Vítor Pereira pode estar preocupado com muita coisa, e não lhe faltarão motivos para isso, mas se algo pode desde já tranquilizá-lo é o número reduzido de efectivos que terá no início da pré-temporada, que começa já esta semana, na quinta-feira: duas dezenas de jogadores garantidos!
Isto é, não poderá lamentar-se de excesso de mão de obra na apresentação. Mas visto por outro prisma, não será razão para saltar de contente...
Logo à partida, e como maior contrariedade, o novo treinador do FC Porto ficará impedido de implementar com a profundidade que pretenderia as alterações de refinamento dos processos de jogo. Mudanças do foro técnico que prometeu no dia da sua apresentação como sucessor de André Villas Boas. Uma aspiração legítima que não é mais do que uma forma de Vítor Pereira vincar a sua identidade, sobretudo, marcar território sem mexer nas fundações do edifício de jogo da equipa azul e branca, porque aí o risco seria muito elevado e talvez não tivesse a compreensão e muito menos o aval de quem pensa por fora o futebol portista.
Situação de proximidade
Em contrapartida, este número exíguo de jogadores deixa o treinador dos dragões mais liberto para definir outras prioridades. Como avaliar alguns casos pendentes que tem em mãos, ver com toda a atenção três dos quatro reforços - Bracali, Djalma e Kelvin - garantidos e confirmados pelo presidente Pinto da Costa para a nova temporada e ainda seleccionar para estágio alguns dos activos que foram cedidos na época passada a outros clubes.
Jogadores de proximidade porque já estiveram integrados no plantel principal e até jogaram, ainda que mais uns do que outros, e que Vítor Pereira estará obrigado a rever e a reavaliar as possibilidades de poderem ser enquadrados no novo... ou requalificado figurino de jogo portista.
Lote muito especial constituído por jogadores de todas as posições no campo, como o guarda-redes Ventura, os defesas Miguel Lopes, os médios Tomás Costa, Castro, Prediger e Sérgio Oliveira e ainda o ponta-de-lança Orlando Sá. Este último, talvez aquele que poderá não ter tanta abertura da parte de Vítor Pereira para ser reaberto o seu processo no clube, a que não será estranha a pouca visibilidade que teve no Nacional, onde fez poucos jogos e apontou apenas três golos.
in "abola.pt"
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