Depois da derrota em Coimbra e consequente contestação da véspera, o regresso ao trabalho para começar a preparar a deslocação a Donetsk fez-se num clima pesado e anormalmente silencioso. Ontem não houve adeptos na porta do Centro de Treinos do Olival, nem sequer um para confrontar a equipa com os recentes maus resultados, e mesmo Vítor Pereira, que orientou o apronto e estará no banco no jogo de quarta-feira da Champions, também não perdeu muito tempo com os jogadores a analisar as ocorrências da derrota frente à Académica; o treinador foi mesmo o último a chegar ao relvado antes do arranque do treino matinal de ontem - momento raro... -, numa altura em que o plantel e restante equipa técnica já estavam reunidos no meio do campo. Depois, Vítor Pereira aproximou-se do grupo de trabalho para soltar algumas palavras em pouco menos de um minuto.
Seguiu-se um silêncio quase absoluto no Olival, quebrado apenas pelas indicações sonoras do preparador-físico, Filipe Almeida, que orientava alguns exercícios com os não-titulares de Coimbra. Quanto aos titulares, aos quais se juntou ainda James, nem uma palavra se ouviu. A habitual corrida à volta do relvado fez-se em silêncio e com os jogadores cabisbaixos, sem as conversas que costumam marcar aquele período da sessão de trabalho. Mesmo depois do treino, e já na intimidade do balneário, também não houve grandes diálogos. Vítor Pereira preferiu não massacrar o plantel, mostrando-se convencido de que todos estarão conscientes dos erros cometidos e da necessidade de reverter a actual situação já na viagem à Ucrânia; Hulk, por exemplo, reconheceu que a exibição foi "horrível" logo após a partida de Coimbra...
Apesar de não ter estado presente durante os 15 minutos de treino abertos à comunicação social, Pinto da Costa também marcou presença no Olival, tal como Antero Henrique e Reinaldo Teles. As figuras mais importantes da estrutura do futebol portista fizeram questão de dar a cara num momento conturbado da temporada, repetindo a aproximação da véspera ao treinador, que tinha sido "escoltado" por Pinto da Costa e Antero Henrique no percurso entre os balneários do Estádio de Coimbra e o autocarro do FC Porto. Nesse momento, Vítor Pereira voltou a ser confrontado pelos adeptos, que exigiram a sua demissão, tal como já tinha acontecido durante o jogo, logo após o segundo golo da Académica. A chegada ao Estádio do Dragão também foi conturbada, com cerca de 200 adeptos a insurgirem-se contra a equipa. No entanto, já estava devidamente preparado um dispositivo policial, por forma a evitar problemas maiores; apesar disso, os jogadores e equipa técnica abandonaram o local - nas viaturas pessoais - através de saídas alternativas, fintando desta forma a fúria dos adeptos. Seguem-se Donetsk e a Liga dos Campeões...
Da noite para o dia...
• Depois do segundo golo da Académica, os adeptos do FC Porto começaram a insurgir-se contra a exibição da equipa e a exigir a demissão de Vítor Pereira.
• Os adeptos esperaram pela saída da equipa do Estádio Cidade de Coimbra. A maior parte dos jogadores foi aplaudida, com excepção de Álvaro Pereira: "Vai para o Chelsea. Honra a camisola", pediram os mais revoltados.
• Vítor Pereira fez o trajecto entre o balneário e o autocarro "escoltado" por Pinto da Costa e Antero Henrique. Apesar disso, voltou a ouvir pedidos de demissão.
• A equipa chegou ao Dragão já depois da meia-noite. À espera estavam cerca de 200 adeptos, que voltaram a manifestar o seu desagrado. A polícia esteve no local e os jogadores e equipa técnica tiveram de abandonar o estádio por saídas alternativas.
• No regresso ao trabalho, não houve adeptos no Olival. Pinto da Costa, Antero Henrique e Reinaldo Teles marcaram presença no treino.
in "ojogo.pt"
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