A transferência de Falcao para o Atlético de Madrid, a uma semana do fecho do mercado, expôs Kléber a uma fasquia demasiado elevada e o brasileiro não teve como corresponder. Ontem, antes de embarcar para férias, o avançado reconheceu que não foi o contexto ideal para ele. "Falcao é o melhor ponta de lança da atualidade e isso pode ter pesado um pouco para mim, mas agora é passado. Quero pensar no futuro e continuar a trabalhar para tentar chegar ao nível dele um dia", declarou.
Kléber acabou por acusar o peso do legado deixado pelo colombiano e apesar de ter conseguido "disfarçar" até ao primeiro terço da temporada, embalado por uma pré-época positiva, a verdade é que acabou por não revelar estrutura para aguentar o peso da responsabilidade. "A pressão faz parte dos grandes clubes, procurei estar com os meus amigos e em contacto com os meus familiares enquanto passava por isso. Não perdi a cabeça, continuei a trabalhar, porque sabia que o momento ia passar. Momentos ruins, todos têm e agora só espero que não volte", explicou. Os três golos apontados em Vila do Conde acabaram por aliviar um pouco as coisas antes das férias: "É sempre importante, porque para quem vive de golos, como eu, e não marca, é sempre difícil. Temos um clima maravilhoso na equipa; criou-se uma grande amizade. Todos estavam a torcer para que eu saísse desta fase e quando fiz golo, todos vieram abraçar-me e isso é que é o FC Porto."
Até ao hat trick, Kléber estivera mais de cinco meses sem marcar. Pelo meio chegou Janko, mas isso não mexeu com ele: "Faz parte do futebol. É normal que um clube se procure reforçar e quem chega vem para ajudar, independentemente da posição. O mais importante foi a conquista do título." Agora vem aí a próxima época e, desta vez, o brasileiro estará em vantagem. "Este ano serviu para aprender, mas acredito que posso brilhar no FC Porto", sustentou. Pelo caminho ficaram os Jogos Olímpicos: "Já imaginava que ia ficar de fora, porque não era utilizado, mas agora quero voltar em grande para ser lembrado novamente."
"Espero que fique, mas se sair, Hulk fará muita falta"
O campeonato ainda não tinha acabado e já se especulava sobre o futuro de Hulk, que via o seu nome associado a uma lista de clubes interessados. Kléber não tem dúvidas de que, a ser verdade, uma eventual transferência causará mossa: "Espero que fique, porque é um grande jogador, que fará muita falta. Mas são coisas a resolver entre o FC Porto e o empresário dele."
Figura marcante da conquista do título acabou por ser Vítor Pereira, e Kléber não hesitou em disparar contra algumas críticas: "Deviam olhar para ele de uma forma diferente. É um homem batalhador, guerreiro e humilde que procura sempre ajudar os que tem à sua volta no clube. Vamos dar uma força para ele, porque a próxima época vai ser melhor ainda."
Alvaro Pereira: "Espero que desta vez entendam e me deixem ir"
Em silêncio há alguns meses, Álvaro Pereira concedeu uma entrevista ao jornal uruguaio "Ovácion" em que não escondeu o desejo de sair do FC Porto, sobretudo se não tiver a certeza de que será titular na próxima temporada. Palito só não quis comentar o episódio da substituição em Braga, embora tenha admitido que isso lhe custou a titularidade. "Fizemos o último encontro do campeonato, mas não sei se foi o meu último. Tenho contrato por mais quatro anos, mas de cada vez que o mercado de transferências abre não se sabe o que acontece", começou por dizer.
A pergunta surgiu por causa dos problemas recentes com Vítor Pereira que o deixaram de fora da equipa. "Dos 46 jogos da época fiz 34. Estive de fora por castigo, dois ou três por lesão e, depois, por aquele episódio com o treinador, mas não quero dar importância a isso. Não falei na altura e não o quero fazer agora. É passado. É óbvio que se não vou jogar, quero seguir o meu caminho", atirou, garantindo ainda não ter falado com os dirigentes do FC Porto sobre este assunto. O que poderá fazer nos próximos dias. "Estava concentrado em ser campeão e em dar tudo pelo clube. Estou tranquilo, mas a realidade é que se ficar é para jogar. Não vou ficar para não jogar. Estou há três anos no FC Porto e sempre dei tudo por esta camisola", frisou. Porém, Palito sabe que a saída não está apenas nas suas mãos. "O que acontecer dependerá do FC Porto porque tenho contrato e tenho de respeitá-lo. Estou muito agradecido ao clube, mas se tiver que sair ficarei feliz. Passei três anos inesquecíveis no Porto e respeito o facto de ter contrato até 2016 e que dependo do clube, mas creio que este é o momento para tomar decisões. Se surgir alguma oportunidade de sair, espero que desta vez o entendam e me deixem ir", pediu.
Na prática, Álvaro Pereira não quer que se repita o último defeso, em que esteve com um pé no Chelsea, então de Villas-Boas. "Tive a possibilidade de ir para lá, mas o FC Porto decidiu que ficava e respeitei porque devo muito ao clube que me paga os salários. Dou tudo por este clube, mas fiquei para jogar. Como tive aquele problema com o treinador deixaram-me de fora. Mas isso é passado, agora quero concentrar-me na seleção apenas."
in "ojogo.pt"
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