terça-feira, 24 de abril de 2012

Quarsma: "Hulk é o maior porque não vira as costas a nada"


Não se cruzaram durante mais do que uma pré-temporada no FC Porto, mas a simbólica passagem de testemunho de Quaresma para Hulk significou uma transição entre protagonistas que marcam, de forma indelével, os últimos anos dos dragões. Com o Incrível a carregar a equipa às costas para mais um título, O JOGO ouviu Ricardo Quaresma, que se desfaz em elogios ao sucessor, também ele refém de uma relação com as bancadas que é, muitas vezes, de amor-ódio. "Não há jogadores iguais, muito menos quando se tem estas características. O que digo é que o Hulk já mostrou a sua personalidade e para mim é normal que seja ele a resolver nestes momentos", diz o extremo do Besiktas, que passou quatro anos na Invicta e percebe o que é ser a referência da equipa.
"Adoro ver o Hulk jogar e admiro-o muito porque ele nunca se esconde, corra bem ou mal", assume, revelando identificação com o estilo do brasileiro. "Nisso ele é como eu, tem personalidade e nunca vira as costas. Vai para cima, assume e por isso é que é o maior", elogia Quaresma, que se recorda bem do espanto geral quando um avançado vindo do Brasil aterrou no balneário do FC Porto: "Cresceu muito como jogador, mas a potência dele impressionou-nos logo. Mal o conheci, mas o que vejo em campo é suficiente. É um grande jogador."
Quaresma foi sempre protagonista no Dragão. Pelos momentos inspirados, mas também pelas noites em que acabou vaiado. "Quanto mais me assobiam, mais eu pego na bola e resolvo", chegou a responder. Mais contido nas palavras, Hulk tem dito mais ou menos o mesmo em campo. Depois de uma valente assobiadela contra o Paços de Ferreira, em outubro, a verdade é que o Incrível é indissociável da retoma portista, reassumindo de forma destacada o protagonismo que, em determinada fase, chegou a dividir com James. Por isso, a eleição para MVP conta com um voto de Quaresma no brasileiro: "É a figura do campeonato. Quando foi preciso, ele apareceu..."

A prova que pode haver amor como o primeiro...


Ricardo Quaresma foi campeão no Sporting (2001/02) e tricampeão no FC Porto (2005/06, 06/07 e 07/08). Há já alguns anos longe de Portugal, desmente o ditado tão português que diz que "não há amor como o primeiro". "Continuo a ser adepto do FC Porto, nunca escondi esse carinho. É um grande clube, gerido por pessoas muito competentes, onde fui muito bem tratado e que nunca esquecerei", diz o extremo, que torce por mais um título dos dragões, mas que também não renega a ligação ao Sporting, para quem deseja a máxima sorte na Liga Europa.


"Lucho torna tudo mais fácil"


Desde que aterrou em Pedras Rubras, no dia 30 de janeiro, Lucho não falhou um onze inicial do FC Porto, somando 15 titularidades consecutivas e desmentindo o seu ocaso das opções de Didier Deschamps. A idade, 31 anos, passou a ser uma questão lateral, mas quem com ele jogou tantas temporadas garante nunca ter olhado ao BI. "Não me surpreende nada que ele esteja a jogar sempre e a ser decisivo, nunca tive dúvidas de que o conseguiria", revela Quaresma, que identifica as mais-valias de El Comandante: "O Lucho é líder e quem o contratou sabia muito bem disso. Foi uma grande aquisição, porque é importante no balneário e em campo torna tudo mais fácil."
Sobram elogios para um jogador que é o oposto de Quaresma e Hulk. Cerebral, frio, avesso a protagonismos, Lucho não deixa de ter um cunho muito próprio no futebol dos dragões. "Ele nunca correu muito, por isso não vejo que pudesse haver problemas agora. É inteligente, sabe o que faz, sabe gerir o esforço", sintetiza o internacional português, que remata de forma contundente: "No momento em que aconteceu, o regresso do Lucho foi muito importante para a temporada do FC Porto."
Voltemos aos números, que não os do BI, para perceber, com efeito, que desde a primeira temporada no Marselha (2009/10) que Lucho não conseguia uma sequência tão regular de jogos consecutivos no onze inicial. Com três golos apontados (dois deles na Taça da Liga), o argentino tem sido sobretudo valioso para solidificar um sector que não assentava um trio, depressa revelando entrosamento com Moutinho.

in "ojogo.pt"


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