O golo marcado ao Benfica motivou o telefonema doMaisfutebol para a pequena cidade de Planura, em Minas Gerais. Explicámos o objetivo da conversa: perceber como está o Maicon depois deste golo no Clássico. «Já tinha marcado ao Feirense», corrige, atento, Maurides Roque, antes de deixar bem claro: «Pergunte o que quiser, é um prazer falar do meu filho».
As emoções do jogo ainda estavam bem visíveis no discurso do pai do central portista. «Agora é só alegrias, puxa...», desabafa.
«Sabe, é uma emoção muito grande ver um filho triunfar. Somos uma família pobre, trabalhei muitos anos na roça e como motorista para dar o exemplo aos meus filhos e poder investir na carreira deles. O Maicon é um jogador feito. A minha preocupação são os outros dois», afirma Maurides Roque. Já vamos à restante linhagem Roque. Para já, o momento é de Maicon.
Pai e filho ainda não tinham conversado desde a noite de glória no Estádio da Luz. «Com a viagem de Lisboa para o Porto ficou difícil», explicou.
«Falei na quarta-feira e pedi-lhe para fazer um golo, principalmente por ser ao Benfica. Há aquela rivalidade, não é? Os adeptos vão gostar mais dele agora. Disse-lhe: Filho jogue a lateral ou jogue a central, faz o um golo, por favor. Ele riu, disse que ia tentar», conta.
Planura não é uma cidade rica. Tem 14 mil habitantes e a família Roque como uma das referências da região. «Aqui todos veem os jogos do F.C. Porto», conta.
Foi assim com o Clássico? «Claro. Que é que isso... Não perdemos um sequer. No final houve grande festa em Planura. Vários amigos ligaram-me a festejar o golo e a boa fase do Maicon. Estou muito feliz», atira.
O jogo foi difícil de acompanhar. «Muita emoção», lembra. «Quando o Cardozo fez o 2-1 pensei que ia ser difícil. Mas depois o James fez aquele golo e comecei a acreditar de novo. O F.C. Porto tem grande equipa, fiquei um pouco triste por o Falcao ir embora, mas há o Hulk, o James...Acreditava que ainda iam ganhar», garante.
E, depois, uma premonição: «Agora podem não acreditar mas quando vi o James a pôr a bola no chão para marcar o livre disse cá em casa: É agora o golo do Maicon. Foi posição irregular, eu sei, mas quem manda é o árbitro e valeu três pontos como todos os outros.»
E o discurso portista está na ponta da língua. «Fizemos apagar a luz novamente», brinca.
Irmão de Maicon o novo Leandro Damião?
Como contámos, Maurides Roque já não se preocupa com o futuro de Maicon: «É um jogador feito». Agora quer continuar a levar o clã Roque ao sucesso. Até porque ele próprio foi jogador de futebol na região. «Tinha algum jeito, acho que eles saíram ao pai», diz sem hesitar.
«Para além do Maicon, há o Muller, tem 21 anos é central, esteve aí em Portugal e está na equipa B do Internacional de Porto Alegre. O Maurides Roque Júnior tem 17 anos, 1,90 metros e está a fazer a formação no Internacional de Porto Alegre e é uma grande promessa. Aponta o que te digo: vai ser o substituto do Leandro Damião. Não sou só eu que digo isso. Vão ouvir falar muito nele», garante.
Muller e Maurides Júnior podem ser o futuro. Maicon é o presente. O orgulho da família. «Você não imagina a alegria que é ter um filho a representar o país no estrangeiro e uma cidade como Planura. Os meus três filhos são o orgulho da cidade», conclui.
Maicon: de lateral contrariado a central goleador
Golo ao Benfica catapulta aposta pessoal de Vítor Pereira. Pai revela que até nem gostava de ser lateral, mas foi assim que ganhou o lugar
A afirmação de Maicon no F.C. Porto passa muito pela estranha aposta iniciada em Olhão, quando Vítor Pereira viu no pupilo um lateral direito. Uma escolha que parecia condenada ao fracasso, mas acabou por ser decisiva na confiança que transmitiu ao brasileiro.
Maicon nunca deslumbrou como lateral. Mas cumpriu sempre. O pai, Maurides Roque, revela que a ideia de trocar de posição não começou por ser do agrado do seu filho. É nessas alturas, também, que fazem falta os conselhos dos mais velhos.
«No início o Maicon não gostava da ideia de ser lateral, mas eu disse-lhe: «Filho, a sua preocupação tem de ser estar nos onze titulares. A posição não interessa, cabe ao treinador.» Sempre lhe disse que um jogador tem de fazer várias posições. Assim passava a ser uma opção de recurso para o próprio técnico», lembra o pai, em conversa com o Maisfutebol.
Para o treinador portista, de resto, Maurides Roque guarda apenas elogios e um agradecimento. «Fico muito feliz por estar a apostar nele», afirmou, lembrando que o filho até «sentiu dificuldades» porque aquela não era a posição dele.
«Há tempos o Vítor Pereira disse que não era o responsável pelas atuações do Maicon. Disse que o Maicon é que estava bem. Mas eu acredito que o Vítor Pereira é o responsável porque apostou nele. Se não apostasse o meu filho não podia jogar nem como lateral, nem como central, não é? É um grande treinador», atira.
Melhor marca de sempre igualada
O golo marcado ao Benfica é o terceiro da época. Na prática, Maicon já igualou o registo da temporada transata, o melhor de sempre em Portugal. A aposta de Vítor Pereira, também por isso, sai reforçada.
Dizer que Maicon já não provoca desconfianças a ninguém talvez seja um pouco exagerado. Mas, à semelhança de Pepe, Bruno Alves e até Rolando vai convencendo em campo aqueles que sobre ele lançam dúvidas.
O início não foi fácil e a falta de continuidade também não ajudou a ganhar pujança. «Demorou um pouco a afirmar-se, é verdade. Já tinha tido oportunidades com o Villas-Boas, mas acho que agora é de vez. Eu sabia o potencial que ele tem e sabia que ele é jogador para o F.C. Porto, uma das grandes equipas da Europa», garantiu o pai, que lembra ainda a maior machadada na confiança do filho. «Tenho todo o respeito por ele, mas a contratação do Otamendi não deixou o meu filho em boa posição», frisa.
«Eu achava que ele devia ser titular no centro. Para mim ele é melhor que o Otamendi. Quando o Otamendi foi contratado o Maicon perdeu espaço, mas disse-lhe para ter calma e continuar a trabalhar», conta o pai. «Felizmente as coisas agora estão a correr bem. Mantenho o que disse: acho que desta é de vez», conclui quem melhor conhece o central portista.
in "maisfutebol.iol.pt"
Maicon nunca deslumbrou como lateral. Mas cumpriu sempre. O pai, Maurides Roque, revela que a ideia de trocar de posição não começou por ser do agrado do seu filho. É nessas alturas, também, que fazem falta os conselhos dos mais velhos.
«No início o Maicon não gostava da ideia de ser lateral, mas eu disse-lhe: «Filho, a sua preocupação tem de ser estar nos onze titulares. A posição não interessa, cabe ao treinador.» Sempre lhe disse que um jogador tem de fazer várias posições. Assim passava a ser uma opção de recurso para o próprio técnico», lembra o pai, em conversa com o Maisfutebol.
Para o treinador portista, de resto, Maurides Roque guarda apenas elogios e um agradecimento. «Fico muito feliz por estar a apostar nele», afirmou, lembrando que o filho até «sentiu dificuldades» porque aquela não era a posição dele.
«Há tempos o Vítor Pereira disse que não era o responsável pelas atuações do Maicon. Disse que o Maicon é que estava bem. Mas eu acredito que o Vítor Pereira é o responsável porque apostou nele. Se não apostasse o meu filho não podia jogar nem como lateral, nem como central, não é? É um grande treinador», atira.
Melhor marca de sempre igualada
O golo marcado ao Benfica é o terceiro da época. Na prática, Maicon já igualou o registo da temporada transata, o melhor de sempre em Portugal. A aposta de Vítor Pereira, também por isso, sai reforçada.
Dizer que Maicon já não provoca desconfianças a ninguém talvez seja um pouco exagerado. Mas, à semelhança de Pepe, Bruno Alves e até Rolando vai convencendo em campo aqueles que sobre ele lançam dúvidas.
O início não foi fácil e a falta de continuidade também não ajudou a ganhar pujança. «Demorou um pouco a afirmar-se, é verdade. Já tinha tido oportunidades com o Villas-Boas, mas acho que agora é de vez. Eu sabia o potencial que ele tem e sabia que ele é jogador para o F.C. Porto, uma das grandes equipas da Europa», garantiu o pai, que lembra ainda a maior machadada na confiança do filho. «Tenho todo o respeito por ele, mas a contratação do Otamendi não deixou o meu filho em boa posição», frisa.
«Eu achava que ele devia ser titular no centro. Para mim ele é melhor que o Otamendi. Quando o Otamendi foi contratado o Maicon perdeu espaço, mas disse-lhe para ter calma e continuar a trabalhar», conta o pai. «Felizmente as coisas agora estão a correr bem. Mantenho o que disse: acho que desta é de vez», conclui quem melhor conhece o central portista.
in "maisfutebol.iol.pt"
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