quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Afinal, como ataca o Porto? Simples e ineficaz

Maisfutebol olhou para o F.C. Porto-Apoel como um teste à qualidade ofensiva dos dragões, num cenário europeu. Vítor Pereira admitiu a necessidade de uma vitória na terceira jornada da Liga dos Campeões e os adeptos anteciparam uma noite de intensa pressão da formação portista.

Perceber como o Porto ataca ajuda a explicar o que funciona e o que falha nesta versão 2011/12. As ideias pré-concebidas assemelharam-se ao filme do jogo. Este F.C. Porto depende, em demasiada, das derivações de Hulk da direita para o centro, com remate.

Suspeitava-se ainda, e confirma-se, que Kléber não é serviço com regularidade pelo ar. Os dragões chegam poucas vezes à linha de fundo, com James (nada inspirado) e Hulk a preferirem o jogo interior. Sobrava Alvaro Pereira, em intensa produção à esquerda. Sapunaru, bem menos.

O meio-campo emperrou. Joga demasiado recuado, com Guarín e Moutinho e pisarem terrenos na linha intermediária para alimentar os flancos. Escassearam ideias num tridente onde Fernando continua ser, quase exclusivamente, um tampão.

O jogo começou pela esquerda. Sem ideias e com Hulk tapado, Alvaro Pereira é a solução. Este evita a linha de fundo e cruza. Uma vez, duas, três. Pelo meio, uma ideia, Moutinho, Guarín, desmarcação pelo chão. Kléber atira contra Chiotis. Coisa rara.

Ao oitavo minuto, Vítor Pereira tenta ajustar a estratégia. Fala com Hulk. Este transmite algo a Guarín. Sapunaru aparece na frente, centra para Kléber a meia altura. Bom remate, defesa para canto.

Hulk marca. Um livre de longe, uma bola parada, frango à mistura, golo. Durou pouco. Ailton empata. Volta tudo ao início.

O empate regressa para a repetição da fórmula. Demasiado simples e ineficaz. Primeiro, Alvaro cruza, ainda longe da área. Depois, aposta-se no lance típico de Hulk. Da direita para o centro, remate. Desviado. O brasileiro não desiste. Insiste na receita.

Pelo meio, alguns improvisos. Fernando remata de longe, por cima. Sapunaru cruza na direita, para o solitário Kléber. Depois, Guarín, também de longe. Sem ideias, o meio-campo do F.C. Porto recorre à meia distância.

A segunda parte não traz novidades. O Apoel agradece e irrita o adversário. Até Varela entrar, restam ensaios de fora da área. Guarín e Moutinho ficam-se pelas intenções, Hulk faz o seu movimento e origina por duas vezes a sensação de golo.

Vítor Pereira decide mexer, finalmente. Varela entra em campo, junta-se a Alvaro Pereira na esquerda e começa a carrilar jogo pelo corredor. Os dois cruzam como o F.C. Porto não cruzara até então.

Faltava, por essa altura, discernimento e concentração. E Walter, talvez. Defour teve a melhor oportunidade, num ressalto na área, mas foi até Hélton a segurar o empate, em cima do apito final.

Em suma, uma fórmula curta para observadores atentos. Poucas soluções para uma prova milionária.



in "maisfutebol.iol.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Estamos a regredir quando deviamos estar a evoluir. Estamos sem alma, sem crença, sem espírito.
O discurso é cinzente, faz de uma pulga um elefante, não motiva, não mobiliza, muito menos galvaniza.
Temos de mudar, de atitude, treinador e jogadores, mas tem de ser já, amanhã, é tarde!

Abraço