Com o seu discurso a apontar aos "Bin Laden", Pinto da Costa aproveitou a vitória na Turquia para lembrar que foi ele a escolher André Villas Boas, portanto, autoproclamou-se como deus criador e origem de todas as coisas. É o normal e se calhar, se a equipa não estivesse a vencer, o presidente do FC Porto não se preocupava em recordar ao mundo as decisões que toma. Perante isto, será que a sua posição deve ser posta em causa sempre que uma contratação correr mal? Também não. Assim, esteja ou não Pinto da Costa na génese de tudo (e... do empenho de cada jogador, das decisões de Villas Boas ou dos golos e arrancadas de Hulk), após a incrível manifestação de força contra o Besiktas, no mais exigente teste da temporada, sugerimos constituir uma santíssima trindade portista que deixa o pai de fora e se revolve (e ganha jogos) e com outras divindades.
1- Uma equipa Há jogos que marcam uma época. A vitória do FC Porto na Turquia, parte do tempo em inferioridade numérica, marcará 2010/2011. É a grande prova de força, pela qualidade, capacidade de sofrimento e consistência. No ano passado, depois de andar de goleada em goleada, a verdadeira dimensão do Benfica talvez se tenha visto pela primeira vez na limpeza com que despachou duas vezes o Everton (5-0 e 2-0), igualmente na dificuldade da Liga Europa. O FC Porto de agora também marca abundantemente (34 golos) e sofre pouco (7). Mais: esta equipa tem tendência para dominar de princípio a fim. No único em que se viu em desvantagem, frente ao Sporting de Braga, o dragão teve capacidade para dar a volta. Depois, nos restantes 13 jogos, a equipa esteve sempre na frente do marcador. E em nove partidas não consentiu sequer um golo.
2- Um treinador André Villas Boas tem apenas 32 anos e mesmo que não pareça deve ser um treinador preparado. Os resultados dizem tudo. Empatou apenas um em 14 jogos (Vitória de Guimarães), sempre baseado no mesmo esquema táctico (4x3x3) onde as hierarquias estão definidas e os melhores jogadores encontram o seu espaço e rendimento. Villas Boas ainda não teve nenhuma grande lição táctica e, fora do campo, vai igualmente ganhando pontos na guerra da contra-informação: estuda ao pormenor os ataques ao Benfica e deixa o rival sem resposta; ao mesmo tempo, claro, injecta moral no seu balneário.
3- O melhor jogador Em cima desta superioridade, o FC Porto ainda tem Hulk. Com ele em campo, nos últimos 21 jogos a a equipa ganhou 20 e empatou outro. Só esta temporada, desde meados de Agosto, o internacional brasileiro marcou dez golos e foi criativo na maioria dos lances perigosos. Titular indiscutível, poupado apenas na recepção ao Rapid Viena, Hulk serenou e já não vive em guerra com os árbitros. Também por aí cresce o seu valor.
in "ionline.pt!
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