Há duas formas de caracterizar Greg Stempin. A mais fácil e sedutora faz-se de adjectivos qualificativos. Muitos, de preferência, e sem dispensar termos obrigatórios, como “brilhante” ou “admirável”, dois “musts” indispensáveis a uma compilação que aspire à credibilidade. Depois… bom, depois há a outra, que se escreve com três letrinhas apenas.
Sem pedir licença, Stempin aglutinou, em menos de dois anos, a sigla inglesa que distingue o mais valioso em campo e o mais precioso da competição. Usa-a quase como um rótulo, ao ponto de não se perceber muito bem quem adoptou quem. É como se se apresentasse, ao início de cada jogo, na qualidade de detentor de um valor inestimável que todo e qualquer adversário aspira roubar-lhe. Stempin é MVP e MVP é Stempin, numa espécie de dois em um comprovado a um ritmo quase semanal, sempre que o norte-americano faz título nos jornais com a designação “Most Valuable Player” agrafada à sua imagem.
Antes de prosseguir entre as linhas de texto, é fundamental que respire fundo. Prepare-se para as repetições, cuja responsabilidade o autor declina em absoluto. A culpa é toda de G, ou “Dgi”, como lhe chamam aqueles que lhe pedem a bola. Os que ousam tirar-lha, dedicam-lhe outro tipo de tratamento, seguramente mais rude, mas, ainda assim, insuficiente para dissimular a admiração.
Líder do ranking MVP depois de concluída a primeira volta, MVP em cinco dos 11 jogos do FC Porto Ferpinta, MVP da final dos playoffs que devolveu o título de campeão aos Dragões depois de seis tentativas falhadas, Gregory John Stempin (assim se chama de facto) não é a mais cintilante das estrelas da Liga por acaso. Por trás da silhueta e do brilho indiscreto de um astro reservado, há a súmula perfeita de factores físicos e psicológicos, e a versão aperfeiçoada por Moncho López, que fez avançar duas posições no terreno o extremo que tinha vestido a camisola dos Milwaukee Bucks, vencido os Chicago Bulls e defrontado LeBron James.
Um pé nos Bucks
Nasceu em Detroit, cidade dos Pistons, da indústria automóvel e das corridas de velocidade. O pai, polícia, e a mãe, técnica de vendas, ensinaram-lhe a “dar no duro”. As palavras são dele. Pronunciadas em inglês, mas traduzidas de imediato, para que não restem dúvidas. “Procura o êxito”, disseram-lhe. Encontrou-o 85 quilómetros adiante, na Universidade de Toledo, no Ohio, onde entrou para a história do estabelecimento de ensino na qualidade de quarto jogador a superar a marca dos 1500 pontos e dos 800 ressaltos.
Por dois meses, teve um pé na NBA. Captou a atenção dos Bucks e cumpriu com eles o estágio de pré-temporada em 2003. Alinhou em dez partidas de exibição e jogou cerca de 30 minutos em duas delas. Fez um duplo-duplo de 12 pontos e 10 ressaltos em Chicago, frente aos Bulls, e defrontou LeBron James, que despontava com a camisola dos Cleveland Cavaliers.
(Este texto é um extracto de um perfil sobre o basquetebolista Greg Stempim, jogador norte-americano do FC Porto Ferpinta sobre o qual pode saber mais na edição de Fevereiro da revista Dragões.)
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