O jogo da Liga Europa com o Rapid de Viena revelou a insistência do FC Porto por um tipo de jogada específica. Nos lances de bola parada, à esquerda ou à direita, quase sempre através de João Moutinho e Hulk (até ser substituído por Belluschi), as bolas foram mais vezes colocadas no segundo poste, precisamente no sítio onde apareceu o brasileiro Maicon. Um tipo de jogada elaborada durante a semana no Olival e que deu resultado.
Os números não enganam. Exemplo: dos 13 cantos de que beneficiou o FC Porto, sete foram marcados para o segundo poste. E desses sete, cinco foram ter à cabeça ou aos pés de Maicon. E desses cinco, dois resultaram em golo, com participações decisivas do defesa-central brasileiro. Se os dois primeiros cantos foram curtos, e com maus resultados, a partir daí a tendência mudou. Aos 21 minutos Hulk cobrou o canto para Fucile, que estava lá perto, e o cruzamento saiu largo, para o pé direito de Maicon. O brasileiro falhou, mas a bola foi ter com Rodríguez, que depois assistiu Rolando para o primeiro golo da noite. E no segundo golo a participação de Maicon foi mais decisiva. Hulk cobrou o canto para o segundo poste, o central cabeceou para o guarda-redes defender e Falcao não falhou a recarga.
Para além da participação de Maicon em dois golos, houve outros casos evidentes deste tipo de jogada. Em três cantos marcados por João Moutinho para o segundo poste, Maicon cabeceou uma vez para fora, viu o guarda-redes tirar-lhe a bola com uma palmada e, no terceiro caso, não conseguiu cabecear. Ou seja, houve mesmo uma preocupação em colocar a bola em Maicon, um central possante e com bom jogo aéreo. Nos outros dois cantos marcados para o segundo poste, num Rodríguez não conseguiu chegar à bola e no outro a defesa austríaca anulou as intenções dos portistas.
Nos seis cantos marcados para o primeiro poste não houve consequências positivas. Especialmente devido à forma como Hulk bateu na bola. Em três cantos consecutivos permitiu que o primeiro defesa do Rapid interceptasse o lance.
A colocação da bola ao segundo poste não é propriamente uma novidade no FC Porto. Nas épocas mais recentes houve dois intérpretes para a jogada: Raul Meireles cobrava o canto, quase sempre largo para permitir uma boa colocação dos companheiros na área, e quase sempre era Bruno Alves quem aparecia ao segundo poste, com cabeceamentos certeiros. Agora é Hulk ou Moutinho, mas também Belluschi e Rúben Micael, que batem os cantos e Maicon que aparece na zona de finalização.
in "ojogo.pt"
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