Kléber deverá regressar ao eixo do ataque do FC Porto em Aveiro. Depois de se ter visto remetido ao banco de suplentes na sequência do afastamento dos azuis e brancos da Taça de Portugal, em Coimbra, e das consequentes alterações promovidas por Vítor Pereira daí para cá, o brasileiro poderá agora beneficiar da vaga aberta com a lesão de Defour frente ao Zenit para regressar à titularidade e enfrentar o desafio de marcar um golo jogando de início, algo que não acontece desde a sexta jornada e do clássico com o Benfica.
Depois disso, Kléber foi dono do lugar no eixo do ataque em São Petersburgo, onde se lesionou, voltou a ser aposta contra o APOEL e na deslocação do FC Porto a Olhão. O balanço do rendimento do internacional brasileiro nos nove primeiros jogos a titular limita-se a quatro golos, um pecúlio magro para as necessidades de uma equipa cujo técnico continua à procura de uma fórmula ofensiva que lhe garanta a fiabilidade necessária para poder manter-se na luta pelo campeonato nacional, depois da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões terem ficado pelo caminho.
Ainda no que diz respeito a este balanço de Kléber, importa ainda referir que enquanto Vítor Pereira experimentou outras fórmulas no ataque, o brasileiro surgiu no banco de suplentes em sete encontros, tendo marcado três golos.
Sem poder caçar com um Falcao, Vítor Pereira tem caçado com "gato", ou melhor, com Hulk que soma dez golos - três dos quais apontados a jogar na posição de ponta-de-lança - surgindo James (5) e Walter (6) numa espécie de segunda linha de goleadores. Sem a tal referência ofensiva desejada no eixo do ataque, o FC Porto tem procurado o caminho da baliza adversária à custa, essencialmente, das assistências de João Moutinho (5), Hulk (3) e Belluschi (3) e dos cruzamentos do mesmo Hulk (3), James (3) e Álvaro Pereira (2), numa temporada em que os golos apontados de bola parada baixaram.
Nos últimos três encontros, o treinador do FC Porto vinha abdicando de uma referência fixa no eixo do ataque, preferindo adaptar Hulk à posição e acrescentar-lhe Djalma e James Rodríguez nas alas, com um sucesso relativo, uma vez que venceu Shakhtar e Braga, mas não conseguiu marcar um golo ao Zenit, vendo-se arredado da Liga dos Campeões. Este cenário poderá agora voltar a alterar-se em Aveiro, mas nem por isso deixará de continuar a alimentar a questão da escassez de opções credíveis no plantel para o eixo do ataque, cabendo aqui uma certa expectativa quanto à atitude a tomar pela SAD do FC Porto com a reabertura do mercado de transferências em Janeiro, até porque o próprio Walter desapareceu das opções de Vítor Pereira desde o fracasso de Coimbra.
Só durou até ao intervalo
O FC Porto regressa amanhã a um estádio onde o seu ataque acabou bloqueado, cedendo ali os dois primeiros pontos do campeonato. O jogo remonta à quinta jornada e ao encontro com o Feirense, que jogou em casa emprestada, e onde Kléber não foi feliz, acabando substituído ao intervalo por Varela. A volta que Vítor Pereira tentou dar aos acontecimentos acabaria, no entanto, por não surtir os efeitos desejados, isto apesar do técnico contar, na altura, até com Walter no banco de suplentes, de onde o avançado brasileiro não chegou a sair.
Peso insustentável de Falcao
Os 15 golos de Falcao marcados na época passada até esta mesma altura pesam quase tanto como os de Walter, Kléber e Hulk somados - contabilizando-se aqui apenas os golos apontados por este último a jogar no eixo do ataque. Com sete golos, Kléber está, portanto, bem longe da produtividade do seu antecessor. Sem um avançado com o mesmo peso que o colombiano, Vítor Pereira tem procurado outras soluções para manter a equipa a marcar, o que não evitou que os campeões nacionais tivessem ficado em branco em cinco dos 21 jogos até agora disputados, três dos quais resultantes de outros tantos empates.
Cruzamentos perdem força
O FC Porto de Vítor Pereira soma menos cinco golos do que o da época passada por esta altura, mas onde se nota mais a diferença é na forma como a equipa aborda o ataque. A dificuldade evidente para encontrar uma solução para jogar no eixo tem levado o colectivo de Vítor Pereira a procurar marcar através de jogadas de futebol mais apoiado, finalizadas com tabelas ou passes de ruptura. Esta é mesmo uma das características que diferencia esta versão dos campeões nacionais, quando na época passada, com André Villas-Boas, o FC Porto abordava preferencialmente os lances ofensivos com cruzamentos para a área, onde dispunha de um jogador que fazia a diferença. Flagrante é também o menor rendimento da equipa em lances de bola parada, considerando-se aqui os golos marcados através de livres, cantos e de grandes penalidades.
in "ojogo.pt"
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