Goleador argelino assinou por quatro temporadas e vai
tentar seguir as pisadas do compatriota Rabah Madjer
Era uma questão de tempo até Ghilas sair
do Moreirense. O avançado argelino começou a dar nas vistas no início de 2012
ao marcar em Alvalade num jogo da Taça da Liga (1-1, 19 de Janeiro), mas foi
nesta última época, já na Liga Portuguesa, que se assumiu decididamente como um
goleador. Apesar de a equipa de Moreira de Cónegos ter descido de divisão, o
contributo de Ghilas foi indiscutível - 13 golos em 30 jogos.
O interesse do Sporting foi público logo
em Janeiro e muito se falou sobre a eventualidade de haver um direito de
preferência, garantido após o empréstimo de Jorge Chula, mas o i apurou em tempo oportuno que o futebolista
nunca chegou a ser uma hipótese provável neste defeso. As características
agradavam, mas o dinheiro exigido numa contratação e a dúvida sobre eventuais
dificuldades de adaptação afastaram essa hipótese, apesar de Augusto Inácio,
actual director do futebol profissional dos leões, ter orientado Ghilas na
equipa minhota. O empresário do argelino, Romeu Magalhães, declarou ontem que
achava haver "alguma paixão de Inácio em contar com Ghilas no
Sporting".
O FC Porto foi o destino final para um
jogador que também interessou a clubes ingleses e franceses. O interesse dos
dragões foi subindo de intensidade e ontem as dúvidas ficaram definitivamente
esclarecidas, com a oficialização do negócio. Ghilas assinou por quatro
temporadas, tem uma cláusula de rescisão fixada nos 30 milhões de euros e não
foi especificado o valor exacto da transferência, apesar de sempre se ter
especulado que rondaria os 3 milhões de euros. "Estou muito contente, este
clube vai ensinar-me muita coisa. Tenho de trabalhar muito e quero jogar o
maior número de vezes possível", afirmou o avançado, que foi muitas vezes
chamado "Benzema de Moreira de Cónegos" e que terá a difícil tarefa
de fazer concorrência a Jackson Martínez.
Ghilas viu, chegou, assinou e partiu já
com a equipa para o estágio na Holanda. O FC Porto "é a melhor equipa de
Portugal e uma grande equipa na Europa", mas o argelino não cedeu à
tentação de cair em elogios rotineiros, garantindo que vestir a camisola os
dragões não é um verdadeiro sonho. "Não posso dizer isso porque não sou
daqui. Mas foi uma coisa muito boa para mim", esclareceu em declarações ao
Porto Canal. O espírito que muitos jogadores associam ao FC Porto já parece ter
sido assimilado por Ghilas no momento de estabelecer um objectivo: "O
clube vai ensinar- -me muitas coisas. Espero que seja campeão este ano e quero
trabalhar muito, muito, muito, muito e tentar jogar o mais possível."
Ghilas será o segundo argelino na história
do FC Porto. O primeiro, Rabah Madjer, também era avançado e ficou ligado a um
momento histórico na vida do clube. Representou os dragões entre 1985 e 1991 -
uma época no Valencia pelo meio - e fez parte da equipa que conquistou a Taça
dos Campeões Europeus na final de Viena com o Bayern Munique, em 1987. Mais que
isso, marcou o famoso golo de calcanhar. Para Ghilas, o calcanhar poderá ser
uma meta longa; entrar com o pé direito já será bom.
in "ionline.pt"
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