terça-feira, 29 de novembro de 2011

Hulk até marca mais no meio

Os números não deixam margem para grandes dúvidas: Hulk marca mais golos quando joga no centro do ataque. Vítor Pereira recuperou nos jogos com o Shakhtar e o Braga a fórmula experimentada na última época por André Villas-Boas e uma análise mais fria e detalhada do rendimento do internacional brasileiro é bem capaz de acabar de uma vez por todas com as dúvidas; é que Hulk marcou 10 golos nos onze jogos que realizou como ponta-de-lança ao longo da última época e meia. Sintomático. Mesmo assim, será justo dizer-se que Hulk é mesmo um ponta-de-lança? É claro que não, mas a verdade é que a sua grande qualidade lhe permite fazer essa posição com resultados ainda mais satisfatórios no plano individual. Aliás, e não querendo fazer de Hulk um especialista no jogo aéreo, os factos mostram ainda que os únicos dois golos apontados de cabeça pelo brasileiro desde que chegou ao FC Porto surgiram quando ocupou uma zona mais central do ataque - o últimos dos quais frente ao Braga; o primeiro com o Nacional, na época passada.
Mais há mais: se no plano individual não há dúvidas de que Hulk marca mais quando joga no meio, no aspecto colectivo os números também mostram que a equipa consegue obter excelentes resultados quando é esta a opção do treinador. É que nestes tais onze jogos aqui dissecados, o FC Porto venceu 10 e perdeu apenas 1, na recepção ao Benfica da última época para a Taça de Portugal. Mas venceu, por exemplo, jogos com características tão distintas como a recepção ao Marítimo ou Pinhalnovense, como também as deslocações a Sevilha ou, mais recentemente, a Donetsk.
Hulk já referiu que prefere jogar sobre a direita e o próprio Vítor Pereira não garantiu, após a vitória frente ao Braga, que o brasileiro continuaria no centro do ataque nos jogos que se seguem. A verdade é que este bom rendimento individual e colectivo abre espaço a outra questão: se na época passada Villas-Boas empurrou Hulk para o meio quando não tinha Falcao disponível, agora esta opção parece surgir devido às dúvidas quanto ao rendimento dos dois pontas-de-lança do plantel. Kléber e Walter continuam a apresentar um rendimento demasiado inconstante e, para além disso, existem neste grupo de trabalho vários extremos de qualidade, capazes de desempenhar bem o papel atribuído normalmente a Hulk.
Fica a dúvida do que se seguirá, na certeza, porém, de que o próximo jogo do FC Porto - recepção ao Zenit - está desenhado para nova aposta de Hulk ao meio.

Incrível a 9

ESTREIA CANARINHA

Hulk estreou-se a titular pela selecção brasileira precisamente no centro do ataque: foi frente ao México e o Brasil venceu (2-1). Estas novas experiências no Dragão reforçam-lhe o estatuto de polivalente, que poderá ser bastante útil na hora de Mano Menezes decidir.

NOITE LOUCA EM ISTAMBUL

Há um jogo marcante de Hulk na época passada: na visita a Istambul, para defrontar o Besiktas, o brasileiro jogou a totalidade da segunda parte no centro do ataque devido à expulsão de Maicon (43'), que forçou a saída de Falcao. Resultado: dois golos de Hulk numa vitória (3-1) importante na Liga Europa.

DERROTA COM O RIVAL

O FC Porto só não venceu um jogo quando Hulk jogou no centro do ataque. Foi na recepção ao Benfica (2-0), na última temporada, num jogo referente à primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal.



A dançar com Souza em homenagem ao Vasco

PEDRO MARQUES COSTA
Depois do segundo golo apontado ao Braga, Hulk esperou por Souza para uns passos de dança em forma de festejo. Afinal, que dança estranha foi aquela? E por que razão dançou Hulk com Souza? A história transporta-nos para o outro lado do Atlântico, mais concretamente para o Brasil, onde no próximo domingo se decide entre o Vasco da Gama e o Corinthians quem vai ser o campeão brasileiro. Souza é um confesso torcedor do Vasco, clube que representou antes de sair para o FC Porto, e pediu a Hulk, antes da partida com o Braga, para dançar aquela música em homenagem à equipa do Rio de Janeiro. E aquela música é tão só o novo funk do clube, chamado Trem-Bala da Colina, produzida por um conhecido músico brasileiro, Yuri, e que está em alta rotação, sobretudo entre os adeptos do Vasco, que não se cansam de a cantar - e dançar - no estádio.
Agora sobra outra pergunta: por que terá Hulk aceite o repto do compatriota? É fácil: o avançado torce, no Brasil, pelo Palmeiras, um dos rivais do Corinthians, e não quer ver o grande adversário a festejar o título de campeão no próximo domingo. Curiosamente, é o próprio Palmeiras que poderá impedir o Corinthians de vencer o campeonato, uma vez que terá de vencer o jogo para possibilitar a conquista do Vasco. É caso para dizer que o balneário do FC Porto está tão unido que até há parcerias para "ajudar" a decidir o campeão no... Brasil.

Kléber a marinar com golos saídos do banco

Kléber arrancou a temporada como o sucessor natural de Falcao e até começou por garantir a titularidade na equipa. No entanto, os primeiros golos só surgiram ao quinto jogo, na deslocação à Marinha Grande, onde os portistas venceram confortavelmente (5-2) o Leiria. Depois disso, ainda se seguiram mais dois golos em partidas importantes e de um elevado grau de dificuldade (recepções ao Shakhtar e Benfica) antes de uma seca que antecedeu uma lesão. Depois disso, Kléber voltou a marcar em mais três ocasiões, mas sempre na condição de suplente utilizado: jogos no Dragão com o Nacional, Paços de Ferreira e Braga. Feitas as contas, Kléber marcou sete golos nos 17 jogos realizados pelo FC Porto, 13 dos quais como titular.



Walter voltou a desaparecer depois de Coimbra

Depois de ter sido marginalizado no arranque da temporada, Walter aproveitou a lesão de Kléber para ter oportunidade de se mostrar. Arrancou com apenas 14 minutos em dois jogos (Gil Vicente e Benfica), antes de ter tido a estreia a titular em Coimbra, já em Outubro; Walter marcou um golo e ganhou a confiança do treinador para o jogo seguinte, desta vez frente ao Pêro Pinheiro. Resultado: vitória gorda (8-0) e mais quatro golos marcados. De seguida, falhou a Champions por não estar inscrito, antes de ter voltado a ser titular frente ao Nacional, num jogo em que marcou novamente. E foi tudo. Seguiram-se mais dois jogos a titular sem golos e o regresso à bancada. Pelo menos foi assim frente ao Braga...

in "ojogo.pt"

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