domingo, 7 de novembro de 2010

F.C. Porto-Benfica (antevisão): palavras para quê? É o Clássico!

Silêncio, eis o Clássico. Assim mesmo, com maiúscula. F.C. Porto e Benfica reclamam atenção crescente pelo burburinho recorrente, as polémicas associadas às conquistas repartidas, os povos que se misturam com os clubes, cores como bandeiras de cidades. Este domingo, no Dragão, novo duelo.

Palavras para quê? Como fazer a antevisão de um jogo tão rico, que geralmente vale por si só? Quando acaba o Clássico, ninguém recorda as estatísticas, as declarações de circunstância, a história esbatida pelo tempo. A «estória» deste duelo, de um único duelo, abafa todo o passado.

Quando a bola rola, o presente promete arrastar-se até ao infinito. Quando o apito soa pela última vez, o futuro chega com uma velocidade avassaladora, apresentando-se como brilhante para os vencedores, negro para os vencidos. Quem triunfa, parece atingir o Olimpo. Quem perde, cai na lama e por lá é arrastado ao longo de semanas.

Por tudo isto, como adepto do futebol em estado puro, esqueça as interferências. Vista-se com as cores do seu clube e tape os ouvidos, bloqueie as provocações. É o Clássico e, lá dentro, joga-se presente e futuro. Raramente o passado.

Desconfiança pelo excesso de confiança

O Benfica chegou à Supertaça com a moral em alta, favoritismo claro, face a um adversário em mutação. A «estória» do clássico, lá está, contrariou toda a história. Nesse dia, o F.C. Porto cresceu, alimentou-se das noticiadas fragilidades e saiu por cima. Agora, é Villas-Boas quem combate a tendência para o excesso de confiança.

Inverteu-se a lógica. Três meses passaram, o Dragão de Villas-Boas apresentou-se como líder em Portugal e na Europa. O Benfica de Jorge Jesus tropeçou no arranque, recuperou a pose de forma progressiva e surge na Invicta com um andamento interesse.

O F.C. Porto, agastado por uma dança na chuva com a Académica (0-1) e um empate agridoce como Besiktas (1-1), terá de encontrar um substituto à altura para Fernando. O médio saiu lesionado perigoso duelo em Coimbra. Guarín foi titular na Liga Europa, com Souza à espreita.

Jesus e as duas faces da águia

Jorge Jesus chega ao Porto com pontos de interrogação. Antes de mais, espera prolongar a sensação de confiança transmitida pelo Benfica até aos 4-0 com o Ol. Lyon. Ou seja, não quer ver novo descontrolo temporário e geral, como aquele que permitiu a recuperação gaulesa para a diferença mínima no marcador (4-3).

A águia tem duas faces. Vem de cinco jogos na Liga sem sofrer golos. Contra o Lyon, sofreu três em poucos minutos. Mas marcou quatro, quatro na Liga dos Campeões, frente a um grande francês. Que Benfica esperar? Tal dependerá, igualmente, das unidades escolhidas por Jesus.

Pablo Aimar e Rúben Amorim treinaram sob vigilância médica neste sábado, com o argentino a ser o grande ponto de interrogação. À esquerda, a dúvida entre César Peixoto, Coentrão atrás e Gaitán à frente, ou mesmo David Luiz adaptado.

EQUIPAS PROVÁVEIS:

F.C. PORTO: Hélton; Sapunaru, Rolando, Maicon e Álvaro Pereira; Belluschi, Guarín e João Moutinho; Hulk, Falcao e Varela.

BENFICA: Roberto; Maxi Pereira, Luisão, David Luiz e Fábio Coentrão; Carlos Martins, Javi Garcia, Pablo Aimar e César Peixoto; Saviola e Alan Kardec.

in "maisfutebol.iol.pt"

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