terça-feira, 18 de outubro de 2011

Outro cubano no Dragão


Daymaro Salina é o segundo cubano no andebol português, tendo assinado contrato por dois anos com o FC Porto. O pivô tem no guarda-redes e compatriota Alfredo Quintana - chegado em Março ao Dragão -, que conhece desde os 15 anos, um bom suporte na adaptação a esta nova etapa da carreira. "Ele tem-me ajudado muito. Conheço o Quintana desde os 15 anos, quando começámos a jogar. Tem sido muito importante, já me levou a conhecer a cidade, a zona do rio, que já sei que se chama Douro. Deu para ver que o Porto é uma cidade muito bonita, com pessoas simpáticas e amáveis, pelo menos aquelas com quem falei", diz Daymaro a O JOGO.
Com 2 metros e 103 kg, este internacional de Cuba está já à disposição de Ljubomir Obradovic, que passa agora a ter uma terceira opção no posto de pivô, juntando-se a Tiago Rocha e Ricardo Pesqueira no plantel dos tricampeões nacionais. "Aqui o trabalho é mais exigente, há uma grande diferença em relação àquilo a que estava habituado. Mas julgo que tenho trabalhado bem", refere o atleta, sentindo-se, "preparado para fazer um bom trabalho", ainda que admita "algum nervosismo" à medida que a possibilidade de se estrear se aproxima.
De resto, Daymaro, que já estava há uns dias a treinar com o plantel, considera o FC Porto "uma equipa maravilhosa, com muita qualidade e composta por grandes jogadores", tendo objectivos claros: "Quero ser campeão. O FC Porto já perdeu dois jogos? Mas está tudo em aberto, nada que mude o pensamento e aquilo que quero é ganhar o campeonato".
Com 58 internacionalizações, Daymaro esteve no Mundial da Croácia, em 2009 - tal como Alfredo Quintana - e conhece, portanto, grandes palcos. Ainda assim, o Dragão Caixa não lhe passou despercebido. "É um pavilhão muito bonito e com grandes condições de trabalho", avaliou, falando num "grande ambiente" quando a conversa se transferiu para o Estádio do Dragão, onde esteve a assistir ao FC Porto-Benfica.

Não contam como estrangeiros

Passando o FC Porto a ter um atleta sérvio (Nenad Malencic) e dois cubanos (Alfredo Quintana e Daymaro Salina), surgiu a questão: quantos jogadores estrangeiros podem ter as equipas portuguesas de andebol? Henrique Torrinha, presidente da Federação de Andebol de Portugal, dissipou as dúvidas. "Este ano mudámos as regras e as equipas que jogam nas competições europeias podem ter dois atletas não comunitários, isto para lhes dar mais possibilidades de competir lá fora, com outros argumentos", começou por dizer Torrinha.
Relativamente aos atletas cubanos, o líder federativo revelou que "as federações de Cuba e Portugal assinaram um protocolo", pelo que os atletas oriundos daquele país jogam nas mesmas condições dos atletas nacionais, não ocupando vagas de estrangeiro. "Temos de ir aos países emergentes e Cuba está a abrir-se ao mundo e tem grandes desportistas", explicou.
Assim, o FC Porto acaba até por ter uma vaga de estrangeiro ainda por preencher no seu plantel.

Mais soluções a pivô e na defesa

Com Ricardo Pesqueira, de apenas 19 anos, em fase de aprendizagem e amadurecimento, o FC Porto tinha em Tiago Rocha o único pivô pronto para as grandes exigências de um tricampeão. Com a chegada de Daymaro Salina, os dragões reforçam aquela posição, tornando o plantel mais consistente e dando mais possibilidades ao técnico Ljubomir Obradovic. Além disso, Daymaro é igualmente um defensor, ajudado pelos seus dois metros de altura, o que vem também dar mais força a um sector que tem sido a imagem de marca da equipa portista e que, está época, ainda não alcançou a forma desejada.

in "ojogo.pt"

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