domingo, 25 de dezembro de 2011

Castro: «Fui à selecção pelo que fiz em Gijón»

Médio do F.C. Porto fala sobre a experiência em Espanha e faz um balanço positivo do ano de 2011


André Castro procura a felicidade em Gijón. Aos 23 anos, o médio português encontrou o seu espaço na Liga espanhola, defrontando alguns dos melhores jogadores do Mundo. Após meio ano de empréstimo, o jogador dos quadros do F.C. Porto aceitou nova cedência ao Sp. Gijón. É uma das referências da equipa. Em entrevista ao Maisfutebol, Castro faz um balanço positivo da experiência:

O Sp. Gijón está nos últimos lugares da Liga. Como está o ambiente?
«Há uma forte esperança e temos vindo a melhorar desde o início da época. Lá em baixo, está tudo muito junto. Temos cinco pontos de vantagem sobre o último classificado e estamos muito perto das equipas que estão acima de nós na classificação. É como se o campeonato começasse agora.»

A que se deveu um arranque tão mau?
«Jogámos logo de início contra as equipas mais difíceis do campeonato, tivemos alguns resultados negativos e isso afectou claramente a nossa confiança. Mas acabámos por recuperar e temos de garantir pontos nestes três jogos que faltam para o final da primeira volta.»

Ainda assim, está feliz pelo regresso ao Sp. Gijón?
«Estou muito feliz por ter regressado a Gijón. Claro que gostava de estar a lutar por outros objectivos, mas jogo no campeonato mais competitivo do Mundo, estou num clube que acredita em mim e tenho vindo a jogar sempre. Já fiz um golo e quatro assistências.»

Sente-se bem no futebol espanhol?
«Sinto que estou a evoluir em Espanha porque tenho a oportunidade de defrontar as melhores equipas e os melhores jogadores do Mundo.»

É muito acarinhado pelos adeptos do Sp. Gijón. Porquê?
«Já no Porto sou muito acarinhado e acontece o mesmo em Gijón. As pessoas dizem que parece que jogo no Sporting desde sempre, talvez pela minha forma de ser e por dar sempre o máximo em todos os jogos. Cantam-me músicas, tratam-me bem, sou feliz nesse aspecto.»

O que acha de ver tantos jogadores portugueses em Espanha?
«Não foi fácil impor-me em Espanha porque os jogadores portugueses são algo criticados aqui. De qualquer forma, sinto um enorme orgulho por ver que quase todas as equipas da Liga espanhola têm jogadores portugueses, algumas até mais jogadores que na Liga de Portugal. Por outro lado, sinto essa tristeza por ver que os clubes portugueses não apostam tanto nos seus talentos. Espero que isso mude em breve. Aqui em Espanha, os plantéis têm 70/80 por cento de jogadores do país.»

Como encarou a sua chamada à selecção nacional em Agosto?
«Penso que fui à selecção nacional pelo trabalho que fiz no Sp. Gijón, na época passada, não por ser do F.C. Porto. O próprio seleccionador Paulo Bento, na altura que fui chamado, disse-me que era importante eu jogar para ter a esperança de ser novamente convocado. Voltar a Gijón acabou por ser a melhor opção para mim.»

O novo período de empréstimo permitiu a Castro defrontar alguns dos melhores jogadores do Mundo com a camisola do Sp. Gijón. Na época passada, colocou um ponto final da invencibilidade caseira de José Mourinho. Este ano, já se cruzou com o treinador português e com Pep Guardiola, que lhe dedicou algumas palavras no final do duelo. Falcao também anda por lá. Num clube inferior ao F.C. Porto:

O que achou da mudança de Falcao para o At. Madrid?
«Para mim, não há dúvidas que o F.C. Porto é superior ao At. Madrid. E também acho que o Falcao é o melhor ponta-de-lança do Mundo. Acho que o futebol do At. Madrid não é o melhor para ele, mas tenho de respeitar a sua decisão. Com certeza que as razões financeiras também pesaram. Desejo-lhe o melhor mas claro que fico triste por sentir que o Falcao merece lutar por títulos e não o poderá fazer no Atlético.»

Como tem sido jogar contra os grandes clubes em Espanha?
«Este ano já me cruzei com o Real Madrid (0-3) e com o Barcelona (0-1). Antes do jogo com o Real, disse numa entrevista que José Mourinho era como um Deus. No dia do jogo, mal me viu, a primeira coisa que fez foi vir agradecer-me pelas palavras. Isso prova o homem que é.»

E com o Barcelona, como correu?
«Contra o Barcelona, perdemos mas penso que fiz um belo jogo. Tanto que, no final, o Guardiola veio dizer-me que eu mordia muito. Encarei isso como um elogio, porque tinha estado sempre em cima do Iniesta e o Xavi durante o jogo, como tem de ser frente ao Barcelona. Gostei bastante de ouvir isso.»

in "maisfutebol.iol.pt"

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