sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Falta trancar a porta

Uma média de um golo sofrido por jogo é o registo de Vítor Pereira no comando técnico do FC Porto, mais do dobro dos números apresentados pela equipa na última temporada em igual número de partidas. Se no aspecto ofensivo a equipa mantém o espírito goleador herdado de André Villas-Boas (média de 2,5 golos marcados por jogo no ano passado; 2,3 esta época), na vertente defensiva Vítor Pereira tem ainda muito trabalho pela frente para estancar de uma vez por todas este problema que ameaça tornar-se ainda mais perigoso. Para se perceber melhor a dimensão deste registo, refira-se que esta temporada os portistas sofreram 20 golos em outros tantos jogos disputados, contra os apenas nove registados nas duas dezenas de partidas disputadas no arranque da última época.
Mesmo tendo em conta o facto de ter defrontado outros adversários, provavelmente até superiores - como já defendeu Vítor Pereira na comparação entre a Liga Europa e a Champions -, a verdade é que a diferença é bastante significativa no que diz respeito aos números defensivos apresentados de um ano para o outro. Sobra a pergunta: quais serão os motivos para estes problemas? A resposta não é fácil de encontrar, havendo apenas a certeza de que o plantel não sofreu grandes alterações. Aliás, na lista de jogadores indiscutíveis da última temporada, o FC Porto só perdeu um avançado (Falcao) e ainda ganhou várias alternativas de inegável qualidade para a defesa e meio-campo, como são os casos de Mangala ou Defour. Uma vez mais, o nome dos adversários não pode servir para justificar tamanha diferença.
O estilo de jogo "ofensivo", de constante "posse de bola" e "pressão alta" tão apregoado por Vítor Pereira tem permitido que a equipa marque muitos golos - fez mais de três em oito ocasiões -, mas também não deixa de ser menos verdade que, em algumas circunstâncias, os portistas se expõem demasiado aos perigos dos adversários. O mais recente jogo com a Académica, para a Taça de Portugal, é um bom exemplo disso mesmo, assim como a visita ao APOEL, uma partida que os portistas perderam na sequência de um contra-ataque desenhado já no tempo de compensação.

Mangala e Rolando formam a dupla de centrais mais eficaz

Ao longo desta temporada, Vítor Pereira já apresentou cinco duplas de centrais diferentes, três delas com Rolando incluído - o internacional português realizou 18 dos 20 jogos da equipa. Sendo assim, Otamendi tem formado com Rolando a dupla mais utilizada, mas também a menos eficaz no que diz respeito a golos sofridos. Com os dois juntos no centro da defesa, o FC Porto encaixou 14 golos em 10 partidas, quase três terços do total da equipa em apenas metade dos jogos realizados. Aliás, com Otamendi e Rolando em campo, os campeões nacionais só não sofreram golos em três ocasiões, um registo bastante fraco para o que é habitual no Dragão, com a curiosidade dessas partidas até terem sido disputadas fora: Guimarães, Académica (Liga) e Shakhtar (Champions). A outra dupla mais utilizada teve Rolando e Mangala como principais protagonistas e, no que diz respeito aos números, foi também com estes dois jogadores que os portistas apresentaram os melhores registos defensivos. Nos cinco jogos que realizaram em parceria, passaram quatro sem sofrer golos (Feirense, Nacional, Paços de Ferreira e Olhanense), tendo encaixado apenas dois na visita ao APOEL, o único jogo de um grau de dificuldade relativamente elevado.


in "ojogo.pt"

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