Pedro Gil esteve de baixa por uns dias e logo deixou saudades. Quando regressou ao rinque no último fim-de-semana, voltou aos golos. Com arte, magia e classe. O primeiro tento do espanhol nos 9-4 ao HC Braga já percorreu todo o universo cibernético dos adeptos do hóquei e recolheu elogios unânimes. O protagonista agradece, mas lembra um golo que, para si, foi ainda mais especial.
O Pedro esteve uns tempos lesionado e por isso arredado dos rinques e dos golos, mas nesta partida com o HC Braga parecia já estar em grande forma. Foi o regresso ideal?
"O ideal para recuperar a confiança, quando voltamos a competir após lesão, é ganhar o jogo. Depois, é jogar cada vez mais minutos. Se conseguirmos chegar ao golo tanto melhor, pois ajudamos a equipa a vencer. Eu sou avançado e os avançados vivem de golos, como se costuma dizer. Não sou excepção. Estive três jogos sem jogar, mais dois jogos sem marcar, por isso a minha vontade de marcar e ajudar a equipa e os companheiros era ainda maior. Era enorme."
O seu primeiro golo (ndr: na altura, o 8-2) foi, de acordo com os seguidores do hóquei em patins, “genial”. Como recorda esse lance?
"São jogadas que acontecem no momento… Não se pode dizer que tenha sido uma situação previamente pensada. Só quando tive a bola colada ao stick é que pensei no que poderia fazer com ela, não antecipei nada. Quando estamos a falar de um livre directo ainda temos tempo para pensar no que queremos fazer e tentar executá-lo da melhor forma, mas nestes casos não. No decorrer de um jogo fazemos o que dá para fazer, fazemos o que sai no momento. Ali, saiu aquele lance, correu bem, foi um bom golo e… nada mais."
Consegue descrever a jogada aos adeptos?
"É muito difícil descrever a jogada… só se tivesse aqui a bola e o stick! (risos) Eu tenho aquela maneira peculiar de levantar a bola, que não dá para explicar por palavras. Poucos jogadores conseguem fazer aquilo, mas para mim é fácil. Até mais fácil que de outras formas, que eles acham acessíveis e para mim são difíceis (risos). Habituei-me a levantar a bola assim, tentei fazê-lo e rematar à baliza e felizmente marquei."
Percebe-se pelo seu discurso que guarda memórias mais especiais de outros golos. Qual é, então, o seu preferido?
"O meu golo mais marcante foi obtido o ano passado nos quartos-de-final da Liga Europeia, contra o Barcelona. Foi de livre directo e valeu o golo de ouro. Deu-nos a passagem às meias-finais da prova. Foi um bom golo, porque foi bem executado e porque teve a importância que teve. A ideia correu bem! (risos) Felizmente deu-nos uma vitória muito importante e garantiu o apuramento. Para mim é o golo mais especial, até por ter sido marcado contra o Barcelona, um clube do qual eu não gosto nada (risos). Um golo especial é assim, quando é bonito e dá uma vitória; não quando empatamos ou perdemos o jogo ou então ganhamos por muitos golos de diferença. Aí perde um bocado a piada."
Utilizando essa expressão do Pedro Gil, também há quem diga que com tantas vitórias consecutivas do FC Porto Império Bonança no campeonato este “perde a piada”. Como é que a equipa reage a isso?
"É evidente que cada campeonato é mais difícil que o anterior. Os olhos de toda a gente estão sobre nós, as pessoas da modalidade também preferem que apareçam outros campeões… Há quem já esteja “farto” de ver sempre os mesmos a festejar e não se canse de dizer que é melhor para a modalidade haver novos vencedores. Tudo isso se sente em campo. Mas nós somos um grupo unido que consegue ultrapassar todas essas coisas. Podemos ter melhor ou pior jogo, maior ou menor rigor, a determinado momento, mas temos uma grande atitude para continuar a vencer e ultrapassar bem essas condicionantes. Como é óbvio, queremos voltar a ser campeões."
in "fcp.pt"
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