O quarto triunfo consecutivo do FC Porto é, também, uma novidade esta época. A equipa já nunca conseguirá aproximar-se das 13 vitórias consecutivas do Braga, que é um recorde do campeonato atual, mas conseguiu finalmente quebrar uma malapata que durava desde agosto. Os dragões já tiveram quatro séries de três triunfos consecutivos, mas baquearam sempre à quarta tentativa.
Impossível é, também, igualar a sequência de 10 jogos sem perder entre 23 de novembro e 22 de janeiro, precisamente o período em que Vítor Pereira "inventou" Hulk como ponta de lança e mudou pela primeira vez o figurino tático do FC Porto. É que a estas quatro vitórias deve apenas somar-se o empate em Paços de Ferreira, pois antes perdeu na Luz, para a Taça da Liga.
E, por falar no Incrível, ao marcar o primeiro golo em casa do Marítimo, Hulk garantiu também 10 jogos consecutivos dos dragões a faturar. Assim, alargou um máximo que havia sido atingido na semana anterior, contra o Beira-Mar. O brasileiro é claramente o grande artífice desta fase, pois foram dele sete dos 19 golos deste período. James Rodríguez aparece a seguir na lista com três.
Defesa virou muralha
ANDRÉ MORAISO FC Porto somou, na Madeira, o quarto jogo consecutivo sem sofrer golos. O facto não seria relevante há um ano atrás, pois a equipa de André Villas-Boas conseguiu o mesmo três vezes durante a temporada e numa delas Helton até esteve cinco jogos inviolável. Este ano, porém, só agora a estabilidade defensiva chegou. E, curiosamente, depois da queda daquele que foi o pilar em 2010/11: Rolando.
O último jogo em que o FC Porto sofreu golos - em Paços de Ferreira - foi também o último do internacional português como titular. Desde então a defesa estabilizou. Isto depois de um período verdadeiramente atribulado, em que Vítor Pereira chegou a mudar 14 partidas consecutivas, muitas vezes por opção. Sem Rolando, Maicon fixou-se de vez no eixo ao lado de Otamendi. Sapunaru também agarrou o lugar à direita, depois de algumas semanas em que praticamente só jogava nos desafios caseiros, deixando para Maicon o posto quando o FC Porto atuava fora.
Ao longo destas quatro jornadas, só o lateral-esquerdo mudou. Primeiro por castigo de Álvaro Pereira. Depois por opção técnica, ainda que condicionada pela insatisfação mostrada pelo uruguaio quando foi substituído em Braga.
Neste momento, os dragões contam 372 minutos consecutivos sem sofrer golos, correspondentes aos 360 minutos dos jogos com Marítimo, Beira-Mar, Braga e Olhanense e mais os 12' que distam desde o golo de Melgarejo aos 78' da visita a Paços de Ferreira. Apesar de Helton só agora saber o que é estar quatro jogos sem sofrer golos, já viveu este ano uma série melhor: o recorde é de 403 minutos e durou mais de um mês. A 21 de dezembro, William, do Paços de Ferreira, marcou aos 16' do jogo da Taça da Liga. Depois, passaram-se três jogos sem sofrer golos e, ao quarto, os dragões aguentaram mais 59 minutos até Faouzi marcar pelo V. Guimarães. Se reduzirmos a contagem apenas aos jogos do campeonato, o recorde sobe: são 457 minutos, entre os golos de Gaitán e de Lima, ambos no Dragão, entre a sexta e 11ª jornada da Liga.
Em ambos os casos, o recorde é passível de ser batido já na próxima jornada. E se o FC Porto não sofrer golos até ao final do campeonato, então Vítor Pereira até eleva a eficácia da retaguarda a um nível que neste milénio ainda não se viu.
Com esta melhoria, o FC Porto prepara-se também para terminar o campeonato como a melhor defesa da prova. Neste momento tem 17 golos sofridos, contra 22 do Sporting. Seguem-se Benfica (26) e Braga (26). Ao todo, os dragões sofreram 40 golos em 44 jogos, à média de 0,91 por partida. Com André Villas-Boas esta cifrou-se em 0,72.
Quatro afastados para encontrar a fórmula certa
Vítor Pereira teve muito que palmilhar para encontrar a fórmula defensiva que agora tanto o satisfaz. Na primeira equipa da época apresentou Sapunaru, Rolando, Maicon e Fucile na retaguarda. Mas, quase de imediato, Álvaro Pereira e Otamendi recuperaram os lugares que foram seus em 2010/11. Sapunaru e Maicon foram os preteridos e, durante algum tempo, nada se alterou. Com o passar das jornadas, Fucile também perdeu o comboio. A intermitência de Otamendi convidou a que o treinador apostasse em Mangala, mas também ele sucumbiu, embora primeiramente por lesão. Recentemente, foi Rolando a saltar fora para que Maicon ficasse no eixo e Sapunaru regressasse à direita. Agora foi a vez de Álvaro Pereira também ser preterido, o que significa que só resta Otamendi da defesa preferida nos primeiros meses da época.
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