O presidente do FC Porto, Pinto da Costa, considerou hoje que «falta um grande partido político do Norte» para combater o centralismo de Lisboa e que a região só se irá unir «quando perder a paciência».
Pinto da Costa falava na conferência promovida para assinalar os 20 anos da TSF no Porto, em Serralves, subordinada ao tema Portugal Com Norte e que contou ainda com a presença do presidente do Sporting de Braga, António Salvador.
O presidente dos “dragões” criticou ainda os políticos que quando vão para a capital, desempenhar funções quer como deputados quer como governantes, se esquecem rapidamente de onde são provenientes.
«As pessoas do Norte são as primeiras quando chegam ao Governo a esquecer a regionalização», disse Pinto da Costa, que encara com bons olhos a privatização, por exemplo, do aeroporto Francisco Sá Carneiro.
De acordo com o dirigente, a privatização do aeroporto poderá ser «benéfico» e «um foco de desenvolvimento» para o Norte, uma vez que, do ponto de vista de gestão meramente empresarial, «não vai ter preocupação em que os voos passem por Lisboa».
«Há alguns meses fui a Natal, no Brasil, e cerca de dois terços dos passageiros do avião em que viajei eram provenientes do Porto, mas foram obrigados a embarcar em Lisboa», explicou, sustentando, Pinto da Costa.
Pinto da Costa e António Salvador, presidentes dos clubes finalistas da Liga Europa de 2011, revelaram que a estratégia para o sucesso passa por «trabalho», «competência», «rigor», «ambição» e «paixão».
Duas das principais bandeiras das cidades do Porto e de Braga, FC Porto e Sporting de Braga, são hoje em dia, de acordo com os seus presidentes, dignos representantes do país ao nível internacional.
Pinto da Costa reviveu alguns dos momentos marcantes da sua longa carreira como dirigente portista, com especial destaque para o «grande gamanço» europeu de que o FC Porto foi vítima «pela equipa do senhor Platini».
O dirigente recordou ainda que, «tirando a Câmara Municipal do Porto, o FC Porto é recebido com pompa e circunstância em todos os lugares» e que a camisola dos “dragões” é praticamente reconhecida em todo o mundo.
O presidente do FC Porto deu ainda a sua opinião sobre um assunto que marca a actualidade, relacionada com o alegado tráfego de influências entre agentes desportivos, políticos e empresário, sob a forma de viagens em comitivas dos clubes.
Pinto da Costa recordou que quando convidou os deputados da Assembleia da República para a final de Sevilha da Taça UEFA deu «tanta guerra», que nunca mais o fez. «Para Dublin não convidei ninguém».
Já o presidente do Sporting de Braga, António Salvador, deu a entender que aprendeu a lição – com as alegadas investigações por parte da PJ à lista dos convidados para Dublin - e revelou que nunca irá repetir o gesto.
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