segunda-feira, 25 de julho de 2011

009. Kléber, o outro agente secreto

O FC Porto pode melhorar? Sim, no suplente de Falcao. Kléber marcou ao Peñarol, tem seis golos e é a nova reserva de qualidade portista


O goleador do FC Porto chama-se Falcao. Ponto final. Mas o homem mostrou tanto jeito para a coisa (39 golos na última época) que foi capaz de colocar um problema grave aos dragões: não tinham suplente à altura. Walter, o bigorna, esforçou-se e até perdeu o peso que trouxe a mais do Brasil, mas sempre que o colombiano se lesionava, André Villas-Boas preferia lançar Hulk como ponta-de-lança. Esta temporada há um sinal de que tudo será diferente e não é porque o treinador dos dragões se chama Vítor Pereira, o "007 do balneário" - o início de pré- -temporada mostra outro agente secreto, Kléber, uma espécie de 009 preparado para marcar e que ajudou a definir o jogo de apresentação dos dragões, contra o Peñarol.

É claro que o FC Porto será muito mais do que os golos de Kléber, um rapaz de apenas 21 anos que valeu uma pequena guerra entre FC Porto, Marítimo e Sporting (com o Benfica à espreita) mas, como de costume, acabou a vestir de azul e branco. O avançado brasileiro custou 2,5 milhões de euros para passar muitos jogos no banco, mas já marcou seis vezes nesta pré-temporada e está a apresentar-se como uma importante reserva de qualidade numa equipa que não precisa de qualquer revolução. Aliás, o FC Porto que ontem entrou em campo no Dragão tinha apenas um reforço no onze, esse mesmo Kléber, porque a equipa está mais do que construída, em cima da aparente capacidade financeira da SAD (ainda não deixou sair nenhum jogador importante; será?) e do sistema de jogo de André Villas-Boas (o mesmo 4x3x3).

Chegados aqui, voltamos ao 007 Vítor Pereira, o adjunto promovido a actor principal e que nos últimos tempos foi alvo de promoção por jogadores e dirigentes, como se houvesse necessidade de provar que afinal já era decisivo há muito tempo. O que se nota de diferente com este treinador? Talvez a defesa do FC Porto jogue ainda mais subida, à pesca do fora-de-jogo e a empurrar o meio-campo para a procura da bola; ou talvez isso fosse apenas algo de circunstancial em função do Peñarol; e talvez o mais importante seja mesmo a motivação e essa parece continuar evidente, mesmo numa equipa que ganhou quase tudo na época passada.

Depois do 1-0, os dragões não se fartaram da posse de bola, continuaram a empurrar o Peñarol para as cordas, com Kléber a rematar, Hulk a carregar no acelerador e o meio-campo a saber gerir os caminhos (mesmo sem Fernando, mas com Souza). Parece possível conduzir de olhos fechados. Na segunda parte, o segundo golo portista apareceu de penálti (marcou Hulk, depois de uma falta que ele próprio sofreu) e o 3-0, já nos minutos finais, foi uma obra nascida nos dribles do miúdo Kelvin, concluída com um remate forte de Walter. Assim, sem grande dificuldade, como se o Peñarol não fosse um histórico do futebol sul-americano (se calhar estavam mais preocupados em ir para o hotel ver a final da Copa América), ou não tivesse qualquer gana para vingar a derrota na Taça Intercontinental de 1987 (o treinador Diego Aguirre era avançado naquele campo de neve e lama em que Madjer foi decisivo). Para o FC Porto, agora vem aí o Lyon e depois, já a sério, a Supertaça. Mas cuidado, tudo parece mais do mesmo no Dragão...



in "ionline.pt"

1 comentário:

Gaspar Lança disse...

Apesar de não termos observado todos os jogadores (e confesso que quero muito ver o Iturbe, em especial, jogar com a nossa camisola!), gostei do que vi; tem sido uma pré-época no mínimo positiva, onde podemos observar bons pormenores dos novos reforços e dos 'da casa'.

Espero que a invencibilidade - apesar de, na pré-época, pouco ou nada significar - se mantenha e que façamos um bom jogo frente ao Lyon. Depois é entrar em grande com a conqusita da(s) supertaça(s)!

Um abraço