A grande época que o APOEL está a fazer foi interrompida no sábado com uma derrota caseira (a segunda da época) contra o AEL de Limassol. O golo solitário teve a assinatura portuguesa de Jorge Monteiro que explicou a O JOGO qual a estratégia para abater o emergente colosso cipriota. "A chave foi encarar o jogo de igual para igual e pressionar em todo o campo. Eles tentaram esticar o jogo, mas nós pressionámos bem os médios e recuperámos muitas bolas. Tivemos a felicidade do Solari falhar um penálti, mas mesmo assim tínhamos o jogo controlado ", explicou.
O extremo, ex-Santa Clara, fez toda a formação no FC Porto, equipa por quem obviamente torce. No Dragão jogou dos seis aos 18 anos e quase se cruzou com Vítor Pereira nas camadas jovens. Nos Açores também falhou por um ano a possibilidade de trabalhar com o treinador portista, que, está convencido, montará uma equipa para vencer. Basta que encare o jogo com seriedade, diz. "O FC Porto não terá qualquer problema para vencer o APOEL, mas não pode pensar que vai defrontar uma equipa fraca. Agora, já nem teoricamente o APOEL é fraco", alerta.
A grande virtude do campeão cipriota é o colectivo, embora também haja destaques individuais. "Se tiver que eleger o melhor, escolho o Ailton (ponta-de-lança). Ele, Manduca, Marcinho e Charalambides são os mais técnicos. Mas a equipa é toda muito homogénea", destaca. "A defesa é organizada, o meio-campo bom tecnicamente e no ataque são muito rápidos", resume, a concluir.
Um camaleão táctico obcecado por jogar bonito
Apesar de o 4x2x3x1 ser a matriz habitual do futebol do APOEL, o treinador Ivan Jovanovic muda muitas vezes em função do adversário, alterando, sobretudo, a estrutura do meio-campo (dois pivôs defensivos em vez de um) ou prescindindo de um médio para lançar um segundo avançado. Mas, de uma forma ou de outra, a equipa nunca joga feio. "O APOEL preocupa-se em jogar bem e em praticar um futebol sempre apoiado, ganhem ou percam" conta Jorge Monteiro.
Com sotaque português e quatro de 2009/10
Em dois anos, o APOEL deu um salto qualitativo, que lhe permite estar agora a lutar pelo apuramento na Champions. Da equipa que perdeu 2-1 no Dragão em 2009/10, restam apenas quatro titulares: o guarda-redes Chiotis, o extremo Charalambides, e os portugueses Nuno Morais e Hélio Pinto.
Hoje, e com um treinador sérvio, a equipa está muito reforçada e, na maioria dos casos, com jogadores que conhecem perfeitamente o futebol português. Paulo Jorge e Kaká, ambos ex-Braga, formam a dupla de centrais. Marcinho (ex-Marítimo) é o criativo de um meio-campo que tem em Nuno Morais (ex-Penafiel) o jogador mais defensivo e em Hélio Pinto (ex-Benfica) o médio de transição. Na esquerda do ataque está Manduca (outro ex-Benfica), que como Charalambides apoiam o goleador Ailton. E tenham cuidado com este brasileiro, que apesar de só ter um golo no campeonato, marcou em seis dos oito jogos europeus já disputados esta época.
Entre portugueses e brasileiros, há nove que falam a nossa língua. Faltam referir o lateral-esquerdo Boaventura e o central suplente Oliveira.
No plantel há ainda dois jogadores que defrontaram Portugal no apuramento para o Euro'2012: Charalambides e o lateral-direito Poursaitidis.
in "ojogo.pt"
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