sábado, 7 de janeiro de 2012

Sporting-F.C. Porto, 0-0 (crónica)

Espetáculo intenso, mas sem golos em Alvalade que permite ao F.C. Porto, ao fim de 53 jogos, sair do palco onde sofreu a última derrota para a liga, há quase dois anos, com o estatuto de invencível. A equipa de Vítor Pereira destaca-se no topo da classificação, mas este domingo pode ver o Benfica fugir. Domingos fez tudo o que estava ao seu alcance para destronar o campeão, mas o crescimento do leão vai prosseguir longe do topo e a luta pelo título, mesmo antes da primeira volta, estão cada vez mais complicadas. Feitas as contas, ninguém saiu de Alvalade a sorrir.

Domingos Paciência surpreendeu ao apostar em Renato Neto, acabadinho de chegar, para jogar à frente da defesa, entre Elias e Schaars, deixando Izmailov no banco e mantendo a confiança em Carrillo no lado direito do ataque. Vítor Pereira, por seu lado, inverteu o triângulo do meio-campo, colocando Moutinho ao lado de Fernando, de forma a encaixar com Elias e Schaars, com Belluschi mais solto, nas costas de Hulk. O resultado foi um equilíbrio perfeito no meio-campo, que deixou pouco espaço para as equipas imprimirem velocidade. 

Os dois blocos entraram, aliás, com muitas precauções, procurando, em primeiro lugar, a segurança, antes de assumir qualquer risco. Assim, as oportunidades surgiam apenas em lances de bola parada. Primeiro num livre de Schaars que proporcionou um remate enrolado a Insúa, depois num canto de Moutinho, com Maicon a desviar de cabeça ao primeiro poste para defesa apertada de Patrício. Apesar dos espaços reduzidos, a primeira meia hora foi intensa, com Elias a impor-se como o mais ativo do meio-campo e, do outro lado, Hulk a procurar desequilíbrios, em iniciativas individuais. 

Mais velocidade, o mesmo equilíbrio

A verdade é que as equipas acabaram por encaixar e, no último quarto-de-hora da primeira parte, não se registou um único remate à baliza, com a bola a mudar de dono sistematicamente na zona central do terreno. A abrir a segunda parte, uma arrancada de Hulk provocou um momento de sufoco na área do Sporting, mas o «puzzle» era o mesmo. Domingos foi o primeiro a mexer e com uma aposta de risco, prescindindo de Renato Neto (boa exibição), que estava a funcionar como tampão na zona central, para lançar Matias. Uma alteração e um jogo novo. O velocímetro disparou, com a bola a viajar de área a área a uma velocidade alucinante. Vítor Pereira entrou no jogo e trocou Djalma por James. 

Os treinadores continuaram a alimentar a equipa, Domingos com Izmailov e Evaldo, com Isúa a subir para o lugar de Capel, enquanto Vítor Pereira lançava Defour. As equipas atacavam à vez, mas o F.C. Porto, com Hulk novamente em destaque, ia conseguindo criar mais perigo, e o brasileiro chegou mesmo a marcar, mas depois de partir e posição irregular. Van Wolfswinkel, lançado por Izmailov, também esteve muito perto de marcar, mas Helton não deixou. Vítor Pereira lançou, depois, a última cartada do jogo, com a entrada de Kléber, passando a jogar com Hulk e James pelas alas.

Mas foi o Sporting que voltou a cheirar o golo, numa combina entre Insúa e Matías, com o chileno a descer até à linha de fundo e a cruzar atrasado para Izmailov. Valeu ao F.C. Porto os reflexos de Alvaro Pereira que, sobre a linha de golo, disse que não ao russo. O F.C. Porto também podia ter desfeito o equilíbrio, com um pontapé de James contra Polga, mas o jogo acabou mesmo sem golos. 

Um empate que deixa o F.C. Porto, sem derrotas, no topo, mas com o Benfica à mercê, e o Sporting, já há dois jogos sem vencer, cada vez mais longe da luta pelo título.


in "maisfutebol.iol.pt"

1 comentário:

dragao vila pouca disse...

Talvez tivesse colocado a fasquia para o jogo de ontem demasiado alta, tendo em conta que vinhamos de uma pausa competitiva de 17 dias e isso pesa, mas sinceramente esperava mais. Espera um sinal diferente, de força, pelo menos na mesma linha dos últimos jogos e no jogo de ontem, sem voltarmos aos tempos do Apoel, Olhanense, Académica, voltamos a ser pouco consistentes, pouco soltos, trapalhões e atrapalhados.
Aguardemos pelos próximos jogos para ver se apenas acusamos a paragem ou se é mais qualquer coisa e aproveitemos para arrumar a casa. Depois, empatar em Alvalade não é um drama, na época passada foi igual.

Abraço