Numa extensa entrevista concedida à publicação francesa "Planete Foot", Mangala diz-se "satisfeito" com a experiência que está a viver no FC Porto, apesar da pouca utilização [13 jogos]. Por isso, espera jogar mais na segunda temporada, tal como aconteceu no Standard de Liège. "Não estou arrependido. Absolutamente nada. Quando cheguei, tive uma conversa franca com o treinador e ele disse-me para ser paciente. A situação é muito clara. Somos quatro defesas-centrais para duas posições. Otamendi, que é muito bom, e Rolando, o patrão, são os titulares. Depois deles, estou eu e o Maicon. Por vezes é difícil ficar sem jogar, mas quando cheguei ao Standard aconteceu o mesmo, tinha muitos jogadores à minha frente. Mas mesmo na minha primeira época de profissional consegui disputar alguns jogos, antes de ter realizado duas temporadas em grande. Agora, espero repetir isso. Não nos podemos esquecer que uma defesa precisa de estabilidade, é um setor que não se pode estar sempre a mudar", referiu, antes de revelar o interesse que o Chelsea demonstrou para o contratar no início da época. "Tinha muitos clubes interessados. Havia o Chelsea, por exemplo, mas a minha decisão foi rápida e escolhi o FC Porto. Na última temporada, tinham conquistado tudo, inclusivamente a Liga Europa, e vencem todos os anos pelo menos um título. Em cada três anos, são duas vezes campeões. Para além disso, estão habituados a contratar jovens para os venderem bem depois. Para mim, este desafio representa um trampolim para o futuro".
Mangala explicou ainda que encontrou muitas diferenças no futebol em Portugal, muito mais "rápido do que na Bélgica", mas é nos clubes que encontra menos semelhanças. "O FC Porto é mesmo outra coisa. É um clube ao nível dos melhores da Europa. Aqui aprende-se muito, mesmo nos treinos. Estou a evoluir ao lado dos melhores jogadores do campeonato português. Quando, nos treinos, tenho de marcar jogadores como o Hulk ou o Kléber, só posso melhorar. Penso que estou a crescer muito mais do que um jogador titular numa equipa pequena do campeonato português".
O jovem internacional francês reconheceu que ainda tem de melhorar na "antecipação e posicionamento", até porque encontrou no FC Porto e em concreto no campeonato português uma forma diferente de abordar o jogo. "No início, perguntei-me: 'o que é que se passa aqui?', isto é tudo muito rápido. Mas com o passar do tempo, fui-me habituando e agora já estou adaptado a este ritmo. O jogo aqui é muito mais animado e variado, e tocamos muito menos vezes na bola. Um, dois toques no máximo... E depois os adversários colocam sempre os passes no momento certo e isso obriga-me a ler o jogo mais rapidamente, a jogar muito na antecipação. No Standard, quase que me limitava a encaixar nos adversários e partir para os duelos físicos. Aqui não, não há tempo para isso, é preciso pensar mais no que se vai fazer, refletir, jogar na antecipação e num bom posicionamento... Percebi logo no primeiro mês que um bom posicionamento era essencial para jogar a este nível", concluiu.
"Aqui há menos pressão"
Mangala surpreendeu na resposta a uma pergunta sobre a forma como tem lidado com a pressão de jogar num clube grande. "No Standard, e apesar de o nível ser inferior, tínhamos de ganhar sempre. Aqui é igual, embora sinta menos pressão!". A resposta curiosa levou a outra pergunta: como é que há menos pressão no FC Porto? Mangala explica, num elogio à experiência dos atuais companheiros. "Lembro-me do primeiro jogo na Champions, com o Shakhtar. No balneário, antes do partida, fiquei com a impressão de que íamos disputar um amigável. O ambiente era verdadeiramente tranquilo. Em contrapartida, quando entraram no campo, deram tudo para ganhar", explicou.
Laurent Blanc fala em "promessa"
Laurent Blanc, selecionador francês, revelou que deposita grande esperança na dupla de centrais da equipa de sub-21, composta por Mangala e Varane, atualmente no Real Madrid. "Fala-se muito de Varane, porque é o mais talentoso, o mais jovem e porque joga no Real Madrid. Mas, ele forma, juntamente com Mangala, uma dupla de centrais muito forte. Os dois juntos são muito sólidos", afirmou Laurent Blanc, quando confrontado sobre quais os jogadores da equipa de sub-21 que podem estar mais perto de serem chamados para a seleção principal de França.
in "ojogo.pt"
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