Se o FC Porto está, nesta fase, em clara vantagem sobre os adversários - faça hoje o Benfica o resultado que fizer - deve agradecê-lo a Hulk. A grande diferença nas contas do título faz-se nos jogos entre os três candidatos. Com 10 pontos em quatro jogos, o FC Porto supera o Benfica (cinco) e o Braga (um). Hulk esteve nas três vitórias somadas e é, diretamente, responsável por sete desses pontos conquistados.
O Incrível bisou na primeira volta contra o Braga. Simplificando as contas, e embora admitindo que o jogo poderia ter mudado de curso, o FC Porto perderia por 1-2 se assim não fosse. Na viagem à Luz, o tiro fulminante aos 7' iniciou a vantagem portista, que no final se cifrou em 2-3. Hulk terá garantido dois pontos, tantos como os acrescentados ontem depois de ter batido Quim de pé direito. O golo não foi dos mais vistosos, mas marcar com o pé "cego" é sempre digno de registo. E, por isso, deve também recordar-se que, ao Braga, já tinha marcado de cabeça.
Apesar de esta não estar a ser uma época tão produtiva como a anterior, o brasileiro tem a seu favor o facto de aparecer em quase todos os momentos decisivos. No geral, conta 10 golos, nove assistências e ainda o remate para um autogolo no campeonato. Ou seja, esteve em 35% dos 57 golos marcados pela equipa. Nada mau.
Hulk a dois golos do top-10
O segundo golo de pé direito esta época (em Donetsk marcou o primeiro) foi, para Hulk, o 46º marcado pelo FC Porto em quatro campeonatos que já disputou. Ao consegui-lo, o brasileiro descolou de Kostadinov e igualou McCarthy no 11º lugar da lista dos melhores marcadores de sempre do dragão no campeonato. Mas o melhor estará para vir. Com mais dois golos, junta-se a Cubillas e Lisandro López e passa a integrar o Top-10 da história do clube. Se marcar três, iguala Madjer, no oitavo posto. Mais do que isso é um cenário irreal, pelo menos para já.
Se o feito se concretizar ainda esta época, a marca ganha relevância especial para o Incrível. É que, dos 10 que atualmente estão à sua frente, só quatro (Fernando Gomes Jardel, Abel e Cubillas) precisaram de menos tempo para atingir semelhante registo. É verdade que há outros com médias bem superiores - é o caso de Falcao, por exemplo - mas nenhum soube resistir ao interesse dos grandes clubes tanto tempo como o que precisou Hulk para estar na iminência de entrar num clube muito restrito, onde figuram grandes referências da história do clube, como Hernâni, Cubillas, Madjer ou Gomes. A braçadeira de capitão é um prémio por ser já, também ele, um ícone azul e branco. A velocidade a que galga terrenos tão difíceis de palmilhar como estes é outro, que vai deixar o seu nome gravado para sempre na história do FC Porto.
No somatório de todas as provas, Hulk já entrou neste top há alguns meses. Com 70 golos, é o sétimo melhor, mas esse é um ranking desigual, pois no passado mais longínquo as oportunidades eram muito menores. As competições europeias, por exemplo, só nasceram em 1955. E, até 1971, só o campeão participava. Além disso, até à década de 80, nunca o FC Porto disputou mais de seis jogos internacionais na mesma temporada. Bem diferente dos 17 jogados só na época passada para a Liga Europa.
Se descermos mais umas posições no ranking dos maiores goleadores de sempre dos campeonatos portistas, encontramos outro jogador do atual campeonato: Lucho González. Com o golo marcado ao Olhanense, há pouco mais de uma semana, entrou para o 30º lugar. Está a cinco do 25º posto, ocupado por Rui Barros, que agora só já marca (e bastante) pelo FC Porto Vintage.
70
Hulk já é o sétimo melhor marcador de sempre do FC Porto. Mas na Liga "só" o 11º.in "ojogo.pt"
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