O FC Porto entrou para o jogo com o Olhanense com a possibilidade de terminar a 18ª jornada da Liga Zon Sagres isolado no primeiro lugar, depois do empate do Benfica com o Nacional da Madeira. No entanto, ao contrário do que as previsões apontavam os azuis e brancos não foram capazes de ganhar em casa ao Olhanense.
Numa espécie de ora falhas tu, ora falho eu, FC Porto e Benfica parece não se quererem largar na liderança do campeonato e por isso vão continuar a partilhar o primeiro lugar, tal como tem acontecido ao longo de toda a temporada.
No Dragão, Tiago Targino, depois de um erro ofensivo de Alex Sandro, deu vantagem aos algarvios, mas Jackson Martínez conseguiu a igualdade. O colombiano falhou, ainda, uma grande penalidade e depois foi a vez de Rafael Bracalli, guarda-redes emprestado pelo FC Porto ao Olhanense, se tornar um gigante e obrigar à divisão de pontos, apesar das inúmeras tentativas finais dos dragões em chegar ao golo da reviravolta que nunca aconteceu.
Erro de Alex Sandro e eficácia de Targino colocam Olhanense na frente
A qualidade entre FC Porto e Olhanense é imensa mas isso não é suficiente para ganhar jogos. Por isso, ao intervalo eram os algarvios que se encontravam na frente do marcador, graças a um golo de Tiago Targino.
Aos sete minutos, a formação orientada por Manuel Cajuda colocou-se na frente do resultado, num lance que foi concluído por Targino mas que nasceu numa perda de bola de Alex Sandro no ataque azul e branco. Claramente o Olhanense estava no Dragão para apostar no contra-ataque e quando teve oportunidade foi eficaz, como provou Tiago Targino, que bateu Helton.
Foram muitos os espaços que a defesa do FC Porto deixou e que faziam com que a equipa estivesse algo desprotegida, mas o Olhanense não conseguiu voltar a incomodar Helton, que basicamente se limitou a ser um espectador o resto da primeira parte.
Obrigado a marcar no mínimo dois golos e a não sofrer mais nenhum para ficar com a liderança isolada do campeonato, o FC Porto esteve longe de ser feliz no ataque. Jackson Martínez foi o melhor jogador, mas isso não chegou porque nem sempre era bem servido. Os cruzamentos de Silvestre Varela poucas vezes saíram da melhor forma e Marat Izmaylov nota-se perfeitamente que chegou à equipa há pouco tempo e que ainda precisa de tempo para entrosar.
Assim, apesar de ter mais posse de bola, os jogadores comandados por Vítor Pereira chegaram ao final da primeira parte em desvantagem no marcador e longe da última exibição que tinha realizado em casa para o campeonato, que terminou com uma goleada ao Gil Vicente.
Jackson restabelece empate mas falha o penálti que seria da reviravolta
O FC Porto entrou bem na segunda parte e procurou desde logo chegar ao golo do empate. Dez minutos foi o tempo que os bicampeões nacionais demoraram para marcar, com Jackson Martínez, com a baliza escancarada após a bola ter batido no poste, a marcar o 19º golo no campeonato em 18 jogos.
Com o golo, os dragões cresceram e o Olhanense tentou aguentar o mais que pôde o empate, sempre de olho num possível contra-ataque para poder voltar a fazer a diferença, tal como havia acontecido na segunda parte.
Em dois lances de contra-ataque dos algarvios, valeu ao FC Porto a atenção de Helton, que saiu bem aos pés dos adversários. No entanto, como seria de esperar, eram os azuis e brancos que procuram incessantemente o golo e por isso o jogo decorria mais perto da baliza de Rafael Bracalli.
Dez minutos depois do empate, os dragões tiveram uma oportunidade soberana para dar a volta ao marcador. Jander tocou a bola com o braço dentro da área e Cosme Machado assinalou grande penalidade, castigo máximo que Jackson Martínez desperdiçou ao rematar por cima.
Os adeptos do FC Porto continuaram a cantar o nome do avançado colombiano, mas este não era o dia de Jackson com a pontaria afinada. Os remates raramente levaram a direção certa e quando levaram, mesmo aqueles que não eram do melhor marcador do campeonato, Rafael Bracalli defendeu e tornou-se um gigante na baliza do Olhanense.
Um gigante que, apesar das muitas tentativas, não foi batido e que foi decisivo para o ponto conquistado pelos algarvios no Dragão, de onde os adeptos azuis e brancos esperavam sair com o FC Porto na liderança isolada do campeonato, depois do empate do Benfica com o Nacional da Madeira. Tal não aconteceu e, assim, na frente do campeonato mantém-se tudo igual.
in "zerozero.pt"
Vítor Pereira: «Não me faltou banco»
Treinador explica opções por Sebá, Tozé e Liedson
Vítor Pereira lançou os jovens Sebá e Tozé, que se estreou, para além de Liedson, no decorrer do jogo com a Olhanense. No final, garantiu que não sentiu falta de opções, em declarações na sala de imprensa do Dragão:
«Não me faltou banco. Se lancei o Sebá e o Tozé é porque acredito neles, que seriam capazes de nos trazer alguma coisa diferente com a sua juventude. Tinha o número certo de jogadores no banco e apostei em quem considerei que poderia trazer algo mais no jogo.»
[Jogos das seleções influenciaram rendimento?] «Não me parece. Os jogadores estão habituados a trabalhar juntos, a esta dinâmica de seleções. Não me parece, sinceramente. Onde encontro explicações é naquilo que já falei e que está ligado com a falta de critério e de eficácia que mostrámos em alguns momentos do jogo.»
Vítor Pereira: «Há que manter a serenidade»
Técnico justifica igualdade com a falta de critério da equipa devido ao passar do tempo
Vítor Pereira, treinador do F.C. Porto, em declarações na sala de imprensa depois da igualdade frente à Olhanense (1-1):
«Há que manter a serenidade nestes momentos. Quisemos muito ganhar, os jogadores procuraram isso, mas por vezes sem o melhor critério. Faltou-nos largura em alguns momentos. A Olhanense apanhou-se a ganhar muito cedo, teve sempre o resultado favorável e nunca se desorganizou. Para desbloquear este estilo de jogo é preciso marcar primeiro. Quando não se marca é preciso dar a volta para estender o adversário no campo. Com o tempo, fomos perdendo algum critério. Criamos ocasiões mais do que suficientes para sair deste jogo com outro resultado. Este nervosismo apoderou-se da equipa e não escolhemos a melhor forma de criar situações. Há jogos destes. Não foi possível. Há que continuar a trabalhar, perceber o que fomos perdendo. Temos de dar o mérito também ao que o Olhanense fez, à forma como defendeu.»
[O facto de o Benfica ter empatado antes agrava mais este resultado?] «Independentemente do resultado dos outros, a jogar com Olhanense em casa, por muito respeito que se tenha, é sempre jogo para ganhar. Abordámos o jogo para ganhar, basta ver os dados do jogo. Procurámos ganhar e tivemos uma abordagem mental para isso. O golo madrugador deu-lhes confiança e nós com o retardar dos golos fomos intranquilizando e perdendo critérios. Quisemos chegar muito depressa e quando assim é, normalmente não se faz com o critério adequado.»
Vítor Pereira: «Tentámos de todas as formas e feitios»
Vítor Pereira, treinador do FC Porto, em declarações à Sport Tv, analisa o empate com o Olhanense (1-1):
«O que faltou? Ter concretizado metade das situações quer tivemos. Não foi possível. Tentámos de todas as formas e feitios. O Olhanense apanhou-se em vantagem muito cedo, e depois não se desorganizou. Infelizmente perdemos dois pontos numa altura em que não o esperávamos.»
[houve mais mérito da defesa olhanense ou mais demérito do ataque portista?] «É sempre a combinação das duas coisas. Eles trabalharam muito, e há também algum demérito e falta de sorte da nossa parte.»
[com o empate do Benfica esperavam chegar à liderança isolada?] «Claro que sim. Independentemente do resultado dos outros, esperava ganhar o nosso jogo. Tudo fizemos para isso. Não foi possível. Há que continuar a trabalhar.»
F.C. Porto-Olhanense, 1-1 (destaques)
A figura: Bracali
Um erro mancha uma exibição que tinha tudo para ser perfeita. Tremeu na pior altura e facilitou o empate. Estava a ser uma atuação atenta e confiante do brasileiro, a mostrar serviço ao «patrão»...até ao golo de Jackson. E depois dele. Mas naquele minuto, falhou no desvio ao canto e o lance deu golo. Antes, fora decisivo no toque que evita o golo de Jackson ao minuto 40, para além de várias saídas exemplares a cruzamentos. Depois mostrou-se de novo intransponível a parar remates de Jackson, Danilo, Moutinho e quem mais tentou.
O momento: Jackson atira a liderança por cima
Minuto 65. Na melhor ação de Danilo no jogo, penalty para o F.C. Porto. Jackson tinha empatado há pouco e parecia tudo encaminhado para a reviravolta anunciada. Mas o goleador portista mostrou que os grandes também falham e atirou por cima. Mais uma semana a dividir a liderança com o Benfica.
A desilusão: Danilo
Exibição desastrada a colocar um certo travão no crescimento que vinha evidenciado. Há noites assim, em que pouca coisa corre bem. Mal nos cruzamentos, disparatado nos remates. Poderia ter tido uma noite mais positiva se o penalty que ajudou a conquistar tivesse entrado. Mas até isso correu mal, com Jackson a atirar por cima.
Outros destaques
Jackson Martínez
Chegou, viu e jogou. Durante a semana levantaram-se dúvidas sobre a sua utilização, pois jogara nos Estados Unidos, ao serviço da Colômbia. 45 minutos, dois golos e, acima de tudo, duas longas viagens. Mas Vítor Pereira não prescindiu do seu homem-golo e este deu-lhe razão ao fazer o empate, aos dez minutos da segunda parte, num lance pleno de oportunismo. O que lhe faltou para marcar o penalty que Danilo conquistou e daria o triunfo.
João Moutinho
A meio da semana, depois do esforço despendido na seleção, Paulo Bento disse que estaria fresquinho no domingo. E esteve. Mostrou a entrega do costume e foi o principal condutor das jogadas ofensivas do F.C. Porto. Azarado nos cruzamentos, exceto naquele que deu o empate, compensou no resto.
Tiago Targino
Impressionante a corrida que resultou no golo. Aproveitou a ligeira hesitação de Mangala, arrancou e só parou para erguer os braços e festejar. Foi o homem mais adiantado da equipa e tentou fazer mossa com as poucas oportunidades que teve. Fez o jackpot logo aos 8 minutos. Depois não voltou a ter o mesmo espaço.
in "maisfutebol.iol.pt"
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