É uma pergunta clássica, sobretudo em visitas de clubes ricos. Mancini não escapou. Então, diga-nos lá: quem é que levava da equipa do FC Porto para o seu Manchester milionário? E ele disse. "São muitos os jogadores bons. O Danilo, por exemplo. Segui-o no último ano, é um jovem fantástico. Há também Hulk, Varela, Rodríguez, Moutinho... É difícil escolher", travou, quando a lista já ia longa. Não houve oportunidade para esclarecer qual dos Rodríguez o encanta, se James se Cristian, mas há tempos foi o Cebola quem esteve, timidamente é certo, associado aos rumores do City. Isolado, e também especial, foi a referência do italiano a Lucho González: "O FC Porto melhorou com ele. É um jogador de top, experiente, e muito importante para a equipa".
Diplomacia completa. Pouco diplomática, mas já esperada, foi a entrada de carrinho da Imprensa inglesa. A primeira pergunta pedia o contributo de Mancini para uma boa cabidela: Carlos Tévez, que voltou a Manchester, acusou o italiano de o ter tratado como um cão. Mancini não deu trela: "Este jogo é mais importante do que isso; depois responderei. Mas, nunca o tratei mal. Pelo contrário: tratei-o sempre muito bem. Esta é a minha única resposta sobre o assunto". De facto, mais não disse, embora os ingleses tenham tentado, como recurso, garantir de James Milner, o jogador escolhido para comparecer na sala de Imprensa, mais umas gotinhas de sangue. Perguntaram-lhe se o espírito de equipa estaria comprometido. Milner enrolou, driblou, quase acendeu uma fogueira para colocar as mãos pelo grupo e, resumindo, conseguiu safar-se bem.
Voltando a Mancini, os ingleses jogaram a segunda cartada capaz de garantir títulos em Inglaterra: Mário Balotelli, o temperamental italiano que volta à equipa depois de cumprir quatro jogos de castigo. "Temos 13 jogos na liga inglesa, mais uns oito ou nove na Liga Europa. É importante que não falhe ninguém. Conversei com o Mário e pedi-lhe: Mário, por favor, porta-te bem dentro do campo". Pronto, título garantido. Descontando já os oito ou nove jogos que disse esperar fazer na Liga Europa, num sinal de que não espera tropeçar com os dragões, Mancini ganhou a plateia com Balotelli. "É difícil defini-lo. É um jogador fantástico, jovem, decisivo, mas às vezes comete erros, desconcentrando-se".
Ainda sobre a eliminatória, o treinador do City admitiu que jogar primeiro no Dragão pode ser uma vantagem. "Normalmente é melhor, mas, neste caso, não acho que faça muita diferença. São duas equipas fortes. O FC Porto tem muita experiência europeia, defende bem e tem alas muito rápidos. É muito difícil jogar aqui e este é o grande jogo desta eliminatória", acrescentou Mancini, que disse ter ainda algumas dúvidas no onze.
Kléber é reforço de última hora
O FC Porto realizou, no Estádio do Dragão, a última sessão de trabalho antes do jogo com o Manchester City. Janko voltou a ficar em casa devido a uma síndrome gripal, enquanto Kléber integrou os trabalhos sem qualquer limitação pelo que foi convocado por Vítor Pereira. Mikel, dos sub-19, foi a outra novidade do treino. Sapunaru (por opção) e Janko (já jogou na prova pelo Twente) saíram dos eleitos, sendo rendidos por Rolando e Kléber.
Uma derrota que escapou à memória do italiano
Senhor Mancini, a última recordação que tem da passagem pelo Porto não é boa, pois não? A pergunta saiu assim, mas o treinador não percebeu porquê. "Não? Empatei aqui pelo Inter e ganhei 3-1 em Milão. Acho que foi bom. A derrota com a Lázio (4-1) foi no outro estádio", acrescentou, numa correcção parcialmente incorrecta. O jogo com a Lázio foi no outro estádio, sim senhor, e mais antiga, mas, afinal, a última passagem de Mancini foi mesmo para esquecer. Tanto foi que ele esqueceu mesmo: derrota por 2-0, no Dragão, na época 2005/06. O empate que lembrou tinha sido na temporada anterior, 2004/05. Resumindo: como treinador, Mancini nunca ganhou ao FC Porto em Portugal, o que não quer dizer que, a duas mãos, o saldo não lhe seja favorável...
in "ojogo.pt"
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