Christian Atsu, com duas assistências, encheu o campo do comandante Lucho
O FC Porto exorcisou à bomba o fantasma da IV eliminatória da Taça de Portugal que pairava sobre o dragão há sensivelmente um ano, quando os azuis e brancos caíram com estrondo em Coimbra diante da Académica.
Na antevisão ao encontro, Vítor Pereira recordou o episódio, numa espécie de alerta para os jogadores. Mesmo escaldado pela (pouca) produção dos dragões na ronda anterior, diante do Santa Eulália, o técnico portista voltou a apostar em alguns dos menos utilizados do plantel.
A prova de confiança surtiu, desta vez, o efeito desejado, já que os dragões assumiram um postura autoritária desde o apito inicial de Paulo Costa.
E foi sentado num banco cheio de estrelas, com James, Jackson e Moutinho, que Vítor Pereira viu Kléber ficar a centímetros do golo, logo aos sete minutos, mas o brasileiro não teve cabeça para responder, da melhor maneira, a um cruzamento magistral de Lucho González.
Do outro lado Manuel Machado, ciente das fragilidades defensivas do Nacional, abordou o jogo com respeito pelos campeões nacionais, mas o recuo estratégico dos madeirenses acabou por se confundir com algum tremor.
Tanto foi que, durante toda a primeira parte, os insulares apenas conseguiram criar algum perigo através de lances de bola parada.
O FC Porto dominou, por completo, as operações na fase inicial do jogo, com maior percentagem de posse de bola, chegando, por isso, com naturalidade à vantagem num remate, de primeira, de Lucho González a corresponder, da melhor maneira, a um cruzamento teleguiado de Christian Atsu.
O golo portista teve o dom de soltar as amarras dos madeirenses. A equipa adiantou-se no terreno, passou a pressionar mais à frente, embora sem construir oportunidades de bola corrida.
Nos 45 minutos iniciais, o melhor que se viu do Nacional foi um remate de Revson, na cobrança de um livre, ainda assim sem a pontaria desejada.
Catedráticos para sentenciar
Manuel Machado aproveitou o intervalo para corrigir posicionamentos na equipa e, aqui sim, o Nacional deu, efectivamente, mostras de querer regressar à discussão da eliminatória.
As chamadas de Keita, primeira, e Candeias, depois, despertaram os madeirenses que tiveram duas boas ocasiões para visar a baliza de Fabiano.
Mateus, logo aos 50 minutos, ganhou em velocidade sobre Abdoulaye, mas atrapalhou-se com a bola. A seguir foi Diego Barcelos, num remate acrobático que passou rente ao poste das redes portistas.
Vitor Pereira acusou toque, olhou para o lado e colocou em campo os catedráticos Moutinho e James Rodrígues. Pouco depois, o improvável Magala fez o segundo dos dragões e colocou o ponto final na eliminatória.
A barra energética dos madeirenses caiu a pique com o segundo golo portista, como se de um soco no estômago se tratasse, até pela prestação que a equipa vinha apresentando desde o reatamento do encontro.
Ainda assim, o equilíbrio aparente que era transmitido do relvado durante a segunda parte só se esfumou com o recurso às vedetas portistas que saltaram do banco.
E mais desnivelado ficou quando Kléber, em cima do apito final, assinou o terceiro golo portista. Afinal de contas, apesar de nem sempre ganhar a melhor equipa, ter bons jogadores ajuda. E de que maneira.
in "maisfutebol.iol.pt"
2 comentários:
Fabiano, Miguel Lopes, Abdoulaye, Otamendi e Mangala, Castro, Defour e Lucho, Iturbe, Kléber e Atsu.
Se olharmos para cima, para a equipa que entrou, rapidamente constatamos que apenas 2 jogadores, normalmente, titulares indiscutíveis, Otamendi e Lucho, entraram de início. Isso diz tudo das demasiadas alterações e alguns riscos que Vítor Pereira aceitou correr. Mas, mesmo com um conjunto muito diferente do habitual, a equipa portista fez uma primeira-parte muito agradável e chegou ao intervalo a vencer justamente por 1-0. Apesar de um ou outro lance de perigo, mais depois do golo de Lucho aos 27 minutos - fantástica a jogada de Atsu, circunstancialmente na direita, com um cruzamento para o 2º poste, onde apareceu El Comandante, de primeira e sem deixar cair no chão, a fazer um magnífico golo - e quase sempre através de lances de bola parada, livres, cantos e até lançamentos laterais, o F.C.Porto foi melhor. Com excepção de Mangala, com dificuldades naturais a atacar, mas também na cobertura ao jogador que lhe surgia por ali e Kléber, que não aproveitou duas belos ocasiões de golo, o resto da equipa movimentou-se e organizou-se bem, soube ter bola, fazê-la circular, foi capaz de pressionar e fez algumas jogadas interessantes. Atendendo à equipa utilizada, os primeiros 45 minutos portistas foram uma agradável surpresa e o resultado nem merecia discussão.
A segunda-parte foi muito parecida com a primeira.
Sendo o jogo de Taça de Portugal, a eliminar, era natural que o Nacional tenha saído para o jogo mais activo, mais atrevido, mais perigoso. Mas, a equipa portista, com a defesa, guarda-redes incluído - Fabiano, ainda tem coisas a melhorar, nomeadamente, nas saídas aos cruzamentos, mas tem tudo para vir a ser no futuro o nº1 -, aguentou e depois, com o 2-0 por Mangala e a entrada da qualidade que Moutinho e James, primeiro e Danilo depois, trouxeram, o F.C.Porto geriu bem, controlou melhor e ainda aumentou, num belo lance que Kléber concretizou - espero que seja o clique para que o nº11 portista, arrebite, definitivamente.
Mais golo menos golo, ninguém colocará em causa ajustiça da vitória do bi-campeão. A lamentar a lesão de Mangala.
Nota final:
Atendendo aos condicionalismos que impediram o trabalho normal de preparação do jogo; atendendo à equipa que entrou, sem rotinas e com jogadores pouco rodados; podemos considerar que a vitória e a exibição do F.C.Porto foi uma belíssima surpresa. Vítor Pereira arriscou e deu uma oportunidade a quem tanto a tem reclamado e o F.C.Porto pode ter ganho jogadores para o futuro. Abdoulaye joga como um veterano e deve ser a luz que ilumina, Iturbe, Castro, Kelvin...
Obviamente não referi C.Atsu, esse já é uma certeza e hoje demonstrou-o exuberantemente.
Abraço
Jogo bem controlado, numa exibição quanto baste, numa equipa claramente de gestão (inteligente e bem sucedida), tendo em conta as incidências da semana e os jogos que se seguem.
Constatação de muito espírito de grupo, mentalidade ganhadora, ambição, confiança e responsabilidade, factores essenciais na formação dos campeões.
Continuemos assim e o futuro continuará a ser risonho.
Parabéns a todos.
Um abraço
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