Em dia de festa, o FC Porto fez questão de assinar uma despedida condizente com a temporada: mostrou qualidade, mas só a espaços, transmitiu a ideia de que apenas precisaria de acelerar para resolver a questão, mas fê-lo pouquíssimas vezes e Hulk resolveu a questão do resultado, como sempre fez nos jogos verdadeiramente a doer, apesar de também ele ter jogado em ritmo festivo, parecendo até displicente em alguns lances. Ao Sporting cabia a missão de ensombrar a comemoração, porque ainda tinha um objetivo grande a atingir, mas falhou-o - e tal nem sequer causa grande estranheza. Enquanto lutou com armas iguais, fez pouco para o conseguir, porque jogar de igual para igual não chega. Curiosamente, apostou fortíssimo quando ficou em inferioridade numérica, acabando a jogar com nove e tendo Elias como único central (e depois ficou com oito, face à lesão de Pereirinha). Apesar da vontade dos jogadores, só podia dar no que deu.
O Sporting começou a partida com dois jogadores que não constavam do boletim inicial de jogo, aparecendo depois do aquecimento Pereirinha e Carrillo nos lugares que estariam destinados a João Pereira e Izmailov. Em termos estruturais, as mudanças pouco significavam e o leão entrou em campo disposto a dividir o jogo com um FC Porto em versão jogo grande, ou seja, sem ponta de lança, cabendo a Hulk jogar mais pelo meio, enquanto as movimentações de James e Varela procuravam confundir as marcações e descobrir espaços. Ou seja, um 4x3x3 esperado que encaixava bem no 4x2x3x1 leonino que passava a 4x4x2 a defender, pois Carrillo e Capel baixavam para junto dos laterais, enquanto Matías e Van Wolfswinkel tentavam fazer uma primeira zona de pressão, da qual os portistas saíam sem dificuldades de maior quando aceleravam, embora nem sempre o fizessem.
Apesar de um punhado de lances de parte a parte ter dado ânimo à partida, as equipas estiveram sempre demasiado encaixadas e não se pode referir uma verdadeira ocasião de golo antes de Polga (50') acertar no poste. Se o FC Porto, no relvado, se ia dando por satisfeito com o empate e até levou o treinador a duas mexidas simultâneas com o objetivo de aumentar o caudal ofensivo, o Sporting expunha-se pouco para quem precisava de vencer para continuar a sonhar com a Champions. Como era de esperar mal aconteceram, a expulsão de Onyewu e o conhecimento de um golo do Braga levaram Sá Pinto a apostar no tudo ou nada, não recompondo a defesa. Frente a um adversário com o potencial do FC Porto, a tendência para o nada seria aí de uns 90% para 10% e piorou bastante quando Polga, que estava a ser um dos melhores em campo, senão mesmo o melhor, fez penálti sobre James e viu o vermelho, deixando o Sporting sem centrais. Para premiar de alguma forma o arrojo (um tanto desmedido) e amenizar os azares, Rui Patrício e Janko encarregaram-se de fazer com que os números não subissem demasiado.
Depois de marcar de penálti, e num aceno que poderá ter o significado de uma despedida, Hulk, depois de uns quantos passes mal dirigidos e outros mal finalizados, decidiu dar mais uma mostra do excecional jogador que é e encerrou a contenda com uma arrancada fenomenal que resultou no 2-0, quando uns apelavam ao brio e os outros não carregavam em demasia.
Do FC Porto ficou o perfume de algumas jogadas de elevada qualidade, as tropelias de Hulk e um balançar exibicional que marcou afinal a própria época, enquanto o Sporting, por entre contrariedades que amenizam o real significado, falhou a meta; não foi ontem, contudo, que perdeu a Champions.
in "ojogo.pt"
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