e nacional se não formos capazes de ganhar ao V. Setúbal ou de passar o Villarreal. Tudo de bom pode claudicar e facilmente se passará a uma crítica negativa», lembrou.

Nesse sentido, Villas-Boas tentou encontrar os defeitos na sua equipa. «As pequenas falhas que podemos ter passam de forma diferente de jogo para jogo, não são um padrão. O que temos feito de negativo temos vindo a corrigir», afirmou.

«Jogo é ultra-decisivo para o V. Setúbal»

O próximo adversário dos dragões é o V. Setúbal que ainda luta pela manutenção. Por isso, Villas-Boas espera um desafio complicado no Bonfim, até porque sabe bem o que é precisar de pontos para a permanência.

«É um jogo ultra-decisivo para o Setúbal. Jogam com o Porto, Sporting e Portimonense e necessitam da confirmação da manutenção. Vai haver motivação total da parte deles para este desafio. Nós estamos conscientes das dificuldades que vamos encontrar. Tudo pode acontecer. Não será nada fácil», alertou, para depois dar o seu exemplo pessoal.

«Eles perseguem um objectivo, que eu persegui no ano passado e pelo qual se morre em campo. Pela académica consegui a três jornadas do fim e é um alívio enorme», descreveu.

Villas-Boas: «Falcao vai continuar sempre ligado ao golo»

Ainda os ecos do «poker» ao Villarreal


Para além dos elogios à competência do F.C. Porto, o colombiano Radamel Falcao saltou para as bocas do mundo, com os quatro golos apontados ao Villarreal. O avançado do F.C. Porto viveu uma noite para recordar e, por isso, mereceu os elogios de André Villas-Boas na conferência de imprensa de antevisão do encontro com o V. Setúbal.

«O Falcao passou por uma noite mágica que foi trabalhada pela equipa para ele. Toda a gente sabe que é um goleador nato, com um talento formidável. Seguirá o seu percurso no Porto e no futuro onde quiser sempre ligado ao golo, porque facilmente e inacreditavelmente os marca», frisou. 

Ora, com tanto potencial, como vai conseguir o F.C. Porto segurar Falcao no final da presente temporada? «Há as cláusulas de rescisão. O Porto tem uma marca muito forte. O que sai daqui é produto de qualidade. As pessoas que contratam jogadores ao Porto levam os melhores jogadores do mundo. Com a equipa a produzir desta forma, o valor também sobe. Temos de estar preparados para tudo. Não vejo razão nenhuma para o Porto não ser capaz de corresponder como tem sido a cada ano. Sempre fomos capazes de nos adaptar mantendo-nos na rota do sucesso», lembrou. 

O próprio André Villas-Boas tem sido cobiçado por várias equipas, segundo a imprensa internacional. Ainda assim, o treinador dos dragões reiterou a vontade de continuar a servir o clube para lá do final da temporada. «Não vejo razão porque não hei-de continuar», disse.

Belluschi perto do regresso

O argentino Fernando Belluschi é uma das baixas do F.C. Porto neste final de temporada, mas é, também, aquela que está mais perto de deixar de o ser. O médio lesionou-se na visita a Portimão e não é opção desde aí. Mas o regresso já começa a ser ponderado.

«O Belluschi vai reintegrar segunda-feira o grupo. Dificilmente terá disponibilidade para o jogo com o Villarreal, mas está apto para o Paços de Ferreira, possivelmente», explicou Villas-Boas.

Villas-Boas: «Não falo com José Mourinho»

Técnico explica porque deixou a equipa técnica do treinador do Real Madrid


O trabalho de André Villas-Boas no F.C. Porto tem despertado cobiça de vários clubes europeus, mas não só. Sistematicamente, as conferências de imprensa do treinador recebem visitas de jornalistas estrangeiros, curiosos com a performance do antigo adjunto de José Mourinho. No final do jogo com o Villarreal, por exemplo, Villas-Boas acabou por falar em português, espanhol, inglês e italiano, tendo em conta a nacionalidade dos interlocutores. Este sábado, foi um jornalista do britânico «Daily Telegraph» que marcou presença no Olival e pode questionar o técnico portista, sobretudo à volta do seu futuro e do passado ligado a Mourinho.

Essa ligação, de resto, não o incomoda. «As pessoas associam-me a um dos melhores treinadores do mundo. É algo com o qual tenho de viver, mas não me dá qualquer problema. As pessoas pensam que eu sou o sucessor, mas eu não sou. Sou um treinador normal. Não me chamaria especial», atirou, confrontado com a famosa frase de Mourinho na apresentação no Chelsea. 

O facto de terem atingido sucesso no mesmo clube também faz levantar o véu das comparações, mas, para Villas-Boas, tudo não passa de uma coincidência. «Nem eu nem o Porto fazemos escolhas consoante o que o José Mourinho escolheu antes. São apenas coincidências, que aconteceram. Estamos nas meia-finais da Liga Europa e as pessoas começam a pensar:«É este o sucessor! Estão a conseguir os mesmos êxitos!».

Definindo-se como uma «pessoa reservada», André Villas-Boas explicou porque faz sempre referência à equipa técnica e ao grupo de jogadores que tem à sua disposição na hora do sucesso: «Gosto de partilhar o sucesso que tenho com as pessoas que me dão esse sucesso. Estejam no lugar mais alto ou no mais baixo.»

«Se ficar 15 anos no clube que adoro...tudo bem»

Villas-Boas confessou «lidar bem» com a especulação que o seu nome começa a gerar, fazendo notar, no entanto, que não tolera «mentiras» e reiterou o que já tinha deixado claro: quer uma carreira curta e não sabe o que o futuro lhe reserva. «Se ficar 15 anos no clube que adoro...por mim está bem», afirmou. 

Sobre a separação de José Mourinho, Villas-Boas explicou que sentiu que podia ousar mais e queria começar a sentir a relva. «A separação aconteceu, porque eu senti que poderia dar um pouco mais. Senti que podia começar a treinar. Se eu pudesse dar mais ao Mourinho tinha dado, mas percebo perfeitamente que ele não tenha sentido necessidade disso. Por isso, achei que era altura de arriscar», contou.

Actualmente, os dois não mantêm qualquer tipo de relação, embora Villas-Boas desminta que haja qualquer quezília entre os dois motivada pela separação.

«Não falo com José Mourinho. Não tem nada a ver com a separação, até porque depois de eu sair, enquanto estava na Académica, falava muito com ele. É assim que as coisas são, nada mais que isso. Rival? Não...eu não posso ser rival daquele que, na minha opinião, vai ser o melhor treinador de todos os tempos», concluiu.

in "maisfutebol.iol.pt"

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