D. Zagreb: só Sammir foge ao excesso de equilíbrio (análise)
Adversário do F.C. Porto raramente se desequilibra, mas também é pouco criativo no ataque.
Pontos fortes:
Equipa taticamente rigorosa, que raramente se
desequilibra. Os laterais nunca sobem no terreno
em simultâneo, os médios defensivos também não, e
os extremos apoiam muito os laterais em tarefas defensivas. O lado
negativo
desse equilíbrio é que a equipa arrisca pouco no
ataque. Os extremos equilibram mais do que desequilibram. Muitas
dificuldades
para criar oportunidades com pouco espaço. A
equipa raramente joga direto, mas a circulação de bola é algo
previsível.
Pontos
fracos:
Alguma intranquilidade defensivas
nas bolas paradas. Dos dez golos sofridos até agora, seis surgiram
desta
forma. O problema está sobretudo nos livres
laterais (quatro desta forma). A marcação individual tem falhado, não
propriamente
por falta de estatura, antes por alguma lentidão
a atacar a bola. Na vertente ofensiva as bolas paradas têm menor peso
(onze
golos em trinta e dois, seis deles de penalty).
Ao pormenor:
Apenas
quatro golos sofridos de bola corrida
atestam a boa organização defensiva. Mérito
coletivo, associado ao rigor tático. O avançado e o «10» fazem a
primeira linha
de pressão, ligeiramente à frente do meio-campo,
e depois forma-se duas linhas coesas de quatro elementos. O quarteto
mais
recuado é sólido. O português Tonel costuma
fazer dupla com o experiente Simunic (algo lento mas grande sentido
posicional).
Na direita joga o combativo Vida, que sobe bem e
é perigoso nas bolas paradas (quatro golos esta época). Sempre que
Tonel
ou Simunic estão indisponíveis, Vida joga no
eixo, e o lado direito fica entregue ao jovem Vrsaljko. O lado esquerdo
tem sido
alternado por Pivaric e Ibanez, mas este último
tem jogado sobretudo a meio-campo. Pivaric acaba por ser o elemento mais
fraco
do quarteto defensivo, e os adversários tentam
explorar isso, mas aos 23 anos parece preparado para a época de
afirmação.
O
Dinamo controla bem os contra-ataques
adversários, confiante no seu equilíbrio. Por isso não tem tendência
para «matar» as
jogadas no meio-campo contrário, algo que pode
sair caro. A principal referência na zona intermediária era o capitão
Badelj,
mas foi vendido ao Hamburgo. As alternativas são
Ademi, o argentino Calello e o reforço Marcelo Brozovic, um
«todo-o-terrreno»
de apenas 19 anos, contratado ao Lokomotiva. Há
ainda o polivalente bósnio Alispahic, que também pode ser extremo.
Nota-se
alguma escassez de opções no meio-campo,
sobretudo nas alas, e o treinador ainda prescindiu de Leko e Prokrivac,
por «falta
de motivação». Rukavina tem sido o extremo mais
consistente, com quatro golos marcados, e é um jogador muito perigoso,
mas
com tendência para procurar o espaço interior.
Falta um extremo que dê maior largura ao ataque do Dínamo. Ibanez é um
jogador
perigoso na cobrança de bolas paradas, mas pouco
acutilante ofensivamente, demasiado «amarrado» às características
defensivas.
Peko e Tomecak também ainda não são apostas
sólidas. Bryan Carrasco, o chileno recém-contratado, pode ser a solução
para dar
maior largura à equipa, e também maior
irreverência.
Os únicos «rasgos» são do «10», Sammir, a
estrela da
equipa. O brasileiro joga muitas vezes a passo,
mas para adormecer o adversário e depois embalar em velocidade para a
baliza.
Com espaço nos últimos trinta metros é muito
perigoso. Com remate forte, é também uma ameaça nas bolas paradas
(cantos, livres
e penalties, sempre bem colocados).
Beqiraj
tem sido a principal referência ofensiva do Dinamo nas últimas épocas,
mas este ano tem dividido a titularidade com
Duje Cop (ex-Nacional), um jogador mais móvel, e que por isso também é
utilizado
ocasionalmente a partir do flanco. Beqiraj é
ligeiramente mais possante, mais habilitado a ganhar espaços na área.
Krstanovic,
mais experiente, esteve lesionado, e está agora a
reaparecer. Referência ainda para Dino Spehar, filho do
ex-sportinguista
Robert Spehar, que com apenas 18 anos tem andado
longe da titularidade.
in "maisfutebol.iol.pt"
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