quinta-feira, 19 de agosto de 2010

ENTRADA NA CHAMPIONS VALE MAIS QUE CAMINHADA COMPLETA NA LIGA EUROPA

Não é pelo dinheiro que o FC Porto quer fazer um brilharete na Liga Europa. Falhar a Champions foi, mais do que a quebra numa sequência de enorme prestígio, um enorme rombo financeiro que a segunda montra da UEFA dificilmente compensará. Senão vejamos: se os dragões vencerem a prova e conquistarem 3 pontos em cada jogo da fase de grupos, vão encaixar um total de seis milhões de euros. É esta a tabela máxima para a prova, num valor irrisório quando comparado com os 7,1 milhões de euros que cada clube recebe só por marcar presença nos grupos da Champions.

É fácil de perceber que os portistas correm por gosto, até porque esta disparidade se reflete também no bolso dos jogadores, que vão receber prémios muito menores pela participação europeia. É claro que o avanço na prova se repercute noutras vertentes, como a receita de bilheteira e os direitos televisivos, parcelas que a SAD vai tentar aproveitar ao máximo. De qualquer forma, não há dúvida que é o prestígio que vai mover o plantel de André Villas-Boas, que contava com sete participações consecutivas na Liga dos Campeões e era recordista de presenças, perdendo agora esse estatuto em detrimento do Manchester United.

Estatuto. Logo atrás do Liverpool, o FC Porto é a equipa mais cotada entre as que tentam chegar à fase de grupos. É um facto que espelha as responsabilidades inerentes a este regresso à segunda divisão europeia, onde os dragões não competem desde 2003, quando até levantaram o troféu em Sevilha. Desde então, os portistas entraram numa espiral de participações de grande sucesso a nível internacional, querendo consolidar esse estatuto independentemente dos prémios monetários diretos.

É que um brilharete na Liga Europa valoriza o plantel no mercado, facto com implicações nas transferências e na visibilidade externa de uma marca que já é muito forte, como se comprova ano após ano. É este o grande incentivo que a prova oferece ao plantel, que também não deixará de ser recompensado caso atinja, como se pretende, a final do torneio, que se disputa em Dublin.

Mesmo não se prometendo dinheiro fácil, a verdade é que a Liga Europa é uma montra interessante para o grupo (e para Villas-Boas, já agora), podendo repercutir-se de forma muito positiva para a SAD, ainda que não de forma direta, tal a disparidade no “prize money.”

in "record.pt"

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