O verdadeiro El Comandante, mesmo com as pernas pesadas
A FIGURA: Lucho Gonzalez
Deslumbrante até as pernas lhe doerem. Magnífico o pontapé para o primeiro golo, comovente o esforço em sprint até chegar à recarga no segundo. As críticas à fragilidade física de El Comandante têm sido recorrentes, mas quem joga mais com a cabeça do que com o corpo tem a capacidade de durar mais. E mais. Mesmo parado, Lucho faz girar a bola como ninguém, sinaliza como nenhum outro sabe, organiza e distribui tarefas. É um líder, carismático e respeitado. Melhor em campo, sem dúvida.
O MOMENTO: Hulk a acalmar as hostes
A uma primeira parte francamente convincente sucederam-se 20 minutos fracos. O F.C. Porto sentiu-se dominador, até abusador, e baixou o ritmo. Aproveitou o Vitória para se aproximar da área de Helton e ter dois/três lances interessantes. Hulk percebeu os sinais de perigo e acalmou as hostes da casa com um golo soberbo. À entrada da área, uma bomba com selo patenteado. Minuto 67. Daí em diante só deu Porto.
A DESILUSÃO: primeira parte do Vitória
Sete ataques, zero remates, 26 por cento de posse de bola. O Vitória foi confrangedor até ao tempo de descanso. Tem jogadores para ousar mais, tentar mais, acreditar mais. Melhorou até sofrer o segundo golo e voltou a cair a pique.
OUTROS DESTAQUES
Hulk
É um grandíssimo atacante em qualquer parte do mundo. Arrasta a equipa atrás de si, carrega a responsabilidade de ser brilhante, entusiasma o mais cético dos adeptos. Se sair, o F.C. Porto tornar-se-á inevitavelmente mais fraco. Não há outra forma de o escrever. Além da bomba para o 2-0, estilhaçou a marcação cerrada como e quando quis. Teve um gesto de grande companheirismo ao permitir a Jackson Martinez a marcação da grande penalidade para o 4-0. O colombiano precisava disso.
Alex Sandro
Primeira parte de luxo, segunda mais comprometida com as obrigações defensivas. Que diferença faz ter um lateral participativo, corajoso, arrojado nas incursões pelo flanco. Uma equipa grande necessita, cada vez mais, de jogadores com este tipo de características. Alex Sandro esteve em quase tudo o que de bom o F.C. Porto fez. Pormenores de craque, capacidade física, promessas e mais promessas. Após uma época agrilhoado pelo estatuto de Alvaro Pereira, o brasileiro veio para ficar.
Jackson Martinez
Justifica o destaque pelo primeiro golo de dragão ao peito. Hulk endossou-lhe a responsabilidade do penálti e Jackson respondeu com uma adaptação livre do remate à Panenka. Forte, poderoso, convincente, apesar de andar ainda à procura de perceber todos os movimentos da equipa. Grande trabalho individual na última jogada da partida: a bola saiu a rasar o poste.
Rodrigo Defendi
O mais acertado do Vitória, à semelhança do que sucedera contra o Sporting. Não fosse a grande penalidade sobre João Moutinho e podíamos falar de uma atuação sem mácula.
in "maisfutebol.iol.pt"
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