Portugueses ocuparam a cidade de Dublin. Nesta quarta-feira, partirão à descoberta de novos horizontes, à conquista do Mundo
F.C. Porto e Sp. Braga conquistaram a cidade de Dublin. Nesta quarta-feira, partirão à descoberta de novos horizontes. A curiosidade ultrapassa o pessimismo, nobre defeito português. Haverá festa lusa na Arena irlandesa.
Na terça-feira, com a Rainha de Inglaterra a roubar grande parte dos holofotes, temeu-se o pior. Ao longo dos dias, perspectivou-se uma final sem interesse, um jogo da Liga em território estranho, apenas e só. Pura ilusão.
Quando André Villas-Boas e Domingos Paciência lançaram a final, percebeu-se a real dimensão do fenómeno. Jornalistas do Japão, da Colômbia, de Itália,de Inglaterra, da Colômbia e até do Sudão, todos quiseram saber como Portugal conquistou o seu espaço em Dublin. Entre nós, jornalistas, sentiu-se indisfarçável orgulho.
A organização terá oferecido milhares de bilhetes, parece claro, para encher a Arena, mas acredita piamente que tal irá acontecer. De Portugal, virão perto de 20 mil, congestionando os aeroportos, sobretudo o Sá Carneiro. De um pouco de toda a Europa, outros milhares, emigrantes radiantes pela expressão máxima do nosso futebol.
Na República da Irlanda, idêntico cenário. Emigrantes portistas, arsenalistas, benfiquistas, sportinguistas ou apenas portugueses desinteressados pelo futebol. Todos estarão lá. Para os locais, a curiosidade também aguça o apetite. O futebol português está de parabéns.
NA capital irlandesa, onde o Maisfutebol está desde segunda-feira, percebe-se que a popularidade do futebol não-britânico é relativa, perdendo para o râguebi e os desportos gaélicos, por exemplo. Depois vem o futebol inglês, o escocês por causa do Celtic, um pouco de futebol local, o críquet lá pelo meio e algo mais que enche páginas dos jornais e nos escapa. Ainda assim, estarão lá, a ver. Todos os caminhos vão dar à Arena de Dublin.
Ambição supera o coração
André Villas-Boas gostava de Domingos e Domingos gostava do F.C. Porto. Neste duelo particular de treinadores, a ambição supera o coração. Um pode ser o mais jovem a conquistar a Liga Europa. O outro pode ser o primeiro a fazê-lo frente a uma equipa que representou enquanto jogador.
O F.C. Porto surpreende a Europa por novo fulgor, pelo futebol de Huk, pelos golos de Falcao, pelo rótulo de mini-Mourinho que André Villas-Boas tenta descolar do seu fato a todo o custo. O Sp. Braga é o «underdog», a expressão britânica para o pequeno que se tenta agigantar.
Não é David contra Golias, fala-se de uma final entre velhos conhecidos e tudo pode acontecer em noventa minutos de futebol. Se o F.C. Porto vencer, será mais um troféu, a coroação europeia numa época de recordes, de uma Liga exemplar, uma Supertaça conquista e uma Taça em aberto. Se sucumbir, com o Braga como obstáculo, perde largo crédito interno.
O Sp. Braga joga sem pressão, pode ganhar uma Liga Europa aportuguesada mas cairá nas bocas do Mundo, que lembrará as batalhas superadas, os colossos que ficaram pelo caminho, de Sevilha, de Liverpool, do Benfica até que queria cá estar. O sonho está ali, bem perto. São 90 minutos, milhões a ver pela televisão, o novo grande português contra um campeão fulgurante.
Os dados estão lançados, Dublin abriu as portas, o Mundo estará a ver. Pode começar.
Equipas prováveis:
F.C. PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Maicon e Alvaro Pereira; Fernando, Guarín e João Moutinho; Hulk, Falcao e Varela.
Outros convocados: Beto, Otamendi, Sereno, Belluschi, Souza, R. Micael, Walter e James
SP. BRAGA: Artur Moraes; Miguel Garcia, Rodríguez, Paulão e Sílvio; Custódio, Vandinho e Hugo Viana; Alan, Lima e Paulo César.
Outros convocados: Cristiano, Kaká, Elderson, Salino, Hélder Barbosa, Meyong, Dani, Aníbal e Peterson
in "maisfutebol.iol.pt""
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