quarta-feira, 24 de outubro de 2012

LC: F.C. Porto-Dínamo Kiev, 3-2 (destaques)

A Figura: Jackson Martinez
Oito golos em dez jogos. Os números ilustram a capacidade mortífera deste pont
a-de-lança descoberto nas profundezas das Chiapas. O passe de James Rodríguez é ótimo, a movimentação de Jackson digna de vénia e a finalização tão simples quanto eficaz. Na primeira parte, fundamentalmente nesse período, teve pormenores de craque. A receber, a tocar para trás, enfim, a comprovar ser um avançado de equipa grande. O mais belo ficou, porém, reservado para a segunda parte. À meia-volta, na zona do penálti, Cha cha cha Martinez disparou de primeira e a bola passou a rasar o poste, ainda antes de encostar para golo uma assistência de Lucho. A decidir, pois claro, como fazem os melhores.

O Momento: minuto 78, alívio no Dragão
É impossível perceber a passividade que toma conta do F.C. Porto em determinados momentos. A vencer apenas por 2-1, a equipa desacelerou, tomou-se de uma arrogância imperdoável e permitiu ao inofensivo Dínamo chegar à igualdade. Valeu a reação imediata, com Danilo a tocar em Lucho e o argentino a avisar Jackson que chegara a hora de sossegar as gentes portistas.

O Negativo: menos de 30 mil espetadores
O F.C. Porto não jogava em casa desde o clássico contra o Sporting (7 de outubro), mas nem as saudades permitiram encher o Dragão. Foram apenas 29.317 as almas que estiveram a ver ao vivo o triunfo sobre o Dínamo Kiev. O final do mês, as carteiras vazias, a rude austeridade, provavelmente a explicação residirá aqui.

A Crónica do Jogo: Cha-cha-cha num Porto de reação

OUTROS DESTAQUES

Silvestre Varela
Belo início de jogo, à semelhança do que tem sucedido, consolidado com um grande golo. O pontapé na área do Dínamo é fortíssimo e deixou o experiente Shovkovskiy completamente impotente. Foi o segundo golo de Varela, que marcara já ao Beira-Mar. Até ao intervalo manteve um nível interessante, muito participativo, embora a decidir muitas vezes mal. Na segunda desapareceu por completo, tal como já sucedeu noutras ocasiões, até abrir espaço para a entrada de Christian Atsu. Tem de ser mais constante, mais estável.

James Rodríguez
É no centro que respira livremente. É no centro que pensa e executa ao nível dos melhores. É no centro que encontra as linhas de passe aparentemente impossíveis e é no centro que se aproxima da genialidade. O segundo golo do F.C. Porto germina neste pé esquerdo diabólico. Tentou sempre partir da direita para definir no meio. É assim que gosta de jogar e é assim que joga melhor.

Miguel Veloso
O melhor do Dínamo até à meia-hora. Agressivo, pressionante, alheio aos assobios das bancadas. Arrancou um belo pontapé de pé direito e obrigou Helton a defesa dificílima para canto. Foi dessa forma que cruzou para o cabeceamento fácil de Gusev no 1-1. Baixou drasticamente de rendimento na etapa complementar, mantendo-se somente em evidência pelas quezílias mantidas com alguns dragões. Saiu do relvado debaixo de uma vaia monumental, depois de se ter pegado com Maicon e Fernando. Desconhecíamos este lado selvagem de Miguel Veloso.

Andriy Yarmolenko
Bom jogador este esquerdino. Na direita, bola sempre colada ao pé e pronto a causar trabalhos a quem lhe aparece pela frente. Não gosta de defender, mas é um executante muito interessante.

Lucho Gonzalez
Duas assistências para golo, presença sempre determinante ao longo de 90 minutos. Não foi à toa que Vítor Pereira preferiu, por uma vez, abdicar de João Moutinho e manter Lucho, na hora de refrescar o meio-campo. Uma das melhores aparições da época. 

in "maisfutebol.iol.pt"

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