A história do miúdo que em quatro meses passou dos juniores ao futebol europeu
Nascido há dezanove anos em Curitiba, no Paraná, Kelvin começou por dar nas vistas por ter tido uma ascenção meteórica. Em quatro meses, por exemplo, passou dos juniores de um clube médio brasileiro para um grande clube europeu. O F.C. Porto, claro, que ganhou a corrida ao sprint.
No Brasil deixou cerca de duas dezenas de jogos e um impacto enorme. Tudo começou, aliás, quando o treinador Roberto Cavalo foi ver um treino dos juniores: gostou de Kelvin e convidou-o a fazer um treino com a equipa principal. O jovem chegou, treinou com os seniores e foi convocado.
A partir daí fez onze jogos seguidos, sete deles como titular. Recebeu elogios de Scolari e de Dorival Junior, que o consideraram uma das maiores promessas brasileiras. Roberto Cavalo, esse, estava rendido. Disse até tratar-de de um jovem com «um pé esquerdo abençoado por Deus».
Palmeiras, Cruzeiro, At. Mineiro e Internacional cobiçaram então o jogador, mas foi o F.C. Porto que ganhou a corrida. Logo em janeiro, dois meses depois da estreia como jogador sénior, os azuis e brancos enviaram um médico ao Brasil, Kelvin fez exames médicos e assinou contrato de imediato.
Kelvin era no entanto pouco mais do que uma criança: ainda não tinha por exemplo completado 18 anos. Como se haveria de ver mais tarde, faltava-lhe maturidade. Por isso foi dispensado pelo Paraná, que se fartou dos atrasos sucessivos de um miúdo que deixara de estar focado no clube.
O jovem viajou para Portugal e no jogo de apresentação mostrou qualidades técnicas: por exemplo na pedalada que colocou em cima de um defesa do Peñarol para assistir Walter na estreia no Dragão. Fã de Robinho, que tentava imitar no jeito de jogar, Kelvin mostrava ser um típico brasileiro.
No entanto ainda não estava preparado para jogar num clube como o F.C. Porto, ele que acabara de cumprir 18 anos. Foi cedido ao Rio Ave, onde fez 27 jogos (22 dos quais na liga, mas apenas 10 como titular) e marcou dois golos. Em Vila do Conde, ganhou experiência no futebol português.
Esta época, e com alguma surpresa, Kelvin foi integrado no plantel do campeão. Até agora fez nove jogos oficiais apenas, seis dos quais na liga, tendo apontado três golos. Esta noite bisou e em junho faz 20 anos: o fã de Robinho e das pedaladas continua muito longe de ser um produto acabado.
in "maisfutebol.iol.pt"
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