Aliciado no inverno de 2011 pelo projeto e pelos milhões de Nasser Al-Khelaifi, Alex foi um dos primeiros atores da "Nouvelle Vague" no Parque dos Príncipes. O defesa central brasileiro chegou à capital fancesa para liderar o «sonho» megalómano - mas em estado embrionário - dos novos donos do Paris Saint-Germain, acabando por integrar o primeiro «esboço» de uma equipa que só agora começa a ganhar contornos reais à medida das aspirações do Sheik.
O sempre difícil ano de arranque e o talento de Ibra
Importa esclarecer que Alex está na antítese do ego de um Zlatan Ibrahimovic, feito à medida da nova realidade que impera no Paris SG. Encontrei-me com o internacional «canarinho» no centro de treinos do clube, a 30 quilómetros do reboliço da capital, e acabei por conversar com um homem tranquilo e recatado, de palavras quase sempre dotadas de grande realismo e prudência; e foi nesse tom que explicou ao zerozero.pt porque motivo o Paris SG não foi campeão na última temporada.
«Toda a gente pergunta isso, mas a verdade é que o primeiro ano é sempre mais difícil porque a equipa precisa de ganhar o entrosamento necessário. Esta época sim, sinto uma grande diferença e uma grande confiança no grupo, e isso ajuda os jogadores que chegaram agora, como é o caso do Ibra», conta Alex, recordando a sua própria chegada a Paris: «Na altura cheguei com o Maxwell e com o Thiago Motta e também precisamos de ganhar essa confiança. Hoje sinto que ela existe e sabemos que podemos chegar longe nas competições», afiança.
Alex foi um dos primeiros reforços do «novo» Paris SG, em 2011, e esteve à conversa com o zerozero.pt ©psg.fr
«Acho um pouco arriscado afirmar que o Ibrahimovic vai ganhar a "Bola de Ouro". É um prémio muito disputado por grandes jogadores e há claramente dois deles (Cristiano e Messi) que estão na frente dessa corrida. Mas sei que ele foi novamente distinguido como melhor jogador da Suécia... Há vários prémios e claro que ele está sempre entre os eleitos para os poder ganhar», diz ao zerozero, sem perder a delicadeza para com o sueco.
Lucas Moura, «mais um para poucas posições»
A conversa, com vista para os dois relvados do Camp des Loges - já preparados para o treino que se seguiria -, prossegue em tom de «avaliação» aos companheiros; entre eles está Thiago Silva: «Sempre disse, e repito: para mim, o Thiago Silva é o melhor defesa central do Mundo», atira sem pestanejar, antes de continuar a elogiar o ex-jogador do AC Milan.
«Já tem uma grande experiência enquanto jogador, e obviamente que assim sendo é também uma grande experiência para mim poder jogar ao lado dele e aprender. Ele ainda é novo e espero que possa ficar no Paris SG durante largos anos e continuar a ser tão útil como tem sido até hoje, ajudando o clube a conseguir os grandes objetivos que definiu, que é conseguir vários títulos.»
E por falar em brasileiros, em janeiro chega mais um: Lucas Moura: «Na verdade, ainda não tive qualquer contacto com ele, mas no Brasil é muito elogiado. Ele e o Neymar são os dois melhores jogadores a atuar no campeonato brasileiro. Eu vejo muito os jogos no Brasil e não tenho dúvida que é um grande jogador, com um estilo semelhante ao do Lavezzi; um jogador rápido e muito forte nos contra-ataques. Vai ser mais uma 'dor de cabeça' para o treinador, porque é mais um grande jogador para poucas posições», comenta sobre o compatriota.
Um FC Porto mais experiente, um Paris SG ambicioso
O defesa central brasileiro tem alternado a titularidade com Sakho esta temporada. Ao zerozero.pt falou dos colegas, da evolução do PSG e dos duelos com o FC Porto ©psg.fr
«É verdade, e nós até comentamos antes do jogo em Portugal que o FC Porto é uma equipa que está habituada a jogar praticamente todas as épocas a Liga dos Campeões, enquanto que para a nossa equipa é uma experiência diferente estar a atuar nesta competição. E no Dragão acabámos por sentir muito isso e o FC Porto também soube aproveitar muito bem o fator casa», recorda o brasileiro, que não foi utilizado na derrota por 1x0 na Invicta.
Ainda assim, Alex tem bem presente o novo lema do Paris SG, propalado por toda a cidade: «Sonhar mais alto»: «Temos o objetivo de nos qualificar no primeiro lugar do grupo e ainda há o jogo com o FC Porto aqui em nossa casa. Sabemos que vai ser difícil, mas precisamos de uma vitória sobre o FC Porto e de fazer um bom resultado também em Kiev para isso», remata sobre a Liga dos Campeões e as contas do grupo.
«Quem não gostaria de ter o Cristiano Ronaldo?»
Carlo Ancelotti estava pronto, agasalhado do intenso frio de Saint-Germain; o treino estava quase a começar. Por isso, tempo apenas para uma última pergunta: «Se eu gostava que o Cristiano Ronaldo viesse para o Paris SG? Claro! Quem é que não gostaria? É um jogador de outro nível, como o próprio Ibra. Está sempre entre os melhores do Mundo e acaba por fazer a diferença em qualquer equipa», atira Alex. Pela primeira vez parece menos contido, contagiado pela ideia de ter o português no Parque dos Príncipes. «Apesar das dificuldades que será contratá-lo, gostaríamos de ter o Cristiano Ronaldo. Ele faria a nossa equipa diferente, iria transformá-la numa equipa melhor e seria uma grande ajuda para o Paris SG conseguir os títulos que almeja», acrescenta antes de sair. Obrigado e bom treino, Alex!
in "zerozero.pt"
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