Semana passada, o atacante Kelvin ganhou destaque mundialmente quando fez o gol do Porto aos 47 minutos do segundo tempo contra o Benfica, colocando o Dragão à frente dos rivais no Campeonato Português. Neste domingo, ele pode tornar-se de vez o herói do título, caso o seu time vença o Paços de Ferreira fora de casa.
Mesmo uma semana após o gol histórico, o “candidato a herói” do Porto confessa que ainda namora a famosa cena que deixou Jorge Jesus, técnico do Benfica, ajoelhado.
– Não paro de ver. Vejo a cada cinco minutos, logo que chego em casa do treino – disse Kelvin ao LANCE!Net, adiantando que, mesmo se quisesse pensar apenas no próximo jogo, não conseguiria:
– Alguém manda uma mensagem na internet, aí não aguento e vejo logo, mato a saudade.
O garoto de 19 anos tem estrela. Na partida contra o Braga, o placar marcava 1 a 1 quando ele entrou e fez dois gols na vitória por 3 a 1.
– Outro momento de iluminação, mas é trabalho. Não estou jogando sempre, então tenho que estar preparado – reconhece.
Na jogada contra o Benfica, o gol saiu após passe preciso de Liedson, mas a relação dos dois não é restrita ao lance. Eles são vizinhos, vão juntos ao treino, e Kelvin garante que ouve bastante os conselhos. E na hora do gol, foi “cobrado”:
– Queria correr, sair, ele me segurava, não deixava e dizia: “Primeiro você vai me agradecer, depois que você vai correr”.
Cria do Paraná
O Porto foi descobrir Kelvin no Paraná, na política de contratar promessas pelo mundo. O jogador foi emprestado em 2011 para o Rio Ave e, este ano, se destacou na Segunda Divisão com o Porto B.
– Tudo foi bom para a minha evolução. Cada jogo é uma guerra, tem muita porrada na Segundona – concluiu o jovem, que não saiu dos noticiários durante a semana.
Kelvin tietou Deco, ídolo do Porto, durante visita do apoiador do Fluminense (Foto: Reprodução/Instagram) |
Bate-Bola
Kelvin
Atacante do Porto, em entrevista exclusiva ao LANCE!Net
Como foi na hora do gol?
Eu quase morri na hora, mas já passou. Naquele momento a gente fica meio bobo, não sabe o que fazer, corre para cá, para lá, não sabe se ri, se chora... Mas depois tudo passa, vê que é verdade, que aconteceu, se emociona ao ver o gol, mas naquele momento é muito bom, alegria enorme. Espero que venha mais pela frente.
Qual é o seu estilo de jogo?
Gosto de jogar aberto, ou às vezes pelo meio. Pego a bola e vou para cima mesmo, mesmo se tiver dois. Se tiver alguém mais bem colocado procuro fazer tabela, tocar e aparecer nos espaços. Gosto de ficar na lateral e procurar a melhor opção. E foi o que aconteceu ali. Peguei a bola na minha posição, aberto, toquei para o Liedson e apareci na frente para concluir.
Como vai ser essa partida decisiva de hoje contra o Paços?
Não vai ser diferente das outras. Vai ser uma nova guerra. É preciso vencer para que tudo saia bem, que a gente tenha o título. Já no começo da semana começamos a trabalhar, esperamos a vitória.
Existe um trabalho específico para jovens como você no Porto?
Poucos. Eles tratam todos igualmente, isso faz com que a gente cresça, pegue a experiência dos mais velhos, junto com a gente. Conseguimos pegar o ritmo deles.
Kelvin comemora com James após ser o herói contra o Braga: fez dois gols (Foto: Francisco Leong/AFP) |
Adaptou-se bem à cidade?
É difícil se adaptar à cidade. Tudo é diferente: comida, lá fora, nas ruas, dentro e fora de campo. Mas aqui tem muitos brasileiros, que estão há quase 10 anos, que passaram pelo mesmo. Eles procuram passar sua vivência para mim, passaram por isso, para que eu possa crescer, na hora que apertar eu saber o que fazer. Agora já joguei em outro clube, estou no Porto, estou vivendo uma vida normal, de um jogador normal, e quero crescer cada vez mais.
Olhando para trás, aprova sua saída do Paraná com apenas 17 anos?
Foi boa a saída. Todo brasileiro sonha em jogar na Europa, comigo não foi diferente. Tinha o grande sonho de jogar um grande da Europa, e o Porto é um. Tinha 17 anos, estava bem, não pensei duas vezes. Sabia que seria bom, e acabei aceitando, não tive medo nenhum, graças a Deus estou colhendo frutos bons.
Chance de três títulos seguidos
Se conquistar o Português hoje, o Porto vai conseguir hegemonia nacional em três esportes em sequência. Na sexta-feira, o Dragão garantiu o penta em handebol e sábado foi campeão de hóquei sobre patins: o 11 título em 12 anos.
As duas finais foram contra o Benfica. Na partida de handebol, vitória azul por 26 a 23, e no hóquei, por 7 a 3. Os dois jogos foram disputados no Dragão Caixa, ginásio anexo ao estádio do Porto.
A outra marca do clube seria no futebol mesmo. Se confirmar o título sem derrota, este será o segundo troféu invicto do Porto. O primeiro abriu a sequência do possível tri. E, na temporada passada, o Dragão perdeu apenas para o Gil Vicente, em Barcelos.
in "lancenet.pt"
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