Pinto da Costa admitiu ontem, em entrevista ao Porto Canal, que tem saudades de ir à varanda da Câmara Municipal comemorar os títulos do clube, mostrando-se confiante de que as portas da autarquia não se vão manter fechadas por muito mais tempo. "Desde que ganhemos festejamos em qualquer sítio, mas ao ver o Real de Madrid ser recebido pelo alcaide da cidade sinto nostalgia desses tempos. O povo gostava de ver a equipa na varanda daquele edifício majestoso. No ano passado fomos campeões na Luz e sem luz, agora foi na avenida com as luzes da Câmara apagadas. Mas dentro de um ano, seja Manuel Pizarro, Manuel Moreira, Aguiar Branco ou Luís Filipe Menezes, ou outro qualquer, o presidente da Câmara, tenho a certeza de que quando formos campeões seremos recebido nos Paços do Concelho porque há coisas que não fazem escola e a mediocridade tem limites. Depois de ganharmos a Champions, o presidente do Barcelona, Laporta, disse que o FC Porto era o único clube da Europa que não era recebido na autarquia. Mas o rio corre para o mar e quando correr de vez tenho a certeza de que, seja quem for o presidente, no primeiro título que vencermos voltaremos a ser recebidos", insistiu.
Questões políticas à parte, Pinto da Costa falou de arbitragem. "Pelo que vejo nos grandes campeonatos, os nossos árbitros até erram menos do que os estrangeiros. O melhor árbitro é o que erra menos. O Benfica teve muitos pontos no início e começou com um golo em fora de jogo em Barcelos, depois há o escândalo do Guimarães com três penáltis não assinalados e com o Feirense mais dois. Esses pontos somados, se calhar, são mais do que dois ou três casos que eles apresentam e que podem ter razão. Num lance ou noutro fomos beneficiados, mas noutros não. A diferença é que admitimos que erram contra nós, mas não dizemos que é de propósito", atirou.
Num curto balanço à época, o presidente portista voltou a atacar o rival encarnado. "Em janeiro foi decretado que este era o melhor Benfica dos últimos 28 anos, mas na hora da verdade o FC Porto foi melhor. Em abril despediram o Vítor Pereira e isso uniu-nos. Julgam que atacando nos fragilizam, mas estão enganados", garantiu, explicando ainda as saídas no mercado de inverno de Belluschi, Fucile, Guarín, Souza e o "afastamento" de Cristian Rodríguez." O facto de estarem fora da equipa desmotiva e ter quatro ou cinco que não estão focados para treinar, obviamente que o grupo ressente-se e não trabalha com a intensidade que deve", concluiu.
"Vou fazer tudo para que Hulk continue"
Pinto da Costa não está interessado em deixar sair Hulk no próximo defeso. Embora saiba que não será fácil. Por isso, nem sequer garantiu que o Incrível só deixará o FC Porto se alguém pagar a cláusula de rescisão de cem milhões de euros. "Não posso dizer que sim ou que não a isso porque depende de muita coisa, de outros negócios que possam estar interligados com outros jogadores", explicou. Porém, deixou uma garantia aos adeptos: "Tal como na época passada, vou fazer tudo para que o Hulk continue. Não estou interessado em vendê-lo". Ainda em relação à próxima temporada, Pinto da Costa confirmou que Kelvin e Atsu vão realizar a pré-temporada. "São dois jogadores de talento e em quem acreditávamos quando os cedemos. Sabíamos que iam vingar e, por isso, queríamos que jogassem na primeira divisão. Fiquei feliz por se terem valorizado e por terem ajudado o Rio Ave a ficar na I Liga, referiu.
Satisfação por ver Chelsea e Barça seguir o exemplo
A aposta em Vítor Pereira foi outro dos assuntos abordados por Pinto da Costa, que garantiu nunca ter pensado em rescindir com o treinador. "Trabalhou bem, não foi perfeito porque ninguém o é, mas nunca me passou pela cabeça que pudesse acabar o contrato antes do final", assegurou, explicando a opção pelo antigo adjunto de Villas-Boas. "Tudo no futebol é risco. No ano passado vencemos tudo e a oito dias do início da época tivemos a confirmação de que o treinador ia embora. Entendi que o Vítor Pereira teria todas as condições de triunfar e é com satisfação que vejo o Chelsea e o Barcelona seguirem o nosso exemplo. Nós ganhamos tudo mas o Barcelona ganhou mais do que tudo e não teria dificuldade em contratar qualquer treinador, mas a opção foi a nossa. Em conversa com Rosell percebi logo que ele ia fazer o mesmo. Portanto, a nossa opção não é assim tão disparatada porque os outros fazem o mesmo", atirou.
in "ojogo.pt"
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