LC: F.C. Porto-Dínamo Kiev, 3-2 (crónica)
Cha-cha-cha num Porto de reação. Jackson bisou na terceira vitória consecutiva dos dragões na Champions
Um F.C. Porto de reação para o pleno vitorioso na fase de grupos da
Champions (3-2). Nove pontos, tudo encaminhado. O Dragão
tremeu com os primeiros golos sofridos da época
mas descansou nos virtuosos pés de Jackson Martínez. Esta noite, o
remédio
para os problemas de ansiedade ganhou uma
alcunha: cha-cha-cha.
Cha-cha-cha. Remata de bicicleta à trave,
mesmo
com o jogo interrompido. Aguenta a carga e
descobre o buraco da agulha, por baixo do corpo de Shovkovskiy. Marca.
Vai ao balneário,
reaparece, domina e remate estiloso,
sobranceiro, ligeiramente ao lado.
Cha-cha-cha. Oito golos, oito
em dez, o
registo inolvidável de outro colombiano que não
Falcao, nada a ver, tudo em Jackson Martínez é outra coisa qualquer. Não
dobra
as costas, jamais, esquece a fita para o cabelo,
usa as pernas longas que deus lhe deu e cria.
Cha-cha-cha.
Inventa
espaços, cai nos flancos, voluntaria-se sem se
dar pela presença. Toca, foge, aparece. E marca. Marca quase sempre. São
oito
em dez jogos, um a valer a Supertaça, outros
cinco na Liga, agora a estreia na Champions. A dobrar.
Foi dia de
Jackson
Martínez. Uma vez mais. Recebe um elogio público
de Arsène Wenger, lê sobre a política de contratações do F.C. Porto,
sobre
a qualidade de Martínez e Rodriguez, o James.
Partilha a história e combina algo: um golo colombiano na noite do
Dragão. Mas
não fica por ali. Faz mais.
Há Martínez para cada problema
Minuto
36, Dínamo a adomercer o adversário.
O coletivo procura soluções, não as encontra.
James Rodriguez, o extremo que joga bem no centro, fala a língua do
compatriota,
faz um passe a saltitar porque sim, porque tem
de ser. E serve. Agora Cha-cha-cha. Ele aguenta o embate, mantém a noção
do
espaço e resolver um problema. Aparece outro?
Resolve de novo (78m), agora a passe de Lucho, conclusão, fácil, a
valer. É
craque.
O F.C. Porto entrara com pressão
altíssima, discrepância gritante em relação à segunda linha de Vizela,
frente
ao Santa Eulália. Mandão, apressado, envolvente.
Faltavam uns milhares de adeptos, é certo, que o fim do mês está à
porta
e a carteira já passa fome.
Silvestre
Varela inaugura a contagem perante trinta mil espectadores, um
quarto-de-hora
volvido. Quinze minutos apenas e uma promessa de
noite tranquila. Lucho tabela com Jackson e serve o português. Varela
enche
o pé, bola ao ângulo, golo.
O Dínamo de
Kiev, três pontos à partida para esta jornada, parecia acomodado.
Aceitara
o seu fado. Miguel Veloso transmitia as maiores
sensações de perigo, em lances de bola parada, mas soava a pouco.
Bastou.
Gerir
para sofrer
Ao minuto 21, no meio de nada e de tudo ao mesmo tempo, Gusev fez o empate. Canto de Veloso, Mangala
batido nas costas, Helton a ver, liberdade total para o golo de cabeça na pequena área. Desacerto total.
Surge
então
Jackson Martínez e o Dragão volta a respirar
fundo. Controla, sem forçar. Gere, gere apenas, deixa perdurar aquela
sensação
de inquietude, o 2-1 basta-lhe, não se percebe.
O
F.C. Porto adormecera, não restavam dúvidas. Dividia-se entre
o conforto do ataque, refrescado com a entrada
de Atsu, e tremores defensivos a anunciar o pior. Helton salvou uma,
Ideye
marcou à segunda.
Ideye permitiu a
defesa do guardião portista ao minuto 72, quando Maicon e Otamendi
saltaram à
mesma bola, de cabeça, para entregar a mesma ao
adversário. Logo depois, mais do mesmo, passe pelo ar e a defesa
portista
a ver jogar. Desta vez, o nigeriano não perdoou.
Castigo para a casa.
Vítor Pereira reage, não reúne concenso mas
tira Mourinho para lançar Defour. Deixa Lucho em
campo. Acerta. Seis minutos após o tento ucraniano, a resposta. Bom
passe
de Danilo, Lucho González a correr como um jovem
pela direita, passe com regra e esquadro, segunda assistência do jogo,
Jackson
a bisar (3-2).
O F.C. Porto reagiu de novo. Como mais gosta. Saiu por cima. Com cha-cha-cha
in "maisfutebol.iol.pt"
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