É central, joga na selecção argentina, mas não é titular no F. C. Porto. Chama-se Otamendi e custou quatro milhões de euros (50% do passe). Pode parecer estranha a sua ausência do onze, mas a explicação é simples: Rolando e Maicon não têm dado hipóteses.
Quando se ganha oito vezes seguidas, sem defeitos de maior a apontar, os resultados, em si mesmo, já contrariam eventuais críticas. Assim, por muito que se fale de Otamendi e da condição de suplente, a série vitoriosa automaticamente dá razão a Villas-Boas e às suas escolhas, nomeadamente para o eixo: Rolando e Maicon.
Isto mesmo disseram, ao JN, Eduardo Luís e Eurico Gomes, dois antigos centrais, campeões pelo F. C. Porto na década de 80. “Não há razão para mexer. Os resultados estão à vista. O F. C. Porto encontrou a dupla certa”, justifica Eduardo Luís. “Mudar para quê? O que está bem é para manter e até melhorar”, responde Eurico.
Um e outro concordam que a ausência de Bruno Alves tem sido superiormente colmatada. “O Rolando ganhou experiência e regularidade. É brilhante na segurança e na sobriedade. O Maicon, vindo do Nacional, fez um ano de estágio e conhece bem a casa. Villas-Boas recebeu-os como herança e formou um bloco coeso”, comenta Eurico, numa análise partilhada pelo ex-colega, sobretudo no que toca à notável “integração” de Maicon.
Nestes parâmetros, fica difícil destronar os titulares. “Uma equipa vive do rendimento. Se aqueles que jogam dão garantias, quem está de fora tem de esperar”, salienta Eurico, atendendo às exigências do F. C. Porto, que obrigam o clube a ter um plantel competitivo. “O F. C. Porto sempre teve dois elementos para cada lugar, num grupo de 24/25. A época é longa. Há castigos, lesões e quedas de forma, por isso há que estar salvaguardado”, observa Eduardo Luís, aqui encaixando a utililidade de Otamendi.
“Se foi contratado é porque tem qualidade. Mas, tem que saber esperar”, repete. Eurico assina por baixo, ao dizer: “Deve mostrar-se disponível, trabalhar o dobro daqueles que jogam, para estar pronto quando chegar o seu momento”.
Kieszek, Sereno, Emídio Rafael, James e Mariano completam o leque dos portistas sem minutos nas provas oficiais.
in "jn.pt"
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