Técnico espanhol elogiou desempenho da equipa e lamentou mais uma arbitragem infeliz em jogos do FC Porto
Espírito de sacrifício, atitude, personalidade, capacidade de reacção e de superação. Para Julen Lopetegui foram estes os predicados da “boa exibição” do FC Porto no St. Jakob-Park, na primeira mão dos oitavos-de-final da UEFA Champions League. O treinador espanhol considerou que a equipa fez “um jogo muito bom e que merecia ter saído com outro resultado”, lamentando ainda a infelicidade de não lhe ter sido um “penálti claro”.
“O FC Porto mereceu um resultado melhor, pela personalidade que mostrou, em circunstâncias muito difíceis perante um rival difícil, que se superiorizou aqui ao Liverpool e ao Real Madrid. Fizemos tudo para conseguir um bom resultado, até melhor do que este, mas a equipa está de parabéns pelo que fez para chegar ao empate”, defendeu Lopetegui, em declarações no final do jogo.
O técnico espanhol socorreu-se das estatísticas para argumentar que os Dragões “foram melhores do que o Basileia”, lembrando que o adversário fez o golo “no único remate que fez à baliza” - na sequência de uma jogada para o qual os Dragões já estavam avisados, acrescentou. “Foi um jogo muito bem jogado pela nossa equipa. Rematámos 25 vezes, tivemos muito mais posse de bola, fizemos tudo para conseguirmos outro resultado”.
O golo madrugador dos helvéticos foi o primeiro de vários obstáculos com que os azuis e brancos se depararam no desafio. “Um golpe duro” que, nas palavras do treinador basco, obrigou a equipa a “assumir o risco”, mostrando “personalidade, uma grande atitude, uma boa capacidade de reacção e de superação e um enorme espírito de sacrifício perante várias situações adversas.”
Por falar em situações adversas, Lopetegui não poupou críticas à actuação da equipa de arbitragem liderada pelo árbitro britânico Mark Clattenburg. “Houve decisões que nos prejudicaram claramente: um penálti claríssimo, um fora-de-jogo mal assinalado ao Tello quando se isolava, um segundo cartão vermelho que ficou por mostrar a um jogador do Basileia e um golo anulado numa decisão muito estranha, que afectou emocionalmente a equipa. Apesar de tudo, fizemos um bom jogo”, afirmou ainda o técnico espanhol, lamentando a lesão de Óliver Torres, “a notícia triste” de uma noite que deixa o FC Porto mais perto dos quartos-de-final da UEFA Champions League.
JACKSON MARTÍNEZ: “FALTAM 90 MINUTOS”
Avançado colombiano sublinhou a importância do golo marcado fora de casa, no primeiro duelo com os suíços
Para Jackson Martínez, a perseverança foi a chave do empate do FC Porto em Basileia, na primeira mão dos oitavos-de-final da UEFA Champions League. O internacional colombiano, que até ao momento apontou cinco golos na prova, considerou que a equipa foi superior ao líder do campeonato suíço, mas que pecou na hora de rematar à baliza.
“Foi um jogo complicado, sobretudo na primeira parte, porque eles marcaram cedo. Tivemos mais ocasiões, mais posse de bola, mas falhámos um pouco na finalização. Mas tivemos paciência, soubemos ser perseverantes para conseguimos chegar ao golo, que é importante para a eliminatória. Cumprimos parcialmente o objectivo, faltam 90 minutos, mas, para já, temos de nos focar no próximo encontro para a Liga”, analisou o capitão dos Dragões, em declarações no final do encontro.
O dono da camisola número nove dos portistas foi ainda convidado a comentar o golo anulado ao FC Porto, num lance em que o próprio também esteve envolvido. “Vendo a jogada depois do jogo, acho que o Marcano está à frente do guarda-redes.”
DANILO E O PENÁLTI: “SABIA QUE ERA UM MOMENTO IMPORTANTE”
Brasileiro explica que marcou tal como nos treinos e reconhece que o FC Porto poderia ter vencido
Danilo foi o autor do golo do 1-1 no St. Jakob Park, frente ao Basileia, que colocou o FC Porto em posição de vantagem nos oitavos da Champions. Na zona mista do estádio, esta quarta-feira, o brasileiro revelou que “estava confiante” e que pediu para marcar a grande penalidade, que caberia habitualmente a Quaresma.
“Queria fazer o golo, sabia que era um momento importante. Trabalho muito para isso, foi uma situação natural. Eu, o Quaresma e o Herrera treinamos bastante estes lances. Quando o Quaresma não está em jogo sou eu que cobro, ele entrou mas eu estava confiante, queria marcar e pude acertar. Fi-lo da forma que treino. Estava tranquilo, o mérito foi de todo o grupo e todos estão de parabéns”, afirmou.
O defesa reconhece que o FC Porto “poderia ter saído de Basileia com uma vitória”, mas também considera o empate “um bom resultado para pensar na segunda mão”. “Dadas as circunstâncias, deixa-nos em boas condições. Eles vão causar-nos muitas dificuldades no Dragão, pelo que temos de estar preparados. Se queremos chegar longe, temos de passar esta eliminatória.
Confrontado com notícias sobre o interesse de clubes espanhóis na sua contratação, Danilo desvalorizou o assunto, com bom humor. “Prefiro estar nas capas amanhã por ter feito o golo”, afirmou. Por outro lado, valorizou o trabalho do colega Ricardo, que pode ocupar a sua posição frente ao Boavista (segunda-feira, 20h00), dado castido do brasileiro: “É meu amigo e uma pessoa com um carácter enorme. Provou que me pode substituir à altura, tem muitas qualidades e no dia-a-dia trabalha imenso. É um exemplo para todo o grupo, porque nem sempre está nas convocatórias mas trabalha sempre com uma dedicação enorme”.
QUARESMA: “ESTÁ TUDO EM ABERTO”
Extremo considera que a equipa podia ter saído da Suíça com outro resultado e que vai fazer melhor no jogo no Dragão
O FC Porto foi à Suíça com a ambição de ganhar, garante Ricardo Quaresma, fez por isso no jogo, mas não conseguiu mais do que um empate, no primeiro duelo dos portistas com o Basileia na história do futebol europeu. Ainda assim, o extremo acredita que no jogo da segunda mão, os Dragões “vão fazer muito mais” para chegarem aos “quartos” da UEFA Champions League.
“Queríamos ganhar este jogo, mas só conseguimos o empate, que acaba por ser um resultado justo, apesar de que podíamos ter saído daqui com outro resultado. Mas a verdade é que está tudo em aberto para o jogo da segunda mão. Em casa, perante os nossos adeptos, faremos muito mais para continuarmos na prova e acredito que vamos ganhar”, afirmou o número sete portista, em declarações no final do encontro
O internacional português regressou neste encontro ao banco de suplentes, acabando por entrar no decorrer da segunda parte, “determinado em ajudar” os companheiros. “Fiz o que o mister mandou. Esperei pelo meu momento e quando entrei tentei trabalhar para a equipa. Conto sempre jogar, mas respeito as opções do treinador”.
TELLO: “O GOLO ANULADO FOI UMA SENSAÇÃO ESTRANHA”
Espanhol elogiou prestação de equipa, tal como Casemiro, Marcano e Rúben Neves, na zona mista do St. Jakob-Park
O lance caricato do golo anulado a Casemiro, no arranque da segunda parte do Basileia-FC Porto, foi um dos principais temas de conversa na zona mista do St. Jakob-Park, no final do encontro desta quarta-feira. Tello, que apontou o canto que esteve na origem do lance, foi um dos que falou sobre esse momento e depois, tal como Casemiro, Marcano e Rúben Neves, considerou o empate um resultado interessante mas injusto.
“Vi de longe e não percebi bem o que se passou, mas, depois de termos celebrado o golo durante tanto tempo, o facto de ter sido anulado foi uma sensação estranha. Parece que se falou numa falta sobre o guarda-redes, terei de ver o lance”, relatou o avançado espanhol, que depois analisou globalmente o encontro. “A equipa foi bastante superior durante todo o encontro. Comandamos todo o jogo e penso que merecíamos um melhor resultado, mas de certa forma estamos satisfeitos”.
Casemiro esteve no epicentro do lance e também apelidou a situação de “estranha”. “O árbitro tentou explicar que havia dois jogadores em frente ao guarda-redes. É a opinião dele, respeitamos e vamos pensar já no próximo jogo”, declarou. O brasileiro vê os suíços como “uma equipa que sabe o que está a fazer dentro do campo”, mas que ficou atrás do rendimento dos azuis e brancos. “Fizemos bastantes coisas boas. Não perdemos o controlo do jogo, tivemos posse de bola, oportunidades para vencer e jogámos bem. Acho que isso é o mais importante”.
Marcano frisou que o domínio portista foi mais mérito do FC Porto do que “demérito” do Basileia. “Estivemos intensos e pressionámos muito a perda de bola”, afirmou o defesa central, que espera um adversário mais forte na segunda mão, agendada para 10 de Março, às 19h45. “Eles só tinham feito dois jogos depois da paragem de Inverno e dentro de um mês estarão melhores, mas nós também jogaremos em casa”, adiantou.
Rúben Neves admitiu que o FC Porto não se adaptou bem ao Basileia nos primeiros minutos, mas foi subindo de rendimento com o passar do tempo, só faltando “a finalização” para conseguir o triunfo. “Tivemos muita bola e eles não chegaram à nossa baliza, exceptuando o golo”, sublinhou o jovem médio, para quem é “precipitado” considerar a eliminatória como quase resolvida.
in "fcp.pt"
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